sexta-feira, 7 de outubro de 2022

A espiral descendente dos salários na Zona Euro e em Portugal


Enquanto muitos economistas alertam para o risco de espirais inflacionistas provocadas pelos salários, os dados do BCE mostram que a história das últimas décadas tem sido outra: com a queda da sindicalização, o trabalho recebe uma parte cada vez menor do rendimento total.

Noutros contextos inflacionistas, a escalada dos preços motivou pressão acrescida por parte dos sindicatos para tentar garantir que os salários reais os acompanhavam. O problema é que, ao longo das últimas décadas, as taxas de sindicalização têm caído a pique na maioria dos países europeus, como se vê no gráfico acima. Portugal não foi exceção: a taxa de sindicalização caiu de 60,8% em 1978 para apenas 15,3% em 2016, segundo a OCDE.


A erosão do poder negocial do trabalho é um dos principais motivos para a redução significativa do peso dos salários no PIB, que apenas se inverteu ligeiramente durante o período de governação da Geringonça.



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