sexta-feira, 4 de novembro de 2022
O anti-Alexandre
Fernando Alexandre criticou, em entrevista, Marcelo e Costa por ousarem, por uma vez, defender o interesse nacional, contestando timidamente a subida da taxa de juro pelo BCE. Acusou-os de falta de sentido de Estado. Ana Sá Lopes decidiu dar-lhe palco para defender o rentismo financeiro, desculpem, as poupanças.
Falta de sentido de Estado é aceitar esta subordinação do país, a pertença a um Euro que nos reduziu a uma semi-colónia estagnada e endividada em moeda que não controlamos. Falta realmente Estado e sentido para tudo isto.
Mas quem é Alexandre? Para os que já não se lembram: é um economista académico da linha Passos Coelho, tendo feito parte do governo da Troika na administração interna. Menos Estado social, mais Estado penal, já se sabe.
Já defendeu, em estudo para a Associação Portuguesa de Seguros, a privatização da Segurança Social, à boleia de uma teoria da poupança equivocada. Melhor do que redistribuir dos ativos para os inativos por via do Estado em cada momento do tempo, é fazer essa mesma redistribuição, mas aceitando que a finança ganhe no processo. Sabemos como tem corrido noutros países, que aliás já reverteram total ou parcialmente tal contra-reforma, da Argentina à Polónia.
Faz parte do cortejo fúnebre da economia portuguesa, como a generalidade dos economistas convencionais, de Mário Centeno a Ricardo Reis.
O Fernando Alexandre nao e aquele sensato economista que nos idos tempos em que o Passolas apoiou o corte de feriados com base numa teoria espectacular sobre "solavancos"?
ResponderEliminarhttp://destrezadasduvidas.blogspot.com/2011/11/o-trabalho-em-portugal-uma-interrupcao.html
Continuo a espera pelo prodigioso "paper cientifico" que demonstrara os efeitos portentosos que esta medida teve na economia portuguesa.