Quando o aperto político se tornou excessivo, Pedro Passos Coelho largou alguns "pesos mortos". Foi o caso Miguel Relvas, criticado na comunicação social por estar ligado a casos polémicos de utilização de fundos comunitários - para criar uma rede nacional de aeródromos e respeftiva formação profissional... - e de ter "acelerado" o seu currículo.
A remodelação governamental promoveu, entre outros pessoas, o jovem Miguel Poiares Maduro, a ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional. Jovem em idade, embora velho nas ideias. Professor universitário, passou pelo Tribunal Europeu de Justiça como advogado e foi membro da comissão política de candidatura de Cavaco Silva nas últimas eleições presidenciais. Em 2013, esteve na organização do debate sobre a reforma do Estado, promovido pelo Governo Passos Coelho, que redundou em nada.
Poiares Maduro criticou duramente os juízes do Tribunal Constitucional - não por defender mal os funcionários e os pensionistas cujos rendimentos o Governo queria cortar (inconstitucionalmente) - mas porque, na sua opinião, impunha a renegociação do programa de ajustamento ou um novo aumento de impostos e, se falhassem, obrigaria Portugal a sair do euro. Na sua opinião, teria sido preferível despedir funcionários públicos. "Em termos de distribuição dos custos políticos, o Governo não foi muito inteligente", escreveu.
Um ano antes, Poiares Maduro criticara - como Cavaco Silva já o havia feito nos anos 80/90 - o recurso crescente ao TC para dirimir questões que deviam ser decididas no campo da política. Estas complicações fizeram-no defender um "Governo técnico de iniciativa presidencial", apoiado por "um verdadeiro consenso político", que não existia há dez anos, devido à oposição.
"O PS deixou de acreditar que Portugal faz bem em cumprir o Memorando" de Entendimento com a troica e defende que este devia ser renegociado para eliminar grande parte da austeridade que contém. "É um pouco como se uma equipa estiver a jogar futebol e alguns dos seus adeptos sugerissem colocar um avançado junto do guarda-redes", escreveu. "O Governo entende que as opções de Portugal neste momento são apenas entre vários modelos de austeridade".Era assim há dez anos.
Mais um bem falante. Critico das elites, ao que consta!
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