quarta-feira, 20 de abril de 2022
A iminente espiral da guerra
Confesso que estou muito preocupado com o nível de descontrolo emocional que a propaganda dos media conseguiu produzir na nossa sociedade e que está presente nos comentários das redes sociais.
No dia do início desta guerra, publiquei um post muito claro de condenação da guerra.
A principal reivindicação da Rússia, a neutralidade da Ucrânia, pareceu-me sempre razoável. Contudo, mesmo no plano da geo-estratégia, os fins não justificam os meios, muito menos através da guerra. Com o passar dos dias, com o sofrimento e destruição produzidos, com o risco de uma derrapagem para a confrontação nuclear, esta minha convicção ficou profundamente reforçada.
A partir de agora, a minha preocupação aumentou. Quanto ao material de guerra fornecido pelos EUA à Ucrânia, a sua natureza deixou de ser "defensiva" (como se dizia no início) e passou a ser "ofensiva". Ouvindo os militares, percebe-se que se Putin começar a perder esta batalha no leste só lhe resta o uso de armas nucleares.
Ou seja, todos querem a capitulação da outra parte, qualquer que seja o preço em vidas humanas.
Isto é a loucura, e o que é espantoso é ver tanta gente a embarcar neste caminho suicida para a Humanidade.
Eu, que desejo ardentemente uma negociação que pare esta tragédia - consciente de que os EUA têm nas mãos o poder para dizer a Zelenskii quando deverá negociar -, eu que entendo que o caminho para a paz implicará cedências importantes dos dois lados, sou tratado nos comentários como apoiante de Putin.
Na verdade, o discurso da defesa da guerra para derrotar a Rússia (saberão o que isso significa?) revela, na prática, uma falta de compaixão para com o povo martirizado da Ucrânia.
Pior. Fica a sensação de que o estado da opinião pública é hoje cada vez mais parecido com o das vésperas da I Grande Guerra. Com uma diferença: hoje existe um arsenal de armas nucleares capaz de destruir a Humanidade. Muito preocupante mesmo.
O comportamento belicoso não apenas dos suspeitos do costume mas também de alguns que se dizem da “esquerda-democrática” que aprecia muito o anti-democrático “europeísmo” revela ainda mais a ansiedade e nervosismo que o declínio do paradigma liberal está a provocar.
ResponderEliminarA classe dominante sabe que há um número crescente de pessoas que já não é convencida com a ladainha do “mercado-livre”, a classe dominante recorre então ainda mais à insanidade da guerra para permanecer no topo. Guerra é, afinal, a maior de todas as distrações.
Quais são as soluções para a insanidade das “elites”?
Não estou a ver como é que nós vamos sair deste caminho apocalíptico sem a organização de movimentos de milhões de pessoas pela paz e pelo fim da ordem neoliberal.
Pois é... para criar o ambiente para uma grandessíssima bernarda, ele há que tornar toda a gente sonâmbula.
ResponderEliminarTambém há que convencer toda a gente de que aquilo que os seus olhos vêem e aquilo que os seus ouvidos escutam não é aquilo que eles verdadeiramente vêem e escutam, mas sim uma outra coisa... Por isso, durante a próxima sessão comemorativa de mais um aniversário do 25 de Abril de 1974, em plena câmara da Assembleia da República Portuguesa, não veremos garbosamente tecer loas à conquista da liberdade aquelas senhoras e aqueles senhores que, ainda há dias, aplaudiram entusiasticamente uma sangrenta marioneta que tem nos esquadrões da morte neonazis o seu mais sólido aliado na destruição do seu povo e do seu país. Não: veremos e ouviremos, isso sim, uma outra gente, uma gente tão democrática e tão livre que conseguiu o feito de unir a sua actual acção - o endeusar de um canalha neonazi - com a pretérita acção de um certo senhor que, quando Adolf Hitler enfiou uma bala na cabeça no seu bunker, mandou pôr a bandeira nacional a meia-haste.
Deveremos, certamente, estar perante a parlamentária celebração do maior mandamento do profundíssimo Evangelho Democrático segundo a Santa União Europeia: "Honrai, meu Pai, a quem outrora nos encarcerou, torturou e assassinou, ao dar-nos a cada dia o prazer de fazermos as nossas libações a hodiernos canalhas com práticas e com afinidades electivas do mesmo jaez".
