quinta-feira, 28 de julho de 2022

Diz que é um jornal


Um “jornal”, aspas muitas aspas, como o i serve basicamente para isto: defender os interesses do grande patronato. O drama é quando o marxismo mais básico explica o essencial em muita comunicação social. 

De facto, falar dos “economistas”, colocar uma fotografia de João César das Neves e uma declaração sobre “populismo típico de extrema-esquerda” é uma fraude: da OCDE a Mario Draghi, passando por insuspeitos juristas ordoliberais com cultura económica, atrevo-me a dizer que a maioria defende um imposto sobre os lucros caídos do céu. 

Bem sei que só neste país é que se diz só neste país, como assinalava Sérgio Godinho, mas aposto que já só em Portugal é que esta medida passa por radical. Radical, do que vai as raízes do problema, é mexer nas relação de propriedade. 

E falar de descapitalização, quando as grandes empresas distribuem dividendos a rodos a acionistas gananciosos, em detrimento do investimento paciente, é não ter a mais pequena noção da realidade dos mastodontes empresariais que estão a lucrar com a situação.

3 comentários:

  1. Apenas outra forma de olhar para os lucros "extraordinários".
    Quando este género de lucros ocorre outros investidores, do mesmo ramo, serão óbviamente atraídos.
    Resultará numa concorrência entre empresários (salvo as, permitidas pelo governo, cartelizações).
    Consequente baixa de preços, com melhoria de qualidade, maior oferta. Óbvio.

    Não pouca vezes surgem benéficos efeitos secundários: a criação de mais empresas, mais emprego, maior R&D (pesquiza de desenvolvimento) mais industrialização ... maior volume de taxas e crescimento económico.
    Vantagens óbvias para o País.
    Por aqui há muito quem pense que lucros extraordinários é crime e tente impôr o sangrar a árvore das patacas.
    Será essa a melhor decisão política para um País.

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  2. Anónimo, deve ter dado uma grande cabeçada! Que grande confusão vai nessa cabeça. Está recordado da multa que vários hospitais, vários bancos e outras grandes empresas foram recentemente condenadas por cartelismo?
    O Durão Borroso quando permitiu a liberalização dos preços do combustível também disse o mesmo. Veja o que está a acontecer.

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  3. Seria muito bom se tudo isso que o Anónimo elenca acontecesse. Mas não, não acontece.

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