terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Salgados, Galinhas e Portas


Ontem, o jornalista Miguel Carvalho sinalizava o seguinte: “Ao Público, Marco Galinha revela algo há muito sabido nos bastidores: que o PR o incentivou a comprar a Global Media. Quando, em devido tempo, questionei Belém, a resposta oficial foi esta: Marcelo recebera Galinha como outros empresários do setor, nada de novo.” 

Marcelo Rebelo de Sousa a ser Marcelo Rebelo de Sousa: de Ricardo Salgado a Marco Galinha, sempre “incentivou” as frações mais predadoras do capital, às quais está ligado, sei lá. Por falar nestas frações, atentem no estado da comunicação social que promove fascistas e liberais até dizer chega. Há um problema de oferta político-mediática, que cria a sua procura, numa espécie de Lei de Say, mas só aplicada à comunicação social. 

Por exemplo, o novo rosto do fascismo começou por ser um produto do grupo Cofina (CMTV-Sábado). O “escroque” (Ana Gomes) da TVI-CNN (Chega News Network) e o herdeiro do periclitante grupo Impresa imitaram o grupo Cofina. 

O resto é uma chusma de comentadores absolutamente medíocres, discípulos dos mamonistas Paulo Portas e Marques Mendes. Fazem política durante horas, com total ausência de pluralismo ideológico, agora em torno de debates eleitorais de menos de meia hora. 

A economia política explica estes valores pelos interesses de classe: estes grupos precisam mesmo de um governo das direitas cada vez mais extremas. Assim talvez possam reduzir ainda mais salários, ter mais receitas com publicidade do capitalismo da doença ainda mais revigorado, por exemplo, ou ter ainda mais apoios sem contrapartidas, como deseja Marcelo. 

Pode ser que lhes corra mal. Pode ser.

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