Tudo, claro está, em nome da Santa Liberdade e do esclarecidíssimo Povo Português.
Alguém acredita que os estados unidos estão nesta guerra pela paz? O que é necessário é desmantelar os impérios seja o russo, o norte americano ou o chinês quem coloca a questão de outra forma ou é ignorante ou estúpido.
ResponderEliminarÉ necessário que a NATO e os EUA parem já com esta nova corrida ao armamento !!
ResponderEliminarhttps://24.sapo.pt/atualidade/artigos/russia-testa-com-sucesso-missil-balistico-intercontinental
Ser contra a guerra é ser contra a que durava há 8 anos no Donbass. Ucranianos nacionalistas a matarem +13 mil ucranianos russófonos. BOmbardeamentos constantes contra zona residenciais. Desaparecimento de pessoas após visitas do SBU. Etc. Uma limpeza étnica que teria agora a fase final com a ofensiva que estava a ser preparada pelo regime corrupto de Kiev com armas da NATO, após 7 anos a assinar acordos de paz de Minsk só para depois os violar.
ResponderEliminarPortanto, ser contra esta invasão da Ucrânia pela Rússia, é ser-se tolo. É ser-se ingénuo ao ponto de se achar que esta guerra é má mas as outras são boas. É achar que nada se podia fazer para colocar fim à limpeza étnica no Donbass (que ou é totalmente branqueada pela "imprensa livre" do Ocidente). NÃO! A Rússia está cheia de razões. Está a fazer a única opção que lhe foi dada. E espero que tenha sucesso!
O único tratamento adequado para nazis de Azov, Banderistas, e outros supremacistas brancos à frente do SBU, é uma tábua 7 palmos abaixo da terra. Não é andar a ignorar 7 anos de relatórios e documentação (até do FBI) que prova o seu nazismo e violações de direitos humanos, e muito menos implementar no Ocidente um "pensamento" único para branquear essa realidade do regime ucraniano (que votou na ONU a favor da glorificação do nazismo), e muito menos obrigar jornalistas Ocidentais a serem meros megafones das FakeNews ucranianas e propaganda nas redes sociais do Batalhão Azov e companhia. Um regime que anuncia sistematicamente que vai "limpar" o seu país de partidos da oposição, ou de pessoas com braçadeiras brancas, ou simplesmente pessoas que são contra a guerra? Que queimou pessoas vivas em Odessa? E que fez do genocida NAZI Stepan Bandera o seu herói nacional? Que tem um Presidente que condecora gajos de Azov que dizem que irão ajudar a fazer a limpeza étnica do Mundo? Está tudo doido?
Nestes 2 meses:
- exército do governo com apoio de França e Alemanha continuou a matar Tuaregs no Mali. Quem quis saber?
- destruição do Iémen pela Arábia Saudita (com armas da NATO) celebrou 7 anos. E o território da Al Qaeda continua a crescer. Quem deixou de lhes comprar petróleo?
- Israel ocupou montes Golan na Síria e bombardeia todas as semanas, e ainda agora destruiu sistemas de DEFESA anti-míssil. Já para não falar da invasão e assassinatos constantes contra Palestinos. Quem é que cancelou Israel?
- Turquia (exército da NATO) voltou a bombardear o povo Curdo (aquele que combateu contra o ISIS no terreno e tem no seu território a única democracia do Médio Oriente: Rojava). Quem é que aplicou sanções?
- Cuba e Venezuela e Irão continuam a ser sufocados sob sanções criminosas, à revelia do Direito Internacional, com o Ocidente (EUA/UE) a repetir que o objetivo é matá-los à fome. Quem é que estes países invadiram?
- Arménia voltou a ser bombardeada pelo Azerbaijão, e ninguém diz nada?
- E Assange continua preso político na NATO após denunciar os seus crimes. Isto é que é "democracia liberal"? Quem deixou de comprar produtos americanos em nome do fim do financiamento da máquina de guerra DE LONGE mais mortal e criminosa de todas?
E vamos ouvir esta gentalha ("elites" Ocidentais) que ainda há meses atrás diziam que "Israel tem o direito de se defender" quando o que a ditadura de Apartheid está a fazer é a matar crianças em Gaza e a bombardear prédios da Associated Press, e a ocupar ilegalmente e roubar propriedades, indo com metralhadoras tirar pessoas das casas onde viveram toda a vida?
