Face ao anúncio das inspecção da ASAE de que
muitos produtos alimentares estavam a ser vendidos com margens brutas superiores a 50%, o director-geral da Associação de Empresas de Distribuição, Gonçalo Lobo Xavier, justificou na CNN essas margens brutas de 50% das empresas de distribuição com... [!] o aumento do preço dos produtos comprados aos seus fornecedores.
Ora, vamos lá explicar: MARGEM BRUTA = a percentagem de lucro obtida com a venda destes produtos, considerando o custo de aquisição junto dos fornecedores e produtores e o preço a que, posteriormente, os venderam junto dos consumidores finais.
Percebeu, rico? É 50% APESAR do aumento do preço dos fornecedores!
Sobre areia para os olhos: os preços dos supermercados e de qualquer negócio não são livres? não é o mercado a funcionar? Para além da censura moral(?) a ASAE pode fazer mais qualquer coisa? Há alguma lei que limite as margens brutas?
ResponderEliminarSão dúvidas que tenho, porque eu trabalhei numa empresa em que havia produtos com 1000% de margem bruta e nunca houve problema.
O mercado é livre mas com regras... não é uma selva, embora o capitalismo seja selvagem
EliminarCaro anónimo,
ResponderEliminarNão é uma selva, mas as formas de a controlar têm vindo a ser cada vez mais, ao longo de décadas, desarmadas. Os mecanismos legais aprovados parecem querer, precisamente, evitar que se faça esse controlo da selva... sob a ilusão de que existem mecanismos de controlo.
E ainda mais um paradoxo, ainda que cheio de sentido: quem defende que se desarme esses mecanismos parecem ser tão educados membros da elite. É como se a elite educada vivesse precisamente à custa da selva que se abate sobre os "menos favorecidos" por essa selva. E que, a julgar pelas margens brutas de 50%, vivem precisamente à custa da selva que criaram e que dominam em seu proveito à custa da desvida dos restantes.
a regra mais conhecida é aquela do lucro máximo. Mas eu gostava de saber se há alguma lei que impeça os supermercados de venderem ao preço que quiserem, sem ser a lei da oferta e da procura que pode levar a que ninguém consiga comprar e lá se vai o lucro máximo.
ResponderEliminarEstas notícias da actuação da ASAE parecem ser areia para os olhos lançada por este governo que não quer assumir a fixaçao de preços de produtos essenciais como o melhor meio de controlar a inflacção.
Especulação é crime. Parece que se anda a esquecer a lei
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