terça-feira, 5 de março de 2024

Apelo ao voto


Vota como se não tivesses casa própria, nem salário ou pensão que chegue para a renda. 
Vota como se a tua companheira fosse uma trabalhadora por turnos que ganha o salário mínimo. 
Vota como se o teu irmão fosse um imigrante explorado e vítima de racismo. 
Vota como se o teu filho fosse uma pessoa com deficiência e aspiração a uma vida independente. 
Vota como se estivesses desempregada, com um filho para cuidar e a ter de viver com 356€ por mês, que é o valor máximo do RSI para um agregado familiar com um adulto e um menor. 
Vota como se a tua mãe fosse uma cuidadora informal com alguém permanentemente a cargo e direitos por reconhecer.
Vota como se a pessoa que amas desse aulas há 25 anos, estivesse colocada a 200km de casa e o seu rendimento já não desse para as despesas familiares. 
Vota como se a tua irmã trabalhasse como estafeta, a pedalar à chuva para ganhar a vida, sem direitos ou apoios no caso de ter um acidente.
Vota como se o teu pai tivesse uma doença crónica e dependesse exclusivamente do SNS. 
Vota como se fosses vítima de violência doméstica. 

Parafraseio um famoso cartaz de apelo ao voto, adaptando-o à realidade portuguesa, para recordar que a vida de muitas pessoas depende mesmo do resultado das eleições. 

Mesmo que nenhuma destas coisas se aplique a ti, neste domingo vota como se assim fosse - por empatia, por responsabilidade e por um país melhor para todos.

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