segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Laurinda e os sem-abrigo


Se há fenómeno de exclusão social particularmente complexo, e por isso incompatível com soluções simples, voluntaristas e lineares, é o das pessoas em situação de sem-abrigo. Com causas, motivações, processos e trajetórias de vida muito diversos, até do ponto de vista da origem social, esta é uma das áreas onde a recorrente noção de que «cada caso é um caso» faz bastante sentido.

Causa pois uma certa perplexidade que Laurinda Alves, a nova vereadora do município de Lisboa para os Direitos Sociais, Cidadania, Saúde e Juventude - na sequência do encerramento de unidades de acolhimento de sem-abrigo, por alegada falta de condições - anuncie que vai ser pensado, nos próximos seis meses, o «modelo» de prevenção, para perceber «como é que nós podemos prevenir e o que é que podemos fazer (...) para que não haja mais pessoas nem famílias em situação de sem-abrigo».

Oxalá descubra a pólvora, claro. E se aperceba também, nesse tempo, do trabalho que já é feito, nomeadamente no âmbito da ENIPSSA, mas não só. E, sobretudo, que interiorize a noção de que a sinalização atempada de potenciais situações de sem-abrigo requer, na melhor das hipóteses, um acompanhamento social geral robusto e de qualidade, em que convirá não desinvestir.

4 comentários:

  1. Não sei, assim só à primeira, não nomear gente que cai de paraquedas no assunto só porque é do clube certo.

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  2. O paraquedas parece trazer algum coisa mais que ar e vento.
    Com o pouco que se viu até hoje (salvo inquéritos e análises) esperemos que seja tempo de realizar obra!

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  3. 6 meses pra pensar o modelo isto lá pro fim do mandato deve haver conclusões 🤬

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  4. A coligação que liderava a CML antes prometeu fazer desaparecer este flagelo e a realidade é que ele cresceu exponencialmente, mesmo antes da pandemia. Sim, é preciso pensar numa solução que funcione porque este é um problema muito complexo e é óbvio que as soluções no terreno não estão a funcionar

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