Como explico em A Ordem do Capital: Como os economistas inventaram a austeridade e abriram o caminho para o fascismo, Mussolini foi um dos maiores campeões da austeridade em sua forma moderna. Isto se deu em grande parte porque ele se cercou dos economistas de referência da época, assim como dos campeões do paradigma emergente da “economia pura” – ainda hoje a base da economia neoclássica dominante.
Enquanto o livro não sai, podemos ficar com um resumo do trabalho de Clara Mattei, historiadora da economia política da New School, na Jacobin Brasil. O livro promete, a avaliar pelos seus artigos científicos já publicados, explorando em particular a relação dos economistas liberais italianos com o fascismo.
Este é um ponto que é de facto caro a quem conhece a história da economia política: tal como o liberalismo económico, indissociável da economia convencional, abriu caminho ao fascismo, o neoliberalismo abre caminho às novas formas de fascismo que andam por aí um século depois.
O Fascismo é a ditadura terrorista do capital financeiro. Implantou-se pela primeira vez em 1922 na Itália e foi dirigido contra os operários e as restantes forças progressistas. Para o Tarrafal foram primeiramente operários grevistas. O voto de pesar da Assembleia da República a Adriano Moreira é a prova de que o fascismo consciente ou inconscientemente está vivo e os seus inimigos são os mesmos de sempre.
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