«Quem disputa audiências clama por mudanças radicais. Se em alguns casos a resolução de problemas do país exige, de facto, transformações profundas e concentradas no tempo, noutros requer a prossecução de intervenções cujo impacto decorre da sua coerência e persistência, muito mais do que do grau de inovação e radicalidade das medidas em causa.
O facto de serem pouco inovadoras ou dramáticas não torna menos importante o escrutínio das políticas públicas. Obriga, no entanto, a que o debate vá além de frases feitas e de polémicas mais ou menos estéreis, assentando antes na análise cuidada dos resultados e dos processos envolvidos. É isso que tentamos fazer nesta 4ª edição de “O Estado da Nação e as Políticas Públicas”, que tem o mesmo objetivo das edições anteriores: ir para lá da espuma dos dias, focando as atenções nos desafios estruturais que se colocam a Portugal e em algumas respostas recentes para os enfrentar em diferentes domínios da governação».
Da introdução de Ricardo Paes Mamede à edição de 2022 do relatório sobre o Estado da Nação e as Políticas Públicas, este ano com o título «Recuperação em Tempos de Incerteza» (acesso gratuito ao relatório, na íntegra ou por capítulos, aqui). Tal como nas três edições anteriores (2019, 2020 e 2021), este trabalho surge por ocasião do debate parlamentar sobre o Estado da Nação. Este ano, e dando sequência à inovação introduzida no ano passado, o IPPS-Iscte, em parceria com o CoLABOR, junta ao relatório uma interessante base de dados («O Estado da Nação em Números»), que vale a pena consultar.
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