São dois exemplos clamorosos do que não deveria ser nunca o jornalismo, e menos ainda em tempos de pandemia. Mais duas peças que funcionam como recurso pedagógico útil, pela negativa, de cursos de jornalismo e comunicação social. Como assinalou aqui André Barata, estamos perante duas entrevistas conduzidas em tom de «frenesim justiceiro, obcecado por descortinar erros e culpas», em que se confunde «a tarefa de informar, e assim esclarecer factos e opiniões, com a agenda de desinformação, que, sabe-se, para ser bem-sucedida apenas precisa de dar visibilidade a falsidades, rumores, contribuindo para mobilizar artificialmente zanga social».
Nesta perspetiva, pode ser visto aqui (a partir do minuto 29'25'') um excerto lapidar da «entrevista» de Fátima Campos Ferreira à insuperável ministra Marta Temido, na passada segunda-feira. E aqui (a partir do minuto 11'50''), a breve «entrevista» de José Rodrigues dos Santos ao Diretor Clínico do Hospital da Luz, Rui Maio, na passada quarta-feira. Se ainda não viram, não deixem de ver.
Grande Marta Temido que teve a coragem de chamar criminosa à Fátima Campos por aquilo que ela disse acerca do SNS.
ResponderEliminarSocorro, foi assim que o traste iniciou o Telejornal. O Director do Hospital da Luz, Rui Maio, com extrema seriedade corrigiu e desmentiu José Rodrigues dos Santos. Quando é que o Director da RTP toma posse?
ResponderEliminarInsuperavel Marta Temido.....o meu caro Nuno Serrra, pensou bem no que escreveu, Marta Temido, parece o carro vassoura da Volta a Portugal, anda a apanhar os cacos, em lugar de estar a DIRIGIR o Ministerio da Saude. Falta de Medicos, Falta de emfermeiros, Falta de Camas, recusa da Requisicao Civil dos Hospitais Privados, e se FCF quer circo, porque assim tem audiencias, Marta Temido so tem de se queixar dela propria, porque nao tem sido a Ministra da Saude, que Portugal precisava nesta altura.
ResponderEliminarDeixo mais dois exemplos:
ResponderEliminar1) notícia sobre o colapso da rede de ar medicinal no hospital da Amadora/Sintra na RTP1.
Entrevistam por videochamada um engenheiro da CUF, que foi a empresa que construiu e explorou o hospital nos primeiros anos, em regime de PPP.
Diz o artista: o hospital tem capacidade para 5000 l/min de consumo total e cada doente ventilado gasta 30/ min, o que, excedido, faz baixar a pressão da rede dos 4,5 Kgf/cm2 ideiais.
Ora 5000/30 dá 167 pessoas.
Pergunta que se impunha: e quem decidiu limitar a 167 pessoas a capacidade do hospital?
Estava no projeto, ou foi alterado na negociação?
A chamada ficou por ali. O privado tem sempre razão.
2) Uma reportagem num concelho da Beira Alta mostra um tipo que tem um hospital pronto, totalmente equipado e fechado há 2 anos.
Diz o artolas que está pronto a ser contactado pela ministra, para a "ajudar", como ela tinha apelado.
Perguntas que se impunham: e como é que alguém gasta milhões de € num hospital para o ter fechado?
Quem o financiou?
O promotor pagou ao banco?
Quem vai prestar os cuidados aos doentes, se o Estado para ali enviar alguém?
Resposta à última pergunta: iremos contratar pessoal.
No centro de emprego, provavelmente, digo eu, mas o jornalista ou não rebateu, ou então foi cortado na edição.
Mas, a maior anedota passava em rodapé e era a resposta à segunda pergunta: a autarquia apoiou o projeto.
O que deveria ter dado origem a um inquérito, já que nas funções das autarquias não entra construção de hospitais privados.
Ninguém é eterno nos cargos públicos neste País, com a exceção da direção de informação da RTP.
Quanto mais «bullying» fazem a Marta Temido, ela torna-se melhor.
ResponderEliminarA Fátima Campos Ferreira é uma pessoa que não escuta a mensagem. Para além de interromper, está sempre a viver no sensacionalismo e no pânico.
É pena que não se faça um saneamento na RTP para correr, de vez, com toda essa gente horrível que em nada melhora a comunicação, desde Dina Aguiar a José Rodrigues dos Santos, passando por esta coisa inadmissível e escabrosa chamada de Fátima Campos Ferreira.
Dos mais comprometidos com uma agenda política pessoal e que passa pela defesa de valores reaccionários que nem tentam disfarçar...
ResponderEliminar«É pena que não se faça um saneamento na RTP para correr, de vez, com toda essa gente horrível que em nada melhora a comunicação, desde Dina Aguiar a José Rodrigues dos Santos, passando por esta coisa inadmissível e escabrosa chamada de Fátima Campos Ferreira.»