E vamos ouvir esta gentalha que ainda no Verão passado andou a chorar contra o fim da "bem intencionada e feminista" ocupação e guerra de 20 anos do Afeganistão? Que se limitava a bater palmas à informação falsa dos EUA, e fechar os olhos aos seus crimes de guerra, e agora censuram o canal (RT) que divulgou em primeira mão que os EUA usaram um drone para assassinar uma família de 10 pessoas (maioria crianças) e não um "alvo do ISIS-K" como a cartilha de Washington dizia e os OCS ocidentais repetiram?
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ResponderEliminarE vamos ouvir os idiotas que queriam dar início à terceira guerra mundial, nuclear, ao irem para a rua pedir que a NATO fizesse uma zona de exclusão aérea? Esta gente é pacifista? Esta gente é confiável? Esta gente que ainda hoje recusa pedir desculpa pelo que fez à Sérvia? Estes alarves que, se pudessem, tinham entregue um prémio Sakharov à fascista golpista da Bolívia? Que ainda não mexeram um músculo para salvar Snowden? E que já estão prontos para celebrar um Mundial de futebol no assassino regime do Qatar?
E por fim, eu pergunto: o referendo da Crimeia não vale, mas a violência policial contra Catalães vale? A independência de Donetsk e Lugansk não vale, mas a do Kosovo vale? A Ucrânia, Geórgia, Suécia, e Finlândia a entrar na NATO com mísseis e mais bases americanas não dá à Rússia o direito de se defender de maneira nenhuma, mas o imperialismo dos EUA justifica tudo, até o recente golpe palaciano no Paquistão, o golpe de Estado de 2019 na Bolívia, o envio de armas para Taiwan, e sanções criminosas contra Rússia e China que vão ser pagas pelos pobres Europeus?
Quanto mais depressa a Rússia ganhar, menos destruição e morte haverá. E só a vitória total da Rússia é que colocará fim à guerra de 8 anos do Donbass e à limpeza étnica levada a cabo por nazionalistas ucranianos contra ucranianos russófonos. Aliás, vimos o que aconteceu em Bucha: uma limpeza étnica feita pelo Azov e pelo SBU, seguida de uma operação nojenta de propaganda falsa. Por saberem isto é que os nojentos da NATO recusaram uma investigação independente, e preferiram começar logo a propaganda russofóbica. O Ocidente mete nojo!
E não se esqueçam de comprar muito gás liquefeito aos EUA em nome da paz...
E muito petróleo à Arábia Saudita em nome da Democracia...
E muito carvão à Polónia em nome do Estado de Direito...
E vendam muitas armas a Israel em nome dos Direitos Humanos...
E paguem bem a Erdogan em nome dos refugiados...
E censurem muitos canais em nome da Liberdade de Expressão...
TENHAM NOÇÃO! GANHEM VERGONHA! STOP NATO!! Força Rússia!!! Z
Nunca estarei do lado de nazis e outros supremacistas brancos.
Nem ao lado de quem recusa acordos de paz e matou 13 mil no Donbass.
Nem ao lado dos recordistas das invasões, crimes de guerra, e genocídio, que é o caso da NATO e aliados em geral e dos EUA em particular.
Nunca acreditarei em quem se dedica à mentira 24h/dia desde 24-Fevereiro-2022, como os 13 "mortos" da ilha, o fantasma de Kiev, a sinagoga "destruída", o shopping que escondia artilharia pesada mas foi atacado "indiscriminadamente", a maternidade "bombardeada" onde o repórter filmou a grávida logo em directo mas esqueceu-se de filmar os Azov a ocuparem essa maternidade, etc.
Nunca estarei ao lado de quem é contra referendos à independência, mas é a favor da integração europeia ditada por não-eleitos e sem escrutínio eleitoral.
E muito menos estarei ao lado de quem faz golpes de estado contra Presidentes eleitos, com operações de falsa bandeira de paramilitares nazi, com financiamento das Victorias "F*ck EU" Nulands, e com casos de corrupção *cough* Biden *cough* para alastrar o desenvolvimento de DEZENAS de laboratórios de armas biológicas pagas pelo Pentágono.
Ser pela paz, é ser contra este regime da Ucrânia e contra a NATO.
Perceber as razões da Rússia, não é ser Putinista, é ter um cérebro funcional.
Ser decente, é sancionar so EUA, e parar de financiar Arábia Saudita, Turquia, e Israel.
