Fomos ontem informados do seguinte: “Centeno diz que inflação é mais injusta do que medidas para a combater”. Como membro do cortejo fúnebre da economia portuguesa, Centeno diz o que for preciso para tentar legitimar o poder de quem manda no Banco que não é de Portugal.
A inflação moderada em curso ajuda os devedores e prejudica os credores, erodindo o valor real da dívida. Nós somos uma economia endividada. A inflação não galopante e relativamente previsível é neutra na outra relação antagónica fundamental: entre trabalhadores e patrões. Na realidade, estando associada a taxas de desemprego mais baixas, pode ajudar os trabalhadores. Se os salários diretos e indiretos estivessem indexados, a vida seria facilitada.
Pelo contrário, a subida da taxa de juro, a pretexto de um dogmático objetivo para a inflação de 2%, é favorável aos credores e, ao gerar desemprego, prejudica os rendimentos e as reivindicações dos trabalhadores. A evidência empírica sugere que subidas da taxa de juro aumentam a desigualdade económica e logo a injustiça social.
E nos Estados periféricos sem soberania económica de qualquer tipo, a subida da taxa de juro decidida pelo BCE compele à intensificação da injusta e ineficiente austeridade.
Cortejo fúnebre, mesmo.
E entretanto as poupanças que se lixem.
ResponderEliminarJá agora, o homem terá também falado no impacto da inflação no desemprego. Olhando para os anos 70 foi desemprego e greves. Seguidos de Reagan e Thatcher. Veremos no que dá desta vez.