ResponderEliminarDiscordo quando fala da Dina Aguiar; pena ela estar limitada ao jornalismo regional.
José Rodrigues dos Santos caiu e muito - em especial quando basicamente se acabou com o jornalismo internacional a sério.
Com Fátima Campos Ferreira concordo mais (não me recordo dela nos anos 90, mas recordo-me do P&C, que era mau, especialmente após os primeiros anos).
Evidentemente não estamos a falar da questão salarial, mas Marta Temido salientou a necessidade de melhorar a remuneração de todos os profissionais de saúde.
ResponderEliminarUma das coisas que mais me incomoda é mesmo isso. A diferença salarial de quem "trabalha" na RTP e quem tem um cargo público. Ambos são serviços públicos que suportados pelo OE…
No caso em concreto refiro-me à Ministra da Saúde. Que aufere o seu salário, mesmo que tenha toda esta responsabilidade. O mesmo não se poderá dizer a FCFerreira que deve ganhar muito mais. E com uma irresponsabilidade e falta de respeito por quem de facto está a dar o máximo.
O mesmo se podia dizer do outro… Aquilo está tudo feito.
Para o PPC tudo eram rosas...para os rosas são crime!
ResponderEliminarUm excelente post de Nuno Serra.
ResponderEliminarTemos a oportunidade de ver a forma como "jornalistas" se comportam sem quaisquer escrúpulos, qual abutres montados sobre as suas putativas vítimas. Sentimo-nos incomodados com as perguntas acintosas de FCF. A ministra esteve muito bem. A bofetada de luva branca que deu a uma incompetente que alavanca as suas perguntas num crescendo de voz como se estivesse num tribunal plenário
E o asco que desperta JRS naquela sua entrevista manhosa, à achegado do chega?
(De jose não vale a pena falar. Ele sempre teve uma queda especial pela mediocridade de FCF e uma ternura filosófico ideológica por JRS. Embora se registe com gozo este choradinho em torno de Passos Coelho mais o ramo de rosas assim tão suspeitamente ofertado)
"Ninguém é eterno nos cargos públicos neste País, com a exceção da direção de informação da RTP." dizem por aí que já foi exonerado ficando apenas até 31 de Março e o Rui Rio indigitou-o para a Câmara de Lisboa mas ele queixa-se que ainda ninguém falou com ele. Desde 2015 que tem sido um grande artista na arte da contrainformação ao serviço do PPD e do Coelho que lá o pôs.
ResponderEliminarA Fátima C Ferreira "está sempre a viver no sensacionalismo e no pânico" mas julga-se acima da média, coitada, que ficou bem vermelha quando a Marta Temido a apelidou de criminosa, até acabou o programa com o professor de Moral (Nós também pagamos aquilo?) aos tropeções.
Melhorou, caro JE.
EliminarValeu a prestação de Marta Temido que não esteve nesta entrevista a brincar.
ResponderEliminarValeu, porque deixou a FCF sem palavras e com aquela expressão de alguém que é, sem dúvida, incompetente no trabalho que faz.
Esta prestação fez lembrar a de Carlos Santos Pereira (no canal 2), quando por ocasião de uma entrevista sobre a crise na Jugoslávia, o fizeram confrontar com o ridículo e vaidoso Nuno Rogeiro. Às opiniões completamente estranhas de Nuno Rogeiro, sempre com aquele sorriso imbecil nos lábios, Carlos Santos Pereira começou a sua intervenção dizendo que não estava ali a brincar. Só a primeira intervenção deixou Nuno Rogeiro completamente apagado.
E no entanto compare-se as vezes que lá vai Carlos Santos Pereira e nuno rogeiro, este com o lugar de comentador perpétuo
ResponderEliminarCSP foi muito bom. Por isso o ostracismo nos media.
E por isso FCF e JRS estão no lugar onde estão
Talvez o maior drama desta situação, é os «media» continuarem tal como estão, após a pandemia, com os mesmos José Rodrigues dos Santos e Fátima Campos Ferreira nos mesmos lugares, exercendo os lugares de desmerecem e a ganhar os louros em dinheiro que continuam a ganhar, à conta do medo e do pânico que anunciam a todo o momento.
ResponderEliminarFCF e JRS sofrem de ego sobre dimensionado. Têm-se em grande conta. Acham-se o máximo. Ela como jornalista de referência e ele como superior escritor . Ao público não resta senão reconhecer-lhes o talento.
ResponderEliminarO problema é que ambos são professores em escolas de comunicação.
Excelentes exemplos de péssimo serviço, prestado por serviço público. Acrescentaria o incentivo dado pelos ditos "jornalistas" ao aglomerado de ambulâncias para ligarem as luzes de emergência durante a noite (entre muitos outros exemplos).
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