quinta-feira, 5 de maio de 2022

Dêem uma farda a Von der Leyen

 

Foi há dias e mais ou menos na mesma altura. 

Primeiro. A presidente da Comissão Europeia dirigiu-se ao parlamento europeu para apresentar mais um pacote de sanções à Russia, incluindo mais limites à informação, depois da suspensão dos canais Russia Today (RT) e Sputnik (procurar "sanções contra os autores da desinformação"): 

Terceiro, estamos banindo três grandes emissoras estatais russas de nossas ondas de rádio. Eles não poderão mais distribuir seu conteúdo na UE, seja qual for o formato, seja por cabo, satélite, internet ou aplicativos para smartphones. Identificamos esses canais de TV como porta-vozes que amplificam agressivamente as mentiras e a propaganda de Putin. Não devemos mais dar-lhes um palco para espalhar essas mentiras.

Este tipo de sanções não representam apenas o fecho às emissões destes canais. De acordo com a informação prestada pela Comissão Europeia sobre os casos RT e Sputnik, limita-se o próprio exercício da liberdade de informaçao (procurar E.Others filelds - Media): 

(...) Ao mesmo tempo, a liberdade de expressão pode ser restringida de forma proporcional por interesses públicos legítimos. A liberdade de expressão não pode ser invocada por outros meios de comunicação para contornar o regulamento. A não evasão aplica-se igualmente aos jornalistas. Assim, se outro meio de comunicação ou jornalista pretender informar os seus leitores/espectadores, mas na realidade a sua conduta visar transmitir ao público o conteúdo do Russia Today ou Sputnik ou tem esse efeito, estará a violar a proibição estabelecida no Regulamento. 
Q6. A proibição inclui responsabilidades para os operadores para garantir que a proibição seja aplicada. “Operadores” não é um termo definido; como esse termo deve ser entendido? 
O regulamento estabelece uma proibição ampla e abrangente. O Regulamento proíbe tanto a radiodifusão (lato sensu) como o facto de os operadores “permitirem, facilitarem ou de qualquer outra forma contribuirem para a radiodifusão”. Assim, a proibição aplica-se a qualquer pessoa física ou jurídica que exerça uma atividade comercial ou profissional que transmita ou permita, facilite ou contribua de outra forma para difundir o conteúdo em questão. Além disso, por força da cláusula geral e ampla de não evasão do artigo 12.º do Regulamento n.º 833/2014, é proibida a participação, consciente e intencionalmente, em atividades que tenham por objeto ou efeito contornar a proibição em causa, incluindo agindo em substituição de uma pessoa singular ou colectiva, entidade ou organismo sujeito à proibição prevista no artigo 2.º-F do regulamento. Os operadores não podem proteger-se das obrigações decorrentes do Regulamento n.º 833/2014 invocando outras disposições do direito derivado da UE, como o artigo 15.º da Diretiva de comércio eletrónico.

Trata-se, portanto, de censura. 

Censura para evitar que informação - segundo a Comissão Europeia, mentirosa e propagandística - chegue aos cidadãos europeus desinformados. Mas ao mesmo tempo, a Comissão lança-se num trabalho bélico de propaganda contra a Rússia. E pior: nada impede a que a mentira e a propaganda possam ser exercidas sobre os cidadãos europeus, pelos canais dos "amigos" da Ucrânia, alinhando com o esforço de guerra, de forma a manter os europeus unidos na guerra ainda não declarada à Rússia. 

Segundo. Mais ou menos na mesma altura que Ursula Von der Leyen se dirigia aos eurodeputados, tornou-se conhecido que as múltiplas "notícias" veiculadas desde os primeiros dias da guerra na Ucrânia referindo a existência de um piloto ucraniano que derrubara dezenas de aviões russos, tratando-o como herói ou mito, eram na verdade... uma mentira de relações públicas... para levantar o moral

Os jornalistas não tinham forma de confirmar a informação passada. Mas diversos órgãos de comunicação social portugueses - como foi o caso da Visão, ou Observador (ver ilustração) - assumiram o personagem ou o rumor sobre o personagem.

Na verdade, o que se passava no terreno era bem diferente:

Publico 16/4/2022

É a guerra, dir-se-á. E é verdade. A guerra tudo absorve e arrasta, sobretudo a verdade e a vida. Mas nesse caso dispensem-nos os grandiloquentes e empolgados discursos, em nome de grandes princípios - como a verdade e a liberdade. Porque do que se trata, na verdade, é da preparação para a guerra dos "desinformados" europeus. Eles não sabem ainda, mas serão chamados a combater ou a ser vítimas, mais tarde ou mais cedo, da guerra.

Aconselha-se, pois, que, no seu próximo discurso, Von der Leyen vá fardada. E que os cidadãos europeus percam esta sensação de impotência, de estarem inconscientemente a ser conduzidos para qualquer coisa pior, e se mobilizem para impor negociações entre os beligerantes - NATO, Rússia e Ucrânia - e a paz entre os povos.