É ser humanista pró-multilateralismo e Mundo multi-polar.
É recusar chamar "comunidade internacional" aos 13% do Ocidente.
É recusar chamar "Direito internacional" à vontade ditatorial/imperialista dos EUA.
Ou seja, é o oposto do que os líderes idiotas do Ocidente fazem, e que a maioria da sua população, vítima da lavagem cerebral da maior campanha de propaganda e falsidades de sempre, defende neste momento.
O facto de haver um crescente número de pessoas - sobretudos dos sectores habitualmente ditos intelectuais - que manifesta legítimas e genuínas preocupações com o rumo que o mundo toma por estes dias, encerra em si mesmo um sinal fundamental de esperança. De facto, o primeiro passo para as mudanças necessárias, consiste precisamente na toma de consciência de que não é possível - para usar a expressão popular - apagar o fogo com gasolina. Contudo, transformar essa massa inorgânica num corpo coerente e predisposto a agir, é um propósito que exige o cumprimento de certos requisitos prévios. O primeiro deles, a necessidade de saltar para o lado de lá da "barrage" ideológica do regime, buscando então aqueles que nesse mesmo ponto de partida, estão em condições de se juntar a nós, unidos na mesma vontade comum. Preconceitos, ideias de trazer por casa e recados de pacotilha, têm que ficar do lado de fora da porta, sob pena de inquinarmos tudo o que é ambição necessária, vontade legítima e utopia imprescindível. E perceba-se, de uma por todas, que de facto e em momentos como este, os que não connosco, estão contra nós; não há espaço para uma perna de cada lado do muro.
ResponderEliminarPAZ - Há poucas guerras em que todos estão de acordo no que dizem pretender. Então porque não há PAZ?
ResponderEliminarA primeira condição para se chegar a um objetivo é as pessoas ouvirem-se. Que Paz quer a Rússia? Que Paz quer a Ucrânia. E se em vez de se banir Zelensky se exigisse ouvir também a outra parte no Parlamento? Não faria mais sentido?
Entrincheirados não vamos a lado nenhum.
Gonzalo Lira, um blogger, cineasta e empresário chileno (casado com uma ucraniana e com filhos nascidos na Ucrânia) que se notabilizava pelos argumentos "online" fortemente condenatórios da Junta neonazi de Kiev, foi raptado em Karkhov, onde residia, e posteriormente torturado e assassinado pela unidade "Kraken" do Batalhão Azov às ordens da PIDE (ou será da Gestapo?) lá do sítio - o SBU.
ResponderEliminarA notícia foi confirmada por Scott Ritter, um antigo oficial "marine" das forças armadas dos Estados Unidos da América e ex-inspector de armas da ONU que categoricamente negou a patranha das armas de destruição massiva de Sadam Hussein.
Espero que na próxima sessão solene de comemoração do aniversário do 25 de Abril de 1974 os indigentes que aplaudiram entusiasticamente o torcionário Volodymyr Zelensky façam um minuto de silêncio pela memória de um homem que mostrou uma coragem que eles jamais mostrarão e manteve uma verticalidade de cerviz que eles jamais manterão...
Tal esperança é muito mais um lírico desejo meu do que algo que eu realisticamente possa julgar vir a acontecer, pois o que veremos já eu sei o que será: uns quantos esparsos cravos pelas lapelas e por murchas mãos e tão mecânicas quanto epidermicamente interiorizadas hossanas à "liberdade" por parte desses autênticos rafeiros que branqueiam, em tão constante quanto histérica barrela, os "proxies" banderistas da OTAN e da UE.
O que me avassala neste momento a mente é a suprema vergonha que sinto de ter por conterrânea gente de tal jaez, gente essa que mantém bem vivo um desgraçado e multissecular toque de Midas às avessas que é tão nosso quanto nosso é o galo de Barcelos ou a renda de bilros: avilta todo aquele homem que se mostra gigante e transforma em magnos heróis patéticos pigmeus que são autênticos vermes parasitários da Humanidade.
"a sua natureza deixou de ser "defensiva" (como se dizia no início) e passou a ser "ofensiva"."
ResponderEliminarOfensiva em que sentido? No sentido de lançar uma ofensiva em território Russo para conquistar partes da Rússia, aniquilar infraestruturas Russas, populações Russas?
Consegue dar um exemplo?