terça-feira, 24 de novembro de 2020
Do equilíbrio difícil entre a saúde e a economia
«É extraordinariamente difícil conseguir um equilíbrio entre medidas restritivas que travem o crescimento da infecção por SARS-CoV-2 e manter a economia a funcionar, mas ganhar esse desafio é fundamental. Para todos os que dizem que primeiro está a saúde e depois a economia, enquanto médico, venho lembrar que o empobrecimento também mata. O impacte avassalador desta pandemia na economia está à vista de todos e na pele de muitos. Este impacte vai-se agravar quando terminarem os apoios do Estado. (...) As determinantes sociais, como a educação, emprego, rendimentos, cultura, coesão social, e os comportamentos de risco, contribuem em mais de 50% para a saúde das pessoas, enquanto os cuidados de saúde são responsáveis por cerca de 10%. (...) É fundamental travar a pandemia mas também o empobrecimento e fazer com que desta pandemia resulte uma sociedade mais justa e mais comprometida com a defesa do ambiente. Só assim podemos prevenir novas pandemias, manter a coesão social e tornar o direito à saúde mais equitativo.».
"fazer com que desta pandemia resulte uma sociedade mais justa"
ResponderEliminarExatamente. Esta pandemia é uma grande oportunidade para mudar o que está mal. Esperemos que seja uma oportunidade aproveitada.
Parece bem mas, sempre falta dizer o que mais importa:
ResponderEliminarSe mais economia sempre é mais consumo, importaria dizer que isso será provavelmente menos saúde e pior ambiente a prazo.
Mas aí significaria dizer que o nível de vida seria menor pelos padrões actuais, e ninguém se atreve a enunciar tal blasfémia.
A alternativa, que seria diferente a medida do nível de vida, não se sabe que haja quem disso se ocupe, embora se suspeite que alguns esperam esse efeito de um Estado autoritário e que se diga socialista, mas nada dizem...
Mais economia é mais consumo, diz jose. Logo menos saúde.Logo pior ambiente
ResponderEliminarPorque motivo jose faz estas fitas de lamurienta personagem?
Quando se soube que 1% da população mundial, a mais rica, causava metade das emissões de CO2 da aviação o que fez jose?
Saiu em defesa deste 1%, apostrofando todos os demais
Esta defesa permanenente dos porno-ricos e do seu direito ao saque é tão típica entre estes eugenistas sociais
A prova está no seguimento da sua conversa da treta. O nível de vida seria pior, dirá.
Mas pior para quem ? Para quem se apropria da riqueza assim desta forma pornográfica, feito porno-rico?
Esses mesmos. Aqueles por quem jose tece armas, ternuras e odes reais
Blasfémias, dirá ainda jose. E embora se suspeite que jose tem saudades do estado fascista que se dizia simplesmente autoritário, ele tenta agora disfarçar.
Não vão longe os tempos em que ele defendia assim o porno-rico do Mexia:
"Horror dos horrores!
Quem lida com mil de milhões vai ganhar 1 milhão?"
Nessa altura só se preocupava com o nível de vida de sua Exª, o porno rico. Como de resto agora
Caro Jose,
ResponderEliminar«Se mais economia sempre é mais consumo, importaria dizer que isso será provavelmente menos saúde e pior ambiente a prazo.»
Por uma vez consegue dizer "apenas" um disparate que não é muito grande. De facto, a solução para termos uma sociedade equilibrada não é apenas mais consumo e mais crescimento económico. Pelo contrário, é retirar a quem já tem mais do que consegue gastar, e cujas práticas de consumo largamente excessivo têm uma desproporcionada pegada ecológica (os bilionários, vulgo "porno-ricos"), e dar a quem tem menos, para que consiga ter uma vida digna. Isto não requer nem mais crescimento (nos países da OCDE pelo menos), nem mais consumo, mas sim mais REDISTRIBUIÇÃO.
