segunda-feira, 4 de julho de 2022
No regresso do passismo, nada de novo
«Montenegro não queria dizer ao que vinha, mas de onde vinha. E a incompreensão do que foi a geringonça é evidente quando pinta um retrato tremendo sobre a forma como os portugueses olham para os últimos seis anos, esmagadoramente desmentido pelos resultados eleitorais. O guião foi o habitual: a esquerda tem ideologia, a direita tem soluções para as pessoas. Depois, veio uma intervenção quase exclusivamente ideológica.
Baseado num conceito de liberdade essencialmente anti-social-democrata, o debate que Montenegro propõe fazer sobre políticas públicas é o de saber o que mais pode ser entregue ao privado. Mais nada de relevante existe no seu esboço programático. É preciso o SNS recorrer o privado contra o qual o Estado tem, apesar de gastar 40% dos seus recursos em saúde com ele, um preconceito ideológico. Montenegro parece querer, como a IL, transferir para o setor privado a generalidade da prestação dos serviços de saúde, reservando ao Estado o papel de financiador. Se não é isto, o resto não esteve no seu discurso. Nem uma proposta sobre a fixação de profissionais de saúde no público ou investimento no SNS. Até quando fala do ensino pré-escolar, a questão já não é a necessidade de recorrer ao privado, é o Estado abster-se de criar uma rede pública para não criar concorrência desleal ao negócio.
Nas propostas do combate à inflação, os salários estiveram ausentes. Montenegro propõe um programa assistencialista que deve aproveitar os ganhos fiscais com a inflação, apesar de no mesmo momento propor baixar os impostos e dispensar esses ganhos fiscais. Para a economia, baixar impostos resolve. Tudo o resto é genérico.»
Daniel Oliveira, O passismo voltou, que a gestão ao centro está ocupada
Sendo que populista será a proposta política que é dirigida ao povo, dizendo querer servi-lo por meios que ou são inexequíveis ou insuficientes para os resultados anunciados.
ResponderEliminarSe pela dinamização da ação privada se diz ser o caminho possível para chegar ao nível de riqueza que potencie a resolução dos problemas.
Se o reformismo do 'mais Estado' sugere ser caminho para a criação de riqueza, negando a eternização da pobreza num qualquer conforto ideológico de maior igualdade.
Se o centro propõe o imobilismo do situacionismo que se vem vivendo, fundando a sua mensagem na defesa de um adquirido que sempre teve elevado nível de ajuda externa.
Determine-se qual a mais populista das propostas.
O que é que o sô Zé anda para aqui a dizer que ninguém percebe nada?
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