quarta-feira, 6 de março de 2024
Para combater a monocultura do turismo
A escassez de água no Algarve chegou recentemente aos telejornais, mas é um problema que está longe de ser novo. Também no caso da seca, a desigualdade é a regra: quando a água falta, não falta para todos da mesma maneira. Os cortes cegos aplicados pelo governo são particularmente prejudiciais para as famílias e para a pequena agricultura, numa região que tem o salário médio mais baixo do continente e onde os apoios à produção escasseiam. Apenas um de vários exemplos: o fecho de piscinas públicas em vez de se começar pelos campos de golfe e pelos equipamentos turísticos privados, numa clara opção de classe.
A crise da água requer medidas de emergência, mas também medidas para o futuro que permitam construir um modelo económico compatível com a realidade climática do Algarve. Ao longo dos anos, os investimentos estruturantes para esta região (e para muitas outras) têm sido adiados pelos governos. É muito consensual falar na importância de vencer a monocultura do turismo no Algarve. Mas para poder diversificar a atividade económica na região, é preciso investimento público no fornecimento de bens públicos como a água, nos transportes, na investigação científica e nas infraestruturas sem as quais a economia não se desenvolve.
Nestas eleições, o voto útil é à esquerda.
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