quinta-feira, 3 de março de 2022

Amizade


Em circunstâncias normais não iria de Coimbra a Lisboa para assistir a este comício num Domingo, mas as circunstâncias não são normais e os amigos são para as ocasiões. E a ocasião é uma campanha anti-comunista particularmente viciosa, com muita mentira à mistura. Atacam sempre os comunistas em primeiro lugar.

Atentem, só para dar um exemplo entre mil, no perdócio da Sonae (os lucros medem-se em influência político-ideológica no que a este tipo de jornal diz respeito): o editorial do inefável Manuel Carvalho no Público de hoje é a versão resumida em papel da série Glória: ficção anti-comunista, com mentiras à mistura.  

Num ponto, no entanto, posso estar de acordo com Carvalho, defensor da democracia dita liberal: tal contradição é coisa que não deve assistir a quem é democrata, sem o liberal, que nem sequer está na nossa Constituição, e luta pela igualdade cidadã na economia, seja comunista ou socialista. Democracia liberal é a democracia limitada pelo capitalismo cada vez mais brutal. A comunicação social dominante, controlada por guerreiros de sofá neste rectângulo, é uma das mais decadentes expressões do sistema realmente existente.

O liberalismo, relembremo-lo, só muito tardia e relutantemente na sua história se tornou democrata e mesmo assim procurou sempre institucionalizar constrangimentos internacionais para esvaziar na teoria e na prática a democracia. A UE é um poderoso exemplo desse esforço bem-sucedido. Além disso, retórica à parte, o liberalismo sempre foi perigosamente armado e imperialista. Olhem para a história internacional dos EUA e da sua OTAN.

   

4 comentários:

  1. Não podia estar mais de acordo. E eu, que nunca fui pessoa de ir a comícios e nem sou simpatizante do PCP, também lá estarei.

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  2. Proliferam os capachos...
    mas,

    HÁ OS QUE LUTAM.

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  3. E porque me merecem também solidariedade (que não impede as críticas, nem alimenta o criticismo), lá estarei igualmente.

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