quinta-feira, 30 de julho de 2020

Do acordo europeu e suas consequências na política monetária

Sobre o acordo europeu da semana passada, escrevi um artigo para a versão portuguesa do Le Monde diplomatique - edição portuguesa, nas bancas na próxima quinta-feira. Segue abaixo um trecho, sobre as (ignoradas) consequências do acordo na política monetária do BCE:

Este entendimento do papel dos Bancos Centrais foi, e é, o entendimento prevalecente no BCE. No entanto, a sua incapacidade de atingir a taxa de inflação de 2% tem um efeito colateral positivo nas finanças públicas europeias, já que países, como os do Sul da Europa, beneficiam de taxas de juro muito baixas num contexto de forte endividamento. Ou seja, embora não seja esse o objectivo da BCE, não é expectável que Portugal tivesse agora qualquer problema de financiamento de um programa ambicioso de relançamento económico. Pelo contrário, as compras de dívida por parte do Banco de Portugal, sucursal do BCE, são na verdade uma forma de reestruturação da dívida, pois os custos da dívida voltam ao Ministério da Finanças na forma de dividendos desta instituição pública. No entanto, com a promessa de novas obrigações europeias emitidas de forma maciça, o BCE terá agora um mercado alternativo às dívidas públicas nacionais para a prossecução da sua política de estabilidade de preços, libertando-o do actual modelo de compras de activos que nos favorece. O aumento do controlo e da pressão financeira do BCE sobre as escolhas orçamentais do governo português é um dos resultados deste acordo. Se é pouco provável que o BCE queira provocar uma nova crise da dívida no imediato, a sua presidente, Christine Lagarde, confirmou há meses esta linha de pensamento em Frankfurt, afirmando que não é responsabilidade do BCE a manutenção de juros baixos nos títulos de dívida pública nacionais.

8 comentários:

  1. A subida dos spreads das dívidas dos países do sul, na zona euro, em 2011, não foi provocada pelo BCE, mas sim pela merkel e pelo sarkozy, na cimeira de Deauville de outubro de 2010.
    Ao anunciarem a reestruturação das dívidas de Grécia, Itália, Portugal, Espanha e Irlanda, o pânico instalou-se nos especuladores, levando-os a reduzir a procura por esses títulos.
    Os especuladores estão num mercado - o das ações das empresas privadas - cujo risco aumenta de dia para dia, devido, principalmente, à desindustrialização, que reduziu as outrora empresas industriais fortes em meros entrepostos de produtos "made in china".
    Os especuladores precisam de títulos da dívida pública, mesmo tendo rendimento reduzido, porque são investimentos seguros; não era natural que a procura por títulos da dívida pública caísse de um dia para o outro, como aconteceu; os especuladores não ganhavam nada com a ruína desses países.
    Quando a dívida grega foi parcialmente reestruturada, muitos dos que detinham dívida grega, perderam grandes quantidades de dinheiro, a vender ao desbarato o que possuiam(embora, outros tenham comprado quantidades massivas desses títulos, tenham ficado com posição dominante e tenham feito fortunas ao recusar a reestruturação).
    Foi a sabotagem económica engendrada na praia de Deauville que provocou o pânico.
    Que garantias temos que a sabotagem não se vai repetir?
    Afinal, a "kohl girl" continua no mesmo lugar.

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  2. No curto prazo pode o regabofe prosseguir...

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  3. A idiotice desta frase não deixa margem para dúvida:

    "Os especuladores estão num mercado - o das ações das empresas privadas - cujo risco aumenta de dia para dia, devido, principalmente, à desindustrialização que reduziu as outrora empresas industriais fortes em meros entrepostos de produtos "made in china".

    A isto juntem-se "os especuladores que não ganhavam mas que ganhavam"
    E os que "perderam grande quantidade de dinheiro e os que ganharam grande quantidade de dinheiro"

    Estamos em presença de pimentel ferreira

    Uma ode aos especuladores assim ao estilo daquele idiota do seu ministro holandês... para ver se passa

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    1. JE argumenta como trump.
      Obamagate ou o idiota, vai dar tudo ao mesmo insulto gratuito.
      São os sinais dos tempos.

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    2. Os especuladores que ganhavam e não ganhavam?
      Mais os que perderam ou ganharam muito dinheiro?
      Esta indigência mental tem um nome. Como se chama o amigo daquele idiota do ministro holandês?

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  4. Quanto a jose e o regabofe

    Já sabemos que jose e o regabofe se dão muito bem. A curto,médio e a longo prazo.

    Basta perguntar aos seus mestres. Os do regabofe, entenda-se

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  5. O regabofe deste «Jose» está em prosseguir em ser teimoso. Em vez de «Telescola», escreve «tele-escola».

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  6. (Deixe-se joão pimentel ferreira a esbracejar com a sua escola, com jose e com a sua televisão. A impotência é de facto tramada e percebe-se as escolhas da outra)

    Leve-se muito a sério este alerta sobre o aumento do controlo e da pressão financeira do BCE nas escolhas orçamentais do governo português.

    E o papel de Lagarde

    Lagarde que em 2012 servira já de inspiração para os ministros gregos do futuro.

    Numa entrevista em maio de 2012 foi interrogada sobre a Grécia atingida pela crise. Referiu-se à evasão fiscal grega e concordou com a sugestão do entrevistador de que os gregos "se divertiram muito", mas agora "está na hora de pagar"
    Às suas acusações de que os gregos não pagavam os seus impostos em número suficiente, respondeu o Professor Emérito John Weeks, da Universidade de Londres, comentando a fraca autoridade moral de C.Lagarde, que, como diretora do FMI, recebia em 2012 um salário anual livre de impostos de 380 mil euros, (mais regalias) - um salário superior ao do Presidente dos Estados Unidos da América.

    No FMI é assim

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