Na base deste argumento só podem estar duas coisas: ou um ingénuo e ignorante estado de pureza intelectual que apenas reconhece a aplicação de uma teoria quando levada a cabo pelos seus autores; ou então o olhar vicioso de quem não quer assumir responsabilidades pelas suas ideias na triste realidade dos nossos dias, contribuindo para a reformatação das velhas ideias, que beneficiam, apenas alguns à custa da maioria. Sim, porque se trata de muito velhas ideias. E nem sempre bem acompanhadas.
Quem ler o livro de Diogo Freitas do Amaral O Antigo Regime e a Revolução, de 1995, fica com duas impressões.
A primeira, é que os neoliberais - ou os que hoje se dizem liberais para evitar a má fama dos neoliberais - conviveram bem com a ditadura fascista.
As suas ideias mostraram-se em Portugal, pela primeira, numa página económica do jornal Diário de Notícias, de Fevereiro de 1971 a Março de 1974 [!], em que pontuavam Diogo Freitas do Amaral e outros. Nessa coluna, defendia-se
..."com clareza e persistência uma política económica neoliberal do tipo europeu, que pela primeira vez era exposta e explicitada à opinião pública portuguesa, mostrando que era possível e oportuna uma terceira via que rejeitasse simultaneamente o corporativismo herdado de Salazar e o socialismo inspirado em Marx" (pag.109). "O Expresso, apesar de, nos saber centristas e giscardianos, começou a chamar-nos a nova direita"(pag.110).
Inteligentemente,
eram contra a ditadura, mas apenas por já não encontravam motivos para a sua
manutenção no regime marcelista (sublinhados são meus):
"O regime autoritário concebido e dirigido por Salazar tinha podido justificar-se perante os portugueses, pela instabilidade e desordem crónicas da 1ª República (...). Mas restabelecida a autoridade do Estado, assegurada a ordem nas ruas, recuperados por completo os grandes desequilíbrios económicos e financeiros, reparadas as ofensas à consciência católica do país, conduzida com êxito inegável a política externa durante a guerra civil de Espanha e a 2ª guerra mundial [!] - que outros motivos poderiam justificar a continuação de uma ditadura de direita na Europa dos anos 50?"
Apesar disso, esses jovens viviam tranquilos a sua vida de universitários ou profissionais liberais, sem sobressaltos ou angústias. Não se organizavam para antogonizar a ditadura. Almoçavam em Monsanto, discutiam ideias de como melhorar o regime. Não se arrepiavam com os presos políticos, com as medidas de segurança transformadas em prisão nas celas da PIDE. A ditadura tinha um lado de vida normal para quem não levantava um dedo contra ela. Freitas do Amaral era amigo de Marcello Caetano, era chamado a aconselhá-lo, mesmo até aos últimos dias do regime. O próprio Marcello Caetano convidou Freitas do Amaral e António Sousa Franco - que também lá veio a colaborar na página económica - para dirigir o Gabinete de Estudos da recém formada Acção Nacional Popular (partido único). Freitas do Amaral declinou a adesão à ANP.
Se Caetano tinha as suas pechas contra a PIDE, mantinha-a com um regime à margem mesmo da lei, como polícia ideológica contra o socialismo e o comunismo, que, através da prisão e tortura de antifascistas - e de sobremaneira dos militantes do "autodesignado partido comunista português", como dizia a PIDE - salvaguardava a ordem económica de alguns grupos económicos, impedindo que os trabalhadores se organizassem e, com isso, que fosse mantida imperturbável a normal produção.E esses jovens neoliberais - hoje liberais - poderia, pois, querer uma evolução do regime, mas longe da sua ideia, derrubá-lo.
Segunda impressão. Será que estamos assim tão longe do que foi então vivido?
Esse entrosamento desses jovens neoliberais - hoje liberais - com o dito Antigo Regime explica a sua atitude bastante crítica e pouco à-vontade para com o novo regime democrático, instaurado em revolução. Quando se dá o 25 de Abril, assustaram-se logo com a dimensão do "desfile que o PCP organizou" no 1º de Maio de 1974 que toda gente viveu como a maior explosão de liberdade alguma vez vivida.
