quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Glosar sobre um tweet de Francisco Seixas da Costa


Li o tweet de Francisco Seixas da Costa, que não fazia parte da minha agenda. Constatei que os ideólogos do PS defensores de uma política de esquerda que se limita ao que estiver a dar no eixo Washinghton-Bruxelas continuam interventivos. A Geringonça 2 é, assim, muito difícil. Sinais de autocrítica sobre os impasses de desenvolvimento que essa estratégia gerou não se vislumbram. Mas isso sou eu - que não voto PS - e que estou farto da demagogia euro-atlanticista desse partido. E ainda mais dos seus autores, que só vêm a terreiro para ter a certeza que uma maioria de esquerda não é possível em Portugal.

11 comentários:

  1. Tal como no PEC IV, viu-se quem votou alegremente ao lado da direita e, desta vez, também da extrem-direita, porque os amigos são para as ocasiões. Se a direita regressar ao poder, por virtude desta birra desesperada, depois queixem-se! Ou será que os orçamentos da direita vão ser mais favoráveis do que aquele que o PS apresentou? E, claro, lá terão de ficar à espera, uns anos mais, por uma futura vitória eleitoral do PS, para depois virem pedir nova boleia. Nunca aprendem!

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    1. O Seixas da Costa, "gestor e consultor estratégico de diversas empresas", sobre a substância do post do Diogo Martins nada diz. É só ameaças ao eleitor:"e depois, queixem-se" e o "se pensam que o nossos orçamentos são maus, experimentem os do PSD". O socialismo a voar baixinho, portanto...

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    2. O PS não ganhou as eleições em 2015.
      Só formou governo porque o BE e CDU assim quiseram.
      Só para repor a verdade sobre quem anda à boleia de quem.
      Portanto, a estabilidade consegue-se com o PS a perder as eleições com uma maioria de esquerda. De 2015 a 2019 não houve birras. Depois em 2019 o PS ganhou as eleições e a instabilidade voltou.
      Quem nunca aprende é o PS que morde a mão que o alimenta.

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    3. E já agora, foi o PS que mais votou ao lado da direita mas parece que a verdade dos factos é sobrevalorizada no PS, tantas são as aldrabices infantis que emitem: https://rr.sapo.pt/especial/politica/2021/11/29/ps-votou-mais-vezes-ao-lado-do-psd-do-que-do-be-e-pcp/262079/

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    1. Só se for embaixador da Jerónimo Martins.

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  3. https://poligrafo.sapo.pt/politica/artigos/antonio-costa-vs-catarina-martins-quem-faltou-mais-a-verdade-no-frente-a-frente
    António Costa: "Ninguém me ouviu falar em 2015 e em 2019 de maioria absoluta" FALSO
    António Costa: Bloco quer "proibir os médicos de trabalhar fora do SNS" FALSO
    Quando o primeiro-ministro mente deliberadamente em pleno debate, que credibilidade tem o mesmo? Cá para não falar que o politicamente correto capitalista atinge dimensões de tal maneira que o primeiro-ministro não acusa o Bloco de Esquerda de querer, e bem, renacionalizar empresas que foram vendidas a preços de saldos, mas sim de querer "desprivatizar", o que significa a mesma coisa. Nota-se bem o medo que um partido que engavetou o socialismo tem pela palavra "nacionalizar" e é urgente trazer as nacionalizações de volta ao debate público, mas parece que o grande capital prefere falar em prisão perpétua.

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  4. "...por uma futura vitória eleitoral do PS..."

    Francisco Seixas da Costa é um que julga que o eleitorado do Partido - que não é - Socialista está a ser renovado!
    Típico de alguém que só quer manter a posição privilegiada que alcançou graças se ter metido na política...

    Podem saber qual vai ser o futuro do P"S" português ao olharem para os P"S" da Itália (punido logo nos anos 90 pela austeridadezinha), grego, francês...

    A tendência é clara, na Europa partidos "socialistas" convertidos ao liberalismo estão a ser severamente punidos.
    Os "socialistas" de Portugal julgam que são diferentes, mas a realidade é que deviam agradecer muito ao BE e PCP pela limpeza de imagem que o P"S" beneficiou em 2015. Entretanto, essa imagem tem vindo a sujar-se, é o que dá fazerem chantagem com o povo português, as pessoas estão fartas da austeridade, incluindo da austeridadezinha do euro-liberal P"S"!

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  5. Caro F.S. da Costa, não vou ficar à espera de uma "futura vitória eleitoral do PS". Vou ficar à espera de uma futura derrota eleitoral do PS, uma derrota semelhante à que ocorreu em 2015 (ou seja, com a direita em minoria no Parlamento eleito):

    https://www.publico.pt/2015/10/10/politica/noticia/jeronimo-de-sousa-diz-que-ps-so-nao-forma-governo-se-nao-quiser-1710730

    Esperava que, no PS, todos tivessem aprendido com o que aconteceu em 2015 e nos anos de "Geringonça" que se seguiram. Contudo, "hélas", parece que ainda não é o caso...

    A. Correia

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  6. Não concordo muito com o Diogo Martins, na parte em que diz "constatei que os ideólogos do PS defensores de uma política de esquerda que se limita ao que estiver a dar no eixo Washinghton-Bruxelas continuam interventivos". E não concordo muito com esta afirmação, por duas razões capitulares. A primeira delas, porque a ideologia supõe o estabelecimento de um modelo teórico, nutrido de valores e princípios, que conduz a acção prática no exercício do poder político, em vista da consecução de um projecto finalista de sociedade (ainda que, naturalmente, num percurso etapista). Ora, se é certo que o eixo Washinghton-Bruxelas é suportado por uma ideologia férrea e precisa, não é menos verdade, que tratando-se de uma ideologia que visa suportar a (crescente) desigualdade social e o concomitante poder da minoria dos de cima, sobre a imensa maioria dos de baixo, não é menos certo, precisamente por as coisas serem assim, que tal só é possível se os de cima tiverem ao seu dispor uma série de instrumentos (individuais e colectivos) que inibam (até onde e até quando for possível adiar o inevitável), precisamente a insurreição dos de baixo. É aí que surgem "os ideólogos do PS", onde pontificaram Vara, Sócrates e tantos outros, os quais, muito longe de serem meros figurantes de uma película de terceira categoria, são antes o produto consequente da "ideologia" que os gerou. São como são, porque são o que são e, por essa mesma razão, chamar-lhes ideólogos já é tributar-lhes uma condição que não têm. Amanuenses. Amanuenses é que me parece o substantivo mais correcto. Amanuenses muitos deles gordinhos e anafados? Sem dúvida alguma; mas nem por isso deixam de vestir as roupas da criadagem.

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