terça-feira, 20 de junho de 2023

Nexos liberais


Hoje ficámos a saber, através do Jornal de Notícias, que “Tribunal anula demissão de funcionária que comeu croissant” e que “Hipermercado também despediu mulher por receber selos de cliente”.

No entanto, como assinalou Vítor S., “os jornais sempre tão despachados a dar nomes a tudo, não sabem qual é o supermercado que dá selos e despede pessoas porque comem um croissant fora do prazo?”. 

No fundo, o que rende é herdar o continente e certa comunicação social tem muito respeitinho pelos pequenos grandes ditadores desta forma por escrutinar. É uma questão de publicidade e uma questão ideológica também. 

Afinal de contas, sabemos, desde pelo menos John Stuart Mill, que os liberais correm um grande risco: sempre que se atrevem a passar para lá da porta onde diz “proibida a entrada a pessoas estranhas ao serviço” e a olhar para o que lá se passa, tornam-se socialistas com elevada probabilidade. 

E daí o investimento ideológico ofuscador de tantos liberais até dizer chega para reduzir a empresa capitalista a um nexo horizontal de contratos voluntários.

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