Dizia Sá Machado a Freitas do Amaral:
"Que diabo, eu sempre fui democrata e sempre sonhei ver um dia o meu país restituído à liberdade. Mas se o 25 de Abril nos dá, logo na primeira semana, aquele espectáculo deprimente da Avenida da Liberdade [?!] cheia de milhares de bandeiras vermelhas com a foice e o martelo, onde é que isto irá parar? Ou as forças democráticas se organizam e combatem virilmente a ameaça totalitária que já está à vista, ou estamos perdidos."
Mas nem precisavam. Essa ala neoliberal - hoje liberal - é então até convidada pelo próprio MFA a formar um partido liberal. Cria-se então o CDS. Mas é perceptível que se sentem como peixes fora de água, que se vêem - sem que Freitas do Amaral consiga perceber a razão dessa desconfiança - olhados de soslaio por todos e acusados de "fascistas". Receiam pela sua eminente ilegalização e pedem ajuda à Internacional conservadora. Sentem-se perseguidos por espíritos antidemocráticos que não os querem a partilhar a democracia. Mas porquê? Não eram eles juristas tão bem preparados e tão elogiados pela chefia do MFA... ?
O seu livro está cheio de descrições de derivas totalitárias e antidemocráticas do processo revolucionário - que, na sua opinião, teriam origem no PCP ou no MFA infiltrado pelo PCP. Os vários golpes de Spínola são criticados, mas omite-se a adesão do CDS, por exemplo, ao 28 de Setembro. Denunciam-se ataques aos "partidos democráticos" que, afinal, apenas queriam implantar um regime ocidental, baseado na Declaração Universal dos Direitos dos Homens, e... impedir a Revolução de Outubro em Portugal.
O que é interessante sentir, no final, é a dimensão do fosso entre o que se passou no pós-25 de Abril e os tempos presentes. E, por isso e ao mesmo tempo, como é que as ideias que defendiam esses jovens neoliberais - ou hoje liberais - se aproximam, afinal, do que vivemos hoje. O próprio Freitas do Amaral já o reconhecia... em 1995:
"Em 1975, era o projecto [de Constituição] do PCP o que mais se aproximava e o projecto do CDS o que mais se afastava da realidade política então vivida (...); hoje em dia, vinte anos passados, o projecto do PCP foi completamente ultrapassado, quer pela evolução dos acontecimentos em Portugal, quer pelo desmoronamento do sistema comunista na URSS, na Europa de Leste e noutras zonas do globo, enquanto o projecto do CDS se tornou quase no retrato fiel da realidade vivida em Portugal e no mundo na fase histórica actual"
Algo que nos faz pensar. Talvez, fruto da deriva neoliberal hoje liberal verificada desde os anos 80 - com Cavaco Silva rodeado de Miguel Beleza, Braga de Macedo e Vítor Gaspar na progressiva integração europeia e monetária; com Vítor Constâncio a desarticular a Constituição de 1976, nomeadamente a reversão das nacionalizações aproveitada por Cavaco Silva para inaugurar as privatizações aos velhos grupos económicos; com António Guterres rodeado de Sousa Franco a alargar ainda mais as privatizações e aderir de alma à moeda única em que nos encontramos enredados; com José Sócrates rodeado de Teixeira dos Santos (embaixador da Alemanha em Portugal, Sócrates dixit) a pugnar por mais austeridade; com Passos Coelho/Paulo Portas rodeados de Vítor Gaspar e Paulo Núncio (o da lista VIP e do RERT II de que beneficiou Ricardo Salgado e Zeinal Bava entre muitos) a defender ir além da troica na redução do Estado e dos impostos; com António Costa a aceitar os ditames europeus - talvez dizia, a realidade de hoje não se distancie tanto, do ponto de vista económico-social e da atitude do poder político face aos trabalhadores progressivamente desprotegidos, daquilo que se viveu antes do 25 de Abril.
