Há um par de dias, no país em que, de 2015 a 2021, o preço da habitação cresceu 4 vezes mais do que a massa salarial nominal total, enquanto defende o novo visto para os chamados nómadas digitais, Rita Marques, Secretária de Estado do Turismo, afirma que “somos um país muito sexy, apetitoso para estrangeiros”.
Em 2018, apresentando legislação que classifica os terrenos residenciais como “sensíveis”, o governo da Nova Zelândia, fez saber que “acredita que os neozelandeses não devem ser ultrapassados por compradores estrangeiros mais ricos” e explicitou que, “[q]uer se trate de uma bela propriedade à beira dos lagos ou do oceano, ou de uma modesta casa suburbana, esta lei assegura que o mercado para as nossas casas seja estabelecido na Nova Zelândia e não no mercado internacional”.
Lá está, os limites da nossa linguagem são os limites do nosso mundo e vice-versa. Pobre país.
Cá é ao contrário, tanto os governantes como uma maioria de governados acham que os portugueses devem ser ultrapassados por estrangeiros mais ricos. A decadência deste nosso país é mais do que evidente.
ResponderEliminarEstou totalmente de acordo com o primeiro parágrafo. Mas quanto à NZ o que na verdade se passa aqui é que os ganhos de capital não são taxados. Isso inflacciona, e muito, os preços das casa. Daí esta lei, que não ataca a raíz do problema, e que penalizou mais as pessoas que estavam com visto de trabalho (era o meu caso) e que deixaram de poder comprar casa por não serem cidadãos ou residentes.
ResponderEliminar-Mafalda
Portanto o problema para a Mafalda é o Estado não ser parte integrante dos ganhos dos negócios que são feitos com as habitações... já o caso dos neozelandeses serem ultrapassados por estrangeiros mais ricos não tem qualquer problema, viva o liberalismo.
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