Um dos meus melhores amigos é um excelente inventor de slogans e escritor de panfletos: “tanta casa sem gente, tanta gente sem casa” é dele. Procurei sempre aprender com os melhores e os meus amigos e camaradas são os melhores, estou convencido.
A escrita e o slogan combinam-se com o grafismo, texto e imagem, para fazer um bom panfleto. Arte menor? Não, maior. A5 é, talvez, o formato ideal: frente com slogan e boa imagem, verso com texto, fórmula testada para diferentes economias da atenção. Ainda no outro dia distribuí um panfleto A4 e é muito mais difícil de entregar.
Quem me lê, sabe que tenho procurado desenvolver uma escrita por vezes panfletária. Antigamente, quando me apodavam de panfletário, ficava muito irritado. Hoje, aceito-o com naturalidade. Qual é o mal, afinal de contas? Gosto da frase bem torneada para tentar causar o máximo efeito intelectual e político. Orgulho-me de fórmulas como liberais até dizer chega, por exemplo.
E, depois, há que repetir: Sempre gostei de distribuir panfletos e de falar com as pessoas, aqui e ali, sobre o seu conteúdo, real ou imaginário. Outros o fizeram, arriscando tudo, não o esqueçamos. E a militância, diz-vos este amigo desde há uns anos, também é feita destas tarefas, aparentemente simples e nem sempre monótonas, que dependem da certeza que outros, algures, a estão a repetir, até porque outros as repetiram e outros as repetirão.
Bom, poderia continuar a escrever, mas tenho de ir para uma feira, perto de Penacova, distribuir panfletos.
Penso que o slogan é da Cátia Oliveira (A Garota Não) do seu álbum "2 de Abril" e nomeadamente da música "Não sei o que é que fica?".
ResponderEliminarPor sinal um grande trabalho e uma grande artista nossa.
Já agora, muito obrigado João Rodrigues pelas suas escritas e intervenções.
Isto vai, isto vai!