domingo, 17 de julho de 2022

A indignidade anti-comunista


Amigo dos comunistas portugueses, fiz questão de ir ao concorrido comício no Campo Pequeno há uns meses. Os amigos são para as ocasiões, sobretudo quando está em curso uma campanha anti-comunista particularmente descarada. 

Não fiquei surpreendido com o contraste entre a dignidade do evento e a indignidade da sua cobertura televisiva, em particular na SIC. Perante a justa queixa, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social  (ERC) deliberou o seguinte

“Considerar que a peça jornalística, ao ter um registo opinativo, que desvaloriza e ridiculariza a posição do PCP, não observa o rigor informativo, pelo incumprimento da necessária isenção e pela não demarcação entre informação e opinião, ao arrepio do disposto na alínea a) do n.o 1 do artigo 14.o do Estatuto do Jornalista.” 

No entanto, a regulação no neoliberalismo é totalmente inconsequente, limitando-se a ERC a “instar a SIC a assegurar a difusão de uma informação que respeite o pluralismo, o rigor e a isenção, nos termos previstos no artigo 34.o, n.o 2, alínea b), da Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a Pedido”. 


1 comentário:

  1. Também me deixa perplexo o comportamento dos "media" perante a Guerra na Ucrânia. É claro que toda a comunicação está obviamente na luta ao lado da Ucrânia, deixou de noticiar para fazer parte da luta. Independentemente da opinião que se tenha sobre a Guerra, é óbvio que a comunicação social é uma espécie de sucursal das forças pró ucranianas. O que me admira é que os jornalistas alinhem e nenhum discorde. Note-se que não defendo que devem ser pró russos. Correrão o risco de serem despedidos se mostrarem mais neutralidade? E nos incêndios: serão repreendidos pelas chefias se fizerem menos parvoíces?
    Não sei responder mas gostava que me esclarecessem.
    A. Maced

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