Veja-se o gráfico acima sobre o peso das remunerações salariais no PIB (preços de mercado). E conclua-se forçosamente: algo está mal neste reino do... socialismo. E que a receita não resolveu os problemas estruturais nacionais, mas contribuiu para a desigualdade social em que se alimenta a extrema-direita.
Os nossos liberais de hoje defendem ainda menos Estado e ainda menos impostos (leia-se, menor distribuição da riqueza com os trabalhadores), ainda mais iniciativa privada alicerçada na propriedade privada (leia-se, preponderância das organizações empresariais na condução da sociedade), gritam a plenos pulmões contra o socialismo e a ditadura do colectivismo já arredado há décadas (leia-se, o regime que tenha em conta os interesses dos mais pobres e dos trabalhadores). Como alívio da alma, apenas se contrapõe a doutrina social da Igreja Católica que, face à realidade que se vive, até surge como herege e nem é aplicada!
Tudo isso faz pensar o que poderá ser o Novo Regime caso essa direita neoliberal, hoje liberal - PSD, CDS, IL e C - cheguem ao Governo.
E o que poderá ter feito o PS se aliar, em tantos assuntos, a essa direita.
No anterior regime, só não viviam tranquilos os comunistas e seus aliados.
ResponderEliminarMuita mais gente foi incomodada por acidente ou estupidez das polícias.
Os horrores do 'fascismo' é uma história do comunismo em Portugal.
Outros opositores ao regime viviam frustrados mas não inquietados.
Numa empresa do meu pai havia um trabalhador comunista; foi pelo menos uma vez detido e esteve ausente por alguns dias, algo a ver com a distribuição de papéis. Esse tinha razões para se sentir ameaçado. Muitos anos depois dei-lhe emprego e não lhe conheci a raiva dos abrilescos vitimados pelo que imaginam.
Então, o amanhã sempre era esperado que trouxesse melhorias. Hoje dominam as incertezas.
Suspeito que essa é razão porque sempre se impõe um tal negrume sobre o passado.
O regime era capitalista com um grau de intervencionismo do Estado na economia que hoje faz salivar de inveja os intervencionistas de esquerda.
Há uma maioria de esquerda na AR?
Façam pela vida e não chateiem com o liberalismo e o neoliberalismo e toda a treta dos tadinhos vitimados.
A mentira é a base do neoliberalismo e, já agora, da direita.
ResponderEliminarPor isso, assistimos ao paradoxo de ver candidatos ao cargo supremo do País, de quem se exige o mais alto respeito pelos valores nacionais, a mentir descaradamente, assumidamente, sem pudor, sem vergonha.
Há 40 anos atrás, isto seria considerado abjeto, uma aberração.
Hoje, no meio de tanto est*rco, até o Tino parece um tipo razoável.
Hoje, quem não pertencer à corja do vale tudo, é chamado de bandido.
Estamos mergulhados na miséria moral de uma direita de asco que afinal, e estamos agora a descobrir, é a norma e não a excepção.
A direita é e sempre foi isto.
Caro José,
ResponderEliminarTem toda a razão quando ao mal uso da esquerda no Parlamento. Mas o que quer? São coisas ainda por contar. Um dia, o Partido Socialista - ou quem lhe suceder - olhará para trás e verá o tempo e as vidas que foram desperdiçadas.
Mas também tem em pouca conta a força da pressão externa no neoliberalismo, as chantagens de que são capazes quando algo de decisivo está em causa: que o diga o Sócrates ou numa outra escala o governo grego.
Mas enfim, em última instância, tem razão. Está na mão de todos preferirem levantar-se.
Um mãos largas. O fascismo. E ainda havia uns poucos que enriqueciam
ResponderEliminarHoje é segunda, e a esquerda já é parte normal do sistema. Amanhã, já será uma extrema e perigosa ameaça à democracia.
