Através de Pedro Pinheiro, fiquei a saber que ontem se assinalaram os setenta anos do golpe, orquestrado pelos serviços secretos britânicos e norte-americanos, que derrubou o governo democrático de um nacionalista de esquerda chamado Mohammed Mossadegh no Irão. A nacionalização da companhia petrolífera anglo-iraniana foi o pecado mortal.
Do Irão de Mossadegh à Bolívia de Morales, passando pelo Chile de Allende, o nacionalismo de esquerda foi sempre o inimigo principal do imperialismo. Afinal de contas, é portador das formas mais consequentes de autodeterminação coletiva.
E o nacionalismo de esquerda, note grande parte da esquerda europeia desmemoriada pelo europeísmo, permitiu também as formas mais consequentes de internacionalismo. O projeto político do Terceiro Mundo foi a sua melhor expressão, como assinalou o historiador Vijay Prashad: de Bandung ao projeto da Nova Ordem Económica Internacional, aprovado pela Assembleia-Geral da ONU em 1974. Esta última previa precisamente o direito ao controlo nacional dos recursos e sectores estratégicos. Por um momento, como assinalou o historiador Mark Mazower, “os EUA estiveram na oposição”.
Enfim, não gosto da moda dos testes políticos, mas não lhes consigo resistir. O último que fiz foi o dos valores de esquerda. E, sim, corresponde - “Correspondência mais próxima: Nacionalismo de esquerda. O nacionalismo de esquerda é uma ideologia que mistura economia de esquerda com patriotismo e nacionalismo não-xenofóbico. Muitos nacionalistas de esquerda apoiam simultaneamente a solidariedade internacional e podem apoiar a luta armada.”
xenofóbico :)
ResponderEliminarObrigado, corrigido :)
ResponderEliminarFiquei no mesmo grupo. Não foi surpresa.
ResponderEliminar