quinta-feira, 4 de novembro de 2021

No Banco que já não é de Portugal


O Banco que já não é de Portugal, mas sim de Frankfurt, fez 175 anos: Gute zum Geburtstag. Na data redonda, a chefe veio visitar a sucursal portuguesa e dar a linha estratégica, porque afinal de contas a soberania monetária foi perdida para estranhos que falam alemão, francês e inglês, este último com sotaques variados. 

Garantindo o que já sabemos há muito, ou seja, que o banco central controla os termos do financiamento, incluindo o preço, na moeda que emite, Lagarde foi clara, confirmando a hipótese de classe com que esta gente trabalha: nas reformas laborais da troika, as que aumentaram os direitos patronais e as obrigações e vulnerabilidades laborais, não se mexe. 

O obediente António Costa, por sua vez, armou-se em Draghi, prometendo fazer tudo, mas para satisfazer as taras do credor de última instância em matéria de finanças públicas periféricas, em linha com a absolutamente medíocre resposta de política económica na pandemia. Finalmente, Mário Centeno garantiu que o Banco que não é de Portugal quer continuar a interferir nas políticas públicas à boleia da condicionalidade de uns fundos que pouco ou nada mudarão. Democracia bem limitada, fim da história.

3 comentários:

  1. Mário Centeno acha normal o governador do banco de Portugal ditar políticas laborais e acha normal porque não faz a mínima ideia o que é democracia ou um estado democrático, estes senhores que tomaram de assalto o país têm de se reduzir à sua insignificância, o facto de terem um mandato com legitimidade externa não lhes dá respeitabilidade aos olhos dos de cá, pelo contrário, podem facilmente ser tomados como traidores de uma nação que insistem em boicotar.

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  2. Mário Centeno acha que ninguém reparou que ele quis e ambicionou o lugar de presidente do Eurogrupo que é um órgão não democrático, pessoas sérias e comprometidas com os outros sabem a importância da dignidade.

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  3. Se aparecer um personagem tipo Trump ... Bolsonaro...ou coisa semelhante (...até a coisa Ventura ),

    propondo no programa eleitoral,

    mandar a Lagarde dar uma volta em recta

    e fazê-la acompanhar do séquito de invertebrados que testemunharam o topete da "dona disto tudo" - também podem ir na mesma leva, a "comunicação social acólita" -

    VOTO no dito.

    Depois queixam-se do populismo

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