Há razões para ler os editorais de Manuel Carvalho: observar a decadência da linha liberal do Público, a da defesa das iniciativas liberais que há décadas causticam o país, as das privatizações e das liberalizações sem fim, cujo argumento desmemoriado restante é o de que na realidade nunca existiram; confirmar que as ideias aí dominantes são, perante redações precárias, cada vez mais as ideias dominantes dos proprietários.
Daí o seu ódio a todo o partido, movimento ou liderança que constate que os direitos associados à propriedade privada têm de ser fortemente contrabalançados por obrigações, que o rentismo e a especulação têm de ser contrariados ou que a propriedade pública de setores estruturalmente estratégicos também é um meio de impedir que a democracia se transforme numa oligarquia, no domínio de poucos, dos Azevedos, Amorins, Soares dos Santos, Mellos e quejandos.
Jacobina, clama agora Carvalho, uma vez mais convocando os espectros que devem assustar esta gente. Foi a mesma pessoa que apodou de aprendizes de Lénine jovens militantes ecologistas, lembremo-lo. As suas tentativas de insulto são na realidade um bom elogio, um indicador de que algo se está a fazer bem, insisto.
Talvez tempo de revisitar Henry George?
ResponderEliminarhttps://en.wikipedia.org/wiki/Henry_George
Uma coisa é certa: a Catarina não estará reservado um lugar no conselho de administração da Mota-Engil...
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