A alternativa propalada ad nauseam pelos neolibearis ignora -- e em 2020 isto tem que ser propositadamente feito -- que os mercados, se deixados a si mesmos, AGRAVAM AS DESIGUALDADES. Isto não é novo: Adam Smith sabia isto, idem para Locke, Hume, etc. Para uma boa referência sobre isto, ver Mark Blyth, Austerity, Oxford UP, 2013.
E já agora, ver também este texto de Jason Hickel: https://thecorrespondent.com/728/we-cant-have-billionaires-and-stop-climate-change/842640975176-f7bab0dc
«We can’t have billionaires and stop climate change»
Especialmente esta secção: «An unbalanced society means an unbalanced ecology»
Simon Wren-Lewis no Mainly Macro:
ResponderEliminarhttps://mainlymacro.blogspot.com/2020/11/politicians-and-experts-austerity.html
Com a excepcao notoria do que SWL do Brexit, em que discordo de quase tudo aquilo que SWL escreve, subscrevo o post dele e realco a seguinte passagem:
"(...) In most countries in Europe, including the UK, the second wave has been far worse because politicians ignored the expert advice.
The rationale they have given for ignoring the medical experts has been to balance health with the economy. The irony is that once again most economists I have seen who have studied this issue have agreed with me that there is no meaningful trade-off between the economy and health beyond the very short term. Once again academic economists are ignored, this time where lives are directly at stake. (...)"
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Sobre a actual "crise economica" tambem tenho algumas ideias, talvez contra-corrente, mas que serao para outro forum ou outro post que eventualmente venha a ser escrito.
SWL no mainly macro a elaborar com um pouco melhor o ponto acerca da ilusao ou pensamento-magico que reside no centro desta ideia da falsa dicotomia entre Saude e Economia:
ResponderEliminarhttps://mainlymacro.blogspot.com/2020/10/why-do-some-find-economicshealth-trade.html
Recomendo vivamente uma leitura atenta.
E necessario perceber nestes problemas que a analise tem de ser dinamica e de meio prazo. Uma analise estatica e de curtissimo prazo como o escriba Luis Campos aqui parece ensaiar leva a tragedia que estamos a assistir na Europa e EUA.
Importante contrapor com a China, Japao, Coreia do Sul e Nova Zelandia.
Apenas um vulgar truísmo: o consumo dos ricos se distribuído, equilibrava o ecosistema e todos viviam melhor.
ResponderEliminarAssim se confortam os ambiciosos, assim se justificam os invejosos.
A verdade seria, o capital consumido , o consumo expandido por algum tempo, alguém acumularia capital com isso, o ciclo da expansão do consumo...
A velha cega-rega dos invejosos
ResponderEliminarAgora misturada com a natureza da coisa dos tipos que querem a Coisa
Caro jose,
ResponderEliminar« Apenas um vulgar truísmo: o consumo dos ricos se distribuído, equilibrava o ecosistema e todos viviam melhor.»
Pois, os truísmos têm, realmente, essa particularidade: o de serem verdade.
Noto apenas que o "todos" em «todos viviam melhor» inclui também os porno-ricos: se se der cabo do planeta, é caso para dizer que nem todo o dinheiro do mundo os salva... Afinal de contas, como diz o Bloco, não há planeta B...
O truísmo é limitado ao consumo dos ricos; mas sempre é o capital dos ricos que é objecto da ânsia distributiva, que só uma ditadura conteria, excepção feita, naturalmente, aos esforçados camaradas dirigentes.
ResponderEliminarTudo acaba no mesmo: sempre o capital se acumula sob pena de não haver progresso; se no Estado ou nos indivíduos é a alternativa. Até onde se conhece, sempre a primeira alternativa foi autoritária e fracassada, ambiental e socialmente.
