quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021
Os sinos que dobram por Marcelino da Mata (ou a coerência das pessoas de bem)
As mesmas figuras que arreganharam os dentes para se referirem a Carlos Antunes como bombista e assassino, aquando da sua morte, apesar de nenhum crime de sangue lhe ter sido imputado a si e às BR, das quais se destaca essencialmente o papel na resistência antifascista, são por curiosidade as mesmas figuras que vêm pedir honras de luto nacional pelo falecimento de Marcelino da Mata, natural da Guiné Bissau que se alistou voluntariamente no exército português, para defender o colonialismo contra resistência anti-colonial do seu povo.
O mesmo Marcelino da Mata que se deixou instrumentalizar pelo fascismo, recebendo todas as comendas imaginárias, para tentar demonstrar como os guineenses estavam ao lado de Portugal. A defender o que era nosso, como os saudosistas mal-disfarçados do passado colonial muito gostam de referir. O que o fascismo fez com Marcelino da Mata foi o mesmo que Ventura fez com o casal de ciganos que lhe declarou apoio num comício em Bragança. Há sempre membros de uma comunidade que estão disponíveis para atraiçoar os seus iguais por meia-dúzia de patacos. É dessa disponibilidade que advém o recorde de medalhas do comando Marcelino. O único feito de Marcelino é ter chacinado voluntariamente várias dezenas ou centenas de conterrâneos seus.
Admiráveis são a coerência e os valores no circuito do croquete.
Na nouche
ResponderEliminarO colonialismo foi a exaltação de um Império de opereta,tolerado,tanto quanto desprezado pelos Impérios industriais e militares que lhe serviram de modelo inspirador.A identidade pátria,antiga de séculos e de língua,dispensa a insanidade dos cultores da supremacia e das superiores características lusitanas,tanto quanto os subservientes heroísmos ,em nome da elegia da morte é da opressão, se foram reverenciando.
ResponderEliminarO homem não se alistou voluntariamente, foi à tropa como iam todos os homens na altura, foi obrigado caso contrário ia preso. Há uma entrevista dele algures no YouTube em que ele explica isso mesmo. O senhor foi efectivamente um herói para os que salvou e não se esqueçam que a luta pela liberdade desses povos começou por matar civis desarmados. Qualquer governo de qualquer regime enviaria tropas e não flores.
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