3 comentários:

  1. Biden, Leyen, Zelensky, etc: conversas de 1914...
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    [sim: o europeu-do-sistema não está interessado em ALTERNATIVAS DE PAZ]
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    -> O europeu-do-sistema fala em Putin (etc) para desviar as atenções...
    pois é, sim, já há muito tempo que deveria ter sido reconhecido:
    ---> O OCIDENTE DEVE RECONHECER QUE DEVEM SER POVOS AUTÓCTONES A EXPLORAR AS SUAS RIQUEZAS NATURAIS!
    Isto é:
    - intodução da Taxa Tobin!
    [nota: a Taxa Tobin seria utilizada para que fossem empresas autóctones, e não multinacionais Ocidentais, a explorar as suas riquezas;
    OBS: mandar esta mensagem de paz para o povo russo, para o planeta,... é uma coisa que não interessa ao hipócrita Ocidental]
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    Nota: ao bloquear a Taxa Tobin... o Ocidente originou muitas muitas guerras... ao interesse das multinacionais.
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    O Ocidente possui um muito muito largo historial de revoluções/guerras engendradas no sentido de, no caos, no final, as mais variadas riquezas ficarem na posse da alta finança (nomeadamente, na posse de multinacionais Ocidentais).
    Nota: a guerra da Ucrânia é mais do mesmo...
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    Europeus-do-sistema: boys e girls num festival de hipocrisia.
    Sim:
    Zelensky (e seus boys) são boys das negociatas das multinacionais Ocidentais.
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    Zelensky (e seus boys) estiveram em conluio com 'gurus' da NATO... quando estes andaram a fazer um festival de ameaças/provocações à Russia:
    -> secretário geral da NATO: «a Russia vai ter cada vez mais NATO nas suas fronteiras».
    (todos unidos no saque aum território imenso)
    -> outros 'gurus': «a globalização vai entrar pela Russia a dentro»
    (multinacionais a comprar...).
    etc.
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    O hipócrita Ocidental andou a ameaçar, e a provocar, a Russia no sentido se intervir.... anda a mandar armas para a Ucrânia...
    pois é:
    - armas da NATO para expulsar russos da Ucrânia...
    - e, tal como sucedeu em muitos outros territórios... as principais riquezas da Ucrânia vão passar para as mãos de multinacionais Ocidentais.
    Mais:
    - para melhor rentabilizar os seus investimentos, as multinacionais vão exigir substituição populacional...
    e... os europeus-do-sistema vão acusar os patriotas ucrânianos de «racistas/xenófobos».
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    Outros casos:
    - o hipócrita Ocidental bloqueia a investigação à forma como o Ocidente faz chegar armas a 'grupos rebeldes', que não possuem fábricas de armamento... e cujas guerras/revoluções são usadas para destituir «governos não-amigos» (não interessados em vender as riquezas autóctones).
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    DIZ NÃO AO DISCURSO DE ÓDIO, DE HIPOCRISIA, COM MAIS DE 2000 ANOS
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    Ódio cidadanismo de Roma (discurso dos europeus-do-sistema):
    - é o velho discurso de ódio tiques-dos-impérios, isto é, ódio à existência de outros, isto é, o ódio à existência de povos autóctones dotados da Liberdade de ter o seu espaço e prosperar ao seu ritmo.
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    Cidadanismo de Roma XX-XXI:
    - está, hipocritamente, travestido de 'combate ao racismo e xenofobia'.
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    Os europeus-do-sistema evocam os hitlerianos procurando atingir os Identitários... ora, o que se passa, É EXACTAMENTE O CONTRÁRIO:
    - o problema dos hitlerianios não era Identitário, o problema deles era exactamente o mesmo problema dos europeus-do-sistema (e vice-versa):
    - um discurso de ódio à existência de outros, nomeadamente, ódio à existência de povos autóctones dotados da Liberdade de ter o seu espaço e prosperar ao seu ritmo.
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    Adiante:
    - Os Identitários reivindicam Liberdade/Distância/Separatismo dos boys e girls da laia dos europeus-do-sistema; por motivos óbvios:
    -> NA ORIGEM DA NACIONALIDADE ESTEVE O IDEAL DE LIBERDADE IDENTITÁRIO:
    - «ter o seu espaço, prosperar ao seu ritmo».
    Não foi:
    - o ódio tiques-dos-impérios!...
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    SEPARATISMO 50-50:
    - os globalization-lovers, UE-lovers, etc, que fiquem na sua (possuem imensos territórios ao seu jeito)... respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa.
    .
    -» blog http://separatismo--50--50.blogspot.com


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  2. É vergonhoso. Mas era expectável. Apesar de tudo, ainda existiam cidãdãos com espírito crítico e curiosidade, poucos, mas existiam e à medida que o efeito bumerangue se amplia, é ter todos os cidadãos on board, para os sacrifícios, claro.

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  3. Ainda me lembro quando, no tempo da ditadura, quem quisesse ouvir alguma rádio estrangeira de algum país democrático ou até da Rússia para onde eram deportada a grande maioria dos democratas portugueses que se opunham ao regime ditatorial de Salazar e seu gang a "Rádio Moscovo", quando sintonizássemos os programas emitidos por essas pessoas, normalmente durante o princípio da noite, éramos aconselhados a pôr um compo com água por cima do rádio para não ser captado pelos emissores com que corriam as ruas por essa altura.

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