ResponderEliminarVoltando à vaca fria, essa direita liberal sempre foi colaboracionista e motor da aceitação de autoritarismo; desde que haja liberdade de acumulação às pessoas de bem, somos todos livres.
Caro João,
ResponderEliminarNão fique por dizer o seguinte: todos os regimes fazem o que podem e não necessáriamento o que desejam.
Se o que está ao alcance do actual regime, num futuro previsível, é operar em modo de produção capitalista, é pura estupidez afectar a operacionalidade do sistema com uma agenda que mais não faz que satisfazer em palavras uma memória revolucionária de esquerda, sem qualquer efeito prático na alteração do modo de produção, outro que não afectar-lhe a eficiência e agravar a dependência externa.
Em terminologia empresarial, a gestão por objectivos sempre pressupõe a criação de riqueza, pois o empobrecimento nenhum objectivo serve.
A China, cujo totalitarismo não esteve nem está hoje ameaçado, pôs na criação de riqueza a condição de manutenção do essencial de um regime que sempre lhe trouxera pobreza.
Do que vejo por aqui escrito não raro me ocorre pensar que a miséria seja vista como passo necessário a percorrer um similar caminho.
Jose ensaia a tentativa bacoca da defesa do fascismo
ResponderEliminarParece que o fascismo só incomodava comunistas e os seus aliados.
No seu processo de branqueador de crápulas, jose vai longe. No seu processo de cumplicidade com criminosos, jose projecta-se. Como patrão (e já lá vamos) e como kolaborador do regime.
Jose queria que a canalhada nacional de braço levantado, que os amantes nacionais de Mussolini, de Hitler e de Franco tivessem a passadeira de honra, para realizarem a sua política abjecta, criminosa e de crápulas
Isso queria o jose. Por isso a derrota do nazi-fascismo foi uma má notícia para ele. E o 25 de Abril um processo doloroso de luto.
A um regime de pervertidos ( salazar promovia chás-canasta para angariar fundos para os selvagens assassinos de Franco ) e criminosos, somava-se um regime que mandava matar e morrer em África, para que uns tantos rebentassem a sua pança de tanto rapinar
Fernando Nogueira foi ministro uma meia dúzia de vezes. Do PSD. Foi um dos próximos de Cavaco Silva. Mas não tinha grande jeito para a "coisa".
ResponderEliminarNuma campanha eleitoral, creio que contra Guterres, convocou um dia os jornalistas para dizer que tinha a certeza que ia ganhar as eleições. E porquê? Porque uma velhinha lhe tinha dito, ao passar num café.
A "ingenuidade" hilariante (para sermos simpáticos) deste episódio, revela não só o grau de credibilidade de Nogueira,mas também o grau de credibilidade que o mesmo Nogueira tinha dos portugueses. Havia mais coisas a dizer, mas adiante. Nogueira não tinha mesmo jeito para a coisa e foi tratar de negócios. Virou "banqueiro". Millenium e bcp passaram-lhe pelas mãos. Ou vice-versa
Vem tudo isto a propósito da estoriazita de jose sobre a experiência pessoal do pai de jose, patrão já de várias empresas, de um trabalhador comunista e do jose, patrão igualmente de várias empresas ( que isso do Capital tem muito de hereditário). Mas ao contrário da do outro, esta estória é muito menos "ingénua".
A coisa é assim.Por causa de uns papéis que andava a distribuir,um trabalhador desapareceu durante alguns dias. E este tinha mesmo que se sentir ameaçado porque era comunista. E só os comunistas e seus aliados é que tinham razões para ter medo das bestas dos fascistas, porque no fundo estes não passavam de coisas boazinhas, não se perfilando como crápulas nem como informadores reles, como andam por aí a dizer
E a distribuição de papéis era proibida.E o patrão, pai do jose, sabia que ele era comunista, tal como o patrão jose sabia. Não interessava que não o fosse ou que o fosse. Para estas coisa,s tudo era comunista, desde que ousasse lutar contra a canalha institucional, embora como é sabido fosse do PC que eles tinham mais medo, olaré pim pim
A estória não acaba sem o toque pindérico do comunista ir pedir emprego ao patrão jose...estamos ao nível da velhinha de Fernando Nogueira, com aquele toque de coitadinho que jose escolhe, quando fala nas qualidades de um patronato à maneira. Só falta o lenço de papel a limpar a lagrimazita ao fundo do olho. Um verdadeiro patrão tadinho, vitimado por estes comunas. A passar numa qualquer telenovela do patrão Balsemão
Há qualquer coisa de repugnante na estória. Mas adiante.
