sexta-feira, 1 de abril de 2022

Vade retro, mesmo

 
 
Subscrevi uma carta aberta que Vital Moreira comenta desta forma: “Esta carta aberta não passa, portanto, de um provocatório panfleto filoputinesco, que só pode merecer repúdio, com os seus autores (e seguidores!) lançados à execração pública e interditados académica e profissionalmente, como medida de segurança!”

Bem sei que Vital Moreira adoptou aqui um raro modo satírico para, à sua maneira, apoiar o documento, mas ao ler certos intelectuais belicistas de sofá, e alguns até se dizem de esquerda, temo bem que possa ser levado à letra. 

Muitos dos intelectuais belicistas confirmam uma hipótese: 

Um certo europeísmo, agora também declinado na conversa vagamente racista sobre a “civilização ocidental dos que são como nós”, é a doença infantil de antigos esquerdistas transformados em provicianos passageiros frequentes num certo jornalismo e numa certa academia nacionais; onde antes estava Pequim, Tirana ou, mais raramente, Moscovo, está desde meados da década de oitenta, implícita ou explicitamente, o eixo Washington-Bruxelas. 

A atitude sectária é a mesma. Sim, por uma vez não me apetece referir nomes. Eles, e são quase sempre eles, andam por aí...

6 comentários:

  1. Os mesmos “intelectuais” de “esquerda” que acusam Putin de ser um autocrata são os mesmos que pedem à Comissão Europeia, uma organização autocrata que recebeu nenhum voto, de nenhum eleitorado, de nenhum país para agir contra a Rússia!

    A aceitação da natureza autocrata da UE está de tal forma entranhada em certos miolos de “esquerda” ao ponto de já nem conseguirem discernir a realidade da ficção, e isto ajuda a explicar o porquê de se sentirem tão confortáveis com a consolidação de poder em Bruxelas.
    Outra coisa que ajuda a explicar a complacência de certa “esquerda” com a UE é esta “esquerda” tem uma vida confortável, estão bem instalados, eles não se sentem atingidos pela austeridade da UE/ Euro, o seu modo de vida “cosmopolita” tem sido garantido, e enquanto as suas opiniões seguirem a doutrina euro-liberal continuarão na “comunicação social” e não serão cancelados nas redes ditas “sociais”.

    A esquerda progressista não pode deixar que a “esquerda” europeísta pró-Nato a intimide!
    A “esquerda” militarista não só está a contribuir para degradar ainda mais a Democracia, para a erosão da liberdade de expressão como quer o escalamento do conflito.
    Era bom que certa “esquerda” fosse confrontada com a realidade, eles e elas não estão no topo do pedestal moral que julgam que estão, talvez assim paravam de instigar a 3ª guerra mundial e até começavam a olhar para integração europeísta com olhos de ver, eu sei, é pedir muito a alguns “cosmopolitas”, o privilégio foi construído com a integração euro-liberal e a sua continuidade depende da continuidade desta maldita integração.

    ResponderEliminar
  2. Muito bem dito comentador das 13:44.

    ResponderEliminar
  3. Viva, tive alguma dificuldade em seguir o que tenta transmitir neste texto, tendo sido levado a pensar exactamente o contrário do que tenta dizer. Só depois de ler a carta aberta percebi que estava equivocado.
    Sugeria uma pequena frase introdutória, um simples "Subscrevi uma carta aberta que Vital Moreira comenta desta forma:" ou colocar simplesmente aspas na citação.

    Como está no momento, pensei que estava a acusar Vital Moreira de assinar uma carta aberta que defendia Putin. Fiquei confuso.

    Fica a sugestão.

    ResponderEliminar
  4. Estes e esta tontinha pensam que estão a falar para a Grécia:

    Von der Leyen avisa China para não subverter sanções e não apoiar regime russo
    https://www.dn.pt/internacional/von-der-leyen-avisa-china-para-nao-subverter-sancoes-e-nao-apoiar-regime-russo-14734214.html?fbclid=IwAR3ZdgZ4Ov-qo2hgNfRZYa73FQpG9c7p0uz72lwCLqYEZzSDCa3id5wcoE8

    ResponderEliminar