Eis José a justificar da forma habitual a existência de vampiros e de chulos
Eliminarvou aqui comentar sem ter lido o texto na íntegra, mas com a intuição de tomar por válida a crítica, já que foi citado um largo excerto do texto como qualquer coisa de exemplar. portanto, o problema que vejo, enquanto leitor de esquerda, está na visão cartesiana dos economistas, ou das ciências mais positivista no geral (medicina incluída), porque são vários os temas e as variantes da realidade a empurrar-nos para uma dialética, mas... que lá sempre teimam na busca do "equilíbrio". a busca do equilíbrio é sempre uma daquelas ficções tão ingratas ao espectador quanto ao (tosse, tosse) investigador. É entretenimento capitalista, porque este sistema em que nos situamos ora não pode parar de crescer, ora em crise descresce, ou ora em colapso... sei lá - ninguém sabe. parece que só em colapso é que poderemos pensar na raiz das coisas da vida, e parar de correr a trás do equilíbrio que sempre nos escapa. Já está mais do que na hora para pararmos de pensar nos equilíbrios (o plural aqui não é um pormenor) enquanto fundamento de ciência, e deixá-los para segundo plano, enquanto instrumento do pensamento científico que pensa na radicalidade da vida. isto é, no modo em que é mais vantajoso radicarmos a nossa vida colectiva.
ResponderEliminarnota: é claro que, logo à partida, estou a pôr de parte essas trenguices individualistas. isso é pseudo-teoria, porque sempre se vai ler, nunca vemos uma base de histórica, mas axiomática assim... do nada. tão deuses que eles são.
Deixemos para lá o habitual naquele sujeito que opina sem ter substracto para o fazer,ou seja que comenta sem ler o que comenta
ResponderEliminarAs sandices que se seguem são tantas que só mesmo como manobra de diversão. Vinda do ministro holandês ou de qualquer um dos seus sequazes
Tomemos antes como exemplo o de jose, que sem o querer confirma duma assentada várias coisas:
Diz jose:
"mas sempre é o capital dos ricos que é objecto da ânsia distributiva"
A ignorância das leis da física dá também nisto. Jose quer colocar o capital dos que não têm capital a ser distribuído...pelos que têm capital
Eis aqui explicitada, na sua forma mais primária, a defesa da transferência de recursos de baixo para cima da pirâmide social.
Já antes jose proclamara aquele velho chavão neoliberal segundo a qual a justiça social não passaria de inveja
Eis jose enredado, não já nas suas fantasias oníricas filosófico-ideológicas, mas sim nas historietas anquilosadas das vetustas tretas neoliberais.
Mas jose continua...
ResponderEliminarDiz jose:
"Parece que só uma ditadura..."
De ditaduras sabe jose. Passa aqui o tempo a defender aquele ditador que se reunia privadamente com outro da sua igualha e que gritava "viva la muerte". Também tinha aquele tique no braço, como o Fuhrer...
Agora faz estas "cenas". Um pouco patético
Adiante
Depois de encostado às cordas o que resta a jose?
Foi a doutrina da inveja que fez puf. Foram os porno-ricos que não puderam ser escondidos por detrás das apologias do porno-riquismo.
Resta isto. Diz jose:
"o capital se acumula sob pena de não haver progresso; se no Estado ou nos indivíduos é a alternativa"
Bom, que dizer disto?
Há pouco era aquele choradinho sobre "a mais economia sempre é mais consumo, importaria dizer que isso será provavelmente menos saúde e pior ambiente a prazo"
Agora é o "progresso do capital", esquecido já o consumo e a saúde e o ambiente...
O que dizer disto?
Tretas de treteiro em campanha?
Mas em campanha por?
Aparentemente contra o Estado e a favor da "acumulação nos indivíduos"
Da acumulação nos indivíduos...mas dos indivíduos que detém as fortunas, os tais pobres dos ricos, aqueles que são vítimas da "ânsia distributiva", no paleio sintomático de jose?
Aqueles que jose espere que pingue a partir dos que estão por baixo da pirâmide?
Afinal todo este paleio de jose é a repetição enfadonha dos mantras neoliberais - o enriquecimento do topo à custa do empobrecimento na base e a justificação para que tudo continue na mesma.
A apologia do status quo dos porno-ricos.
Porque se não nos sujeitarmos a tais porno-coisos, é o Estado e é a autoritária e o fracasso e o ambiente e o social
O que dizer disto?
Também indigência intelectual. Para além de tudo o mais