Porque,segundo o patrão jose,filho do patrão pai do jose,"o amanhã sempre era esperado que trouxesse melhorias. Hoje dominam as incertezas."
As certezas que esses mesmos patrões tinham antes de Abril, com a protecção das botas cardadas, da pide, da legião. Um patronato com os costados quentes,que não conhecia limites. E que até tomava "conta" dos trabalhadores que andavam por ali a distribuir uns papéis.
Tempos bons, esses, em que o amanhã traria as melhorias prometidas.
Hoje é só incertezas e nem a austeridade e mais além trouxe de volta a tranquilidade a esta gente
Ah, um pormenor importante. Muita gente foi "incomodada". Mas descansem. Foi por "acidente" como sucedeu com as balas que atravessaram o corpo de Dias Coelho ou de Humberto Delgado
Ah,outra coisa.O intervencionismo do estado na economia. Jose é um desmemoriado. Devia ter-se lembrado do capitalismo monopolista do Estado, a dar de beber àqueles mocetões, aqueles que se tornaram donos disto tudo. Os terratenentes de jose, a que este, de forma tão lastimável, se olvidou de narrar
Pérolas como estas são isso mesmo.Pérolas
ResponderEliminar"Não fique por dizer o seguinte: todos os regimes fazem o que podem e não necessáriamento o que desejam."
Não fique por dizer o seguinte: Todos os indivíduos fazem o que podem e não necessariamente o que desejam
Profundo. Uma espécie de lambusadela pseudo-intelectual para tentar justificar o injustificável
Temos depois direito a um patuá estilo TINA.
E à "gestão por objectivos" verdadeira pérola empresarial aprendida nalguma sebenta de qualquer empresário upa upa
Os alemães sabiam isso.Tinham uma gestão por objectivos que premiava os komandanturs que se desfizessem de forma mais adequada das vítimas dos campos de concentração.Terrivelmente objectivos. Eram excelentes gestores da coisa. Tal como são excelentes gestores da coisa os que têm como obectivo lavar nos offshores o dinheiro do saque
Há qualquer coisa de verdadeiramente hipócrita neste paleio todo.Que continua: "Sempre pressupõe a criação de riqueza"
Nós sabemos para quem. E na expressão acertada de Garrett: "quantos pobres para fazer um rico?
Nem a idiotice sobre a China consegue passar:"pôs na criação de riqueza a condição de manutenção do essencial de um regime que sempre lhe trouxera pobreza"
Vale a pena dissecar isto? A pobreza que reinava em Portugal no tempo em que um patronato medíocre vivia acoplado ao poder do estado fascista e aos seus mecanismos repressivos? Também teriam uma "gestão por objectivos"?
Ou o TINA de jose já lhe está de tal forma na alma,que ou é o porno-riquismo ou a miséria, numa espécie de escorregar perpétuo dos de baixo para os de cima?
Francamente. O que dizer disto?
Talvez recomendar um excelente texto de João Rodrigues:
http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2018/10/de-quantos-pobres-se-faz-um-rico.html
E onde jose tentava justificar o porno-riquismo ,paredes meias à tentativa de justificar outro escândalo de porno-ricos que se abateu sobre Salazar, envolvendo seus ministros e boçais grandes empreendedores. O Ballet rose,pois então
( ou a sua tentativa de apagar o sangue de Humberto Delfgado daquele verdadeiro gestor por objectivos chamado Salazar)