terça-feira, 1 de agosto de 2023
Apressadamente
Lembrei-me desta frase das Jornadas Mundiais da Juventude a propósito das recentes declarações de António Guterres sobre a urgência climática. Concretamente, quando reagiu ao facto de o mês de julho que agora termina estar «a caminho de ser o mês mais quente já registado» desde que as medições começaram, ao mesmo tempo que se observam «as temperaturas oceânicas mais altas de todos os tempos para esta época do ano».
Assinala Guterres que «para vastas partes da América do Norte, Ásia, África e Europa, é um verão cruel. Para o planeta inteiro, é um desastre. E, para os cientistas, é inequívoco: a culpa é dos humanos. Tudo isto corresponde às previsões e aos repetidos avisos. A única surpresa é a rapidez das alterações». E acrescenta que «as alterações climáticas estão a acontecer, são aterradoras e isto é apenas o começo», e que «a era do aquecimento global terminou, dando lugar à era da ebulição global», exortando os líderes mundiais a agir, sem perder mais tempo.
Recentemente, e na mesma linha, o Papa Francisco apelou de novo aos «líderes mundiais para que façam algo mais concreto para limitar as emissões poluentes», considerando tratar-se de «um desafio urgente, que não pode ser adiado». O mesmo Papa Francisco que dedicou a sua primeira encíclica (Laudato Si) ao «Cuidado da Casa Comum», onde afirma que «toda a abordagem ecológica deve integrar uma perspetiva social que tenha em conta os direitos fundamentais dos mais desfavorecidos», incentivando os governos a agir contra a «ganância», o «poder da economia, da finança e da tecnologia» e os «demasiados interesses particulares» que prevalecem.
Oxalá os milhares de jovens que se reúnem nos próximos dias em Lisboa assumam o significado pleno e a urgência extrema das palavras de Francisco, compreendendo que, de facto, «tudo está ligado».
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