"Não é racional manter apoios sociais a quem os usa para se furtar ao trabalho e dessa forma condicionar a própria expansão empresarial que cada vez mais se lamenta da falta de mão-de-obra disponível para trabalhar (palmas prolongadas). Os apoios sociais são socialmente indispensáveis mas apenas para quem deles necessita e não para quem os recebe indevidamente. Tem de haver uma fiscalização adequada para possamos garantir simultaneamente justiça social e progresso económico"
(Rui Rio, no discurso de encerramento do 39º Congresso do PSD, um partido ao centro... como o CDS e outros)
É muito bonito ter um discurso contra os baixos salários médios que estão próximos dos mínimos. Mas depois - por obrigação de captar votos à direita e junto dos empresários - lá vem o discurso troglodita. Só que um e outro são contraditórios.
O corte nos apoios sociais, levado a cabo pelo Governo PSD/CDS de Passos Coelho, pela mão do ministro do CDS Pedro Mota Soares e com um discurso semelhante, tinha uma lógica. Criar os direitos mais líquidos para que aumentasse o exército de desempregados ou pobres, dispostos a aceitar o trabalho ao salário que for. E assim se baixava salários como forma de - dizia-se - promover a competitividade das empresas e, com elas, da economia nacional.
Os pobres - à la século XIX - eram uns madraços, preguiçosos e ciganos que não queriam trabalhar... por tão pouco. Por isso, o discurso à direita coloca-os sempre como um exemplo evidente de serem quem está a abusar do Estado Social. Mas esquecem-se de dizer que, se isso acontece, talvez sejam porque os tais salários médios se aproximam dos mínimos. E que parte significativa de quem trabalha é pobre, apesar de trabalhar...
Rui Rio revela-se sempre um político troca-tintas, compondo um discurso-ramalhete a agradar a todos, sem consistência nem projecto que não o mesmo de sempre, que já revelou redundar em... estagnação.
Finalmente dizem ao que vêem... É uma pena é as pessoas votarem em clubes de futebol em vez de partidos políticos. Isto só se pode resolver na escola.
ResponderEliminarRio diz ao que vem? Mas quem o conhece, nomeadamente do seu consulado na câmara do Porto, sabe que ele foi sempre assim. A sua única incoerência é dizer-se de centro. Nas políticas e nos tiques autoritários nunca foi...
ResponderEliminarÉ isto que a Esquerda se arrisca a guindar ao poder depois do chumbo do OE2022, que levou à dissolução da AR por um PR de Direita, que também desde sempre disse ao que vinha.
Depois queixem-se...
Esta gente que gosta mandar os outros trabalhar são uns madraços espertalhões!
ResponderEliminarRui Rio é do tipo Cavaco e Passos (surpresa!!!), esta gente gosta de transmitir a imagem de não-político, gostam de passar a ideia que são técnicos que combatem os desvairados políticos, nomeadamente os de esquerda que só sabem “viver acima das possibilidades e com o dinheiro dos outros.”.
Mas como estes PSDs adoram a política!
Então Rui Rio está preocupado com a falta de mão-de-obra e meteu a filha na política!?!
Então a filha do Rio não podia estar a servir às mesas ou a conduzir um táxi da Uber?
Ou o próprio Rio! Porque é que não larga a política e vai para Odemira apanhar morangos nas estufas, o Rio que dê o exemplo, mostre à malandragem portuguesa que não quer se sujeitar a determinadas condições de trabalho e rendimentos…
Claro que Rio nem a filha vão sair da política, é mais fácil mandar os outros trabalhar e servir o Capital...
O que se conclui desta parte do discurso é a descarada procura de votos junto aos eleitores da extrema-direita e da direita radical,com uma abordagem que parece ter sido plagiado do Ventura.Para a proclamada conversão ao centro,que Rui Rio,não se cansou de repisar nos dias iniciais do Congresso,é obra!A atrapalhação para a conquista de votos a qualquer preço,resulta nisto e mostra com clareza que a ideologia que o move e para onde arrasta o partido é a do puro projecto de poder pessoal,partilhado pelos sequazes no partido e imposto aos portugueses,no caso de não terem o discernimento de não darem por isso.
ResponderEliminarIndo para além do contexto mais imediato e visível (aquele que alimenta aliás o comentarismo profissional, que constitui por estes dias, diga-se, uma das mais perversas e insidiosas formas de manipulação ideológica), o âmago da questão continua a residir na existência desse lodaçal a que se tem chamado centrão e que mais não é do que a região nuclear dos grandes interesses económicos dominantes no país e que ali têm a sua expressão política. Muito se tem dito da existência de uma espécie de frentismo de esquerda, a propósito da solução política nascida em 2015. A possibilidade de constituição de um governo minoritário do PS (gerado aliás por iniciativa do PCP, que não sua) teve o mérito indesmentível de ter permitido evidenciar dois aspectos que marcaram e continuarão a marcar a história recente do nosso país: em primeiro lugar a ideia de que não há eleições para primeiro-ministro, evidentemente, a segunda, a ideia de que seria possível barrar uma lógica neo-liberal troglodita, perante a qual a capitulação era geral, aí estando incluído o próprio PS. Contudo e para além disso, os avanços foram sempre tímidos, arrancados a ferros e com um alinhamento efectivo do PS, PSD e restante direita, na generalidade das deliberações tomadas, nomeadamente nas relativas à matéria laboral. É neste contexto que Rui Rio faz subir a parada, sendo certo, como tudo indica por esta altura, que a maioria absoluta dos socialistas será uma miragem, que o actual Presidente da República (apoiado, sordidamente, pelo PS, a partir de uma oficina de automóveis ou de uma loja dos trezentos, para o efeito é igualmente sórdido e indiferente) tudo fará evitar que aconteça. É que de facto e como tenho dito e redito, Roma não paga a traidores e se for possível um verdadeiro original, não hão-de querer nenhuma imitação chunga.
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