Pormenor dos dados fornecidos pelo MTSSS |
De facto, assim é. Mas o problema não está aí. Está em diversos problemas:
Problema 1: Segundo os dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, os 0,5% das empresas apoiadas correspondem a 536 empresas num total de 110.847 empresas apoiadas. Ora, o problema é que, segundo o INE, essas 536 empresas representam 54% das 994 grandes empresas existentes em 2018. Ou seja, mais de metade das grandes empresas estão a ser apoiadas pelo Estado.
E o que acontece às microempresas? E às pequenas? O Estado está a apoiar 89.986 microempresas, quando existiam em 2018, segundo o INE, 334.383 empresas com pessoal ao serviço. Ou seja, apenas 27%. Da mesma forma, havia 40.963 pequenas empresas, tendo sido apoiadas 12.843 empresas. Ou seja, 32% das pequenas empresas.
Problema nº2: A distribuição do pessoal pelos diferentes tipos de empresa pode alterar essa percepção. É que as microempresas detêm 45% do total do pessoal remunerado e as pequenas cerca de 19%. Mas as médias empresas têm cerca de 15% do total e as grandes empresas cerca de 21%. E como - em média - as grandes empresas praticam remunerações mais elevadas do que as microempresas, esse enviesamento é ainda mais acentuado.
Aqui surge uma dificuldade para se estimar essa distribuição: é que o Ministério do Trabalho - sabe-se lá porquê! - não fornece o total de trabalhadores abrangidos pelo lay-off, nem a sua distribuição por dimensão de empresa.
Mas vamos supor que a repartição do pessoal ao serviço por dimensão de empresa é igual nas empresas abrangidas pelo lay-off. E que as remunerações médias de cada escalão de empresa se aplicam aos trabalhadores envolvidos. Se assim for e tendo em conta às isenções de contribuições sociais concedidas no apoio ao lay-off, então dois terços do bolo financeiro estará a ir para as grandes e médias empresas (38% e 28% respectivamente), enquanto as micro e as pequenas empresas recebem o outro terço (12% e 23%).
Mais uma vez: era conveniente que o MTSSS facultasse essa informação para que se possa fazer as contas e ter uma imagem mais real. Mas não deve estar muito longe dessa repartição.
Como se vê, não basta dizer que apenas 0,5% das empresas apoiadas são grandes empresas. Que se mostrem os números.
A cip no comando.
ResponderEliminarÉ difícil perceber o seu artigo quer pelas malabarismos que também faz com percentagens de percentagens , Quer pelo enviesamento da análise em micro, pequenas médias grandes empresas etc.Depois parte do princípio de que todas as empresas precisam de apoio .Ora sabe-se que precisar é uma coisa e querer e aproveitar a oportunidade. Tambem como o sr da Cip e outros gostariam o bom era ir ou ligar - se a um qualquer balcão real ou virtual e dizer quanto queria e receber de imediato sem mais burocracias E o mesmo se passaria com o lay off fosse ou não necessário. Tudo isto sem qualquer responsabilidade necessidade de justificação e preferencialmente nessa modalidade tão querida como é o “ fundo perdido “. Terá por acaso o Sr Jerónimo colocado alguns funcionários do partido em lay off? Veja por exemplo o caso do hospital dos Sames dirigido por um dos nosso sindicatos , foi tudo para lay off encerrou !!!!!! E só agora reabriu deixando os doentes abandonados . Portanto é necessário ser claro preciso e dispor de dados mais rigorosos para fazer estas anãlises sem correr o risco de ser “isento” ( isento é em geral aquele que diz ou veicula o que queremos ou ouvir !?)
ResponderEliminarSe a questão se resume a ser a informação insuficiente, só posso estar de acordo.
ResponderEliminarMas seguramente não é essa a questão que suscita o nomeado Jerónimo, que entre as enormidades com que lida quotidiana e tranquilamente há a de que: as empresas, se tiverem condições próprias de mobilizar meios financeiros financeiros bastantes, não devem usufruir apoios de Estado, devendo utilizá-los para manter assalariados que excedem as suas necessidades ou que estão impedidos de lhes prestar serviços.
Caro José,
ResponderEliminarA principal questao que se coloca é se o esforço financeiro do Estado foi devidamente calibrado. Primeiro, poderia ter se pensado numa repartição mais justa do esforço: a) os trabalhadores perderam 1/3 de rendimento; b) a maioria do dinheiro foi para quem se calhar n precisava e até deveria contribuir com mais. depois, dever-se-ia ter pensado em medidas anti-recessivas. Apoiar as empresas, os trabalhadores e não lhes cortar rendimento que, por acaso, tem efeitos recessivos.
Caro Jcef,
Não há malabarismos da minha parte. Trabalhamos com os dados que existem e com base em pressupostos transparentes, com base em valores médios. Posso não me ter explicado devidamente, mas em termos médios não me parece haver dúvidas. A maioria das grandes empresas foi apoiada e, muito provavelmente, a maioria do esforço público foi para as médias e grandes empresas.
Caro João
ResponderEliminarUm trabalhador sem deslocações para o trabalho, com um confinamento que a todos vedou a disponibilidade de inúmeras oportunidades de despesas habituais, pago a 2/3 do vencimento é um razoável sacrifício.
Se bem me lembro, houve um tecto para o montante atribuível.
O que subsiste portanto é um são conceito do que sejam as condições razoáveis de impôr a uma qualquer empresa.
Quanto às vantagens da contribuição do consumo para fixar o modelo económico a promover, estamos mais uma vez a apreender as suas consequências inevitáveis e periódicas.
Do que eu mais gostei no debate quinzenal foi da inteligente contribuição do Senhor Deputado do Iniciativa Liberal para a onda de histeria racista anti-chinesa que grassa em todo o Ocidente (menos em Itália, vá-se lá saber porquê...).
ResponderEliminarO que faz o nosso singular deputado liberal perder as estribeiras e proferir o enxurro de cloaca que lhe saiu da boca é a constatação do abjecto e pornográfico falhanço do seu tão querido Liberalismo na gestão da crise pandémica. Face ao indecoroso número de vidas ceifadas no Reino Unido, em França, na Espanha, nos EUA, o Sr. deputado recorre à pirotécnica manobra de videirinha diversão e protesta o seu amor profundíssimo e imorredouro por Uigures e cidadãos de Hong Kong (que, pelos vistos, são branquinhos como a neve e têm olhinhos de um azul profundamente hollywoodesco, pois chineses não são) que, a julgar pelas suas tão lúcidas quanto informadas palavras, enfrentam um autêntico massacre genocida levado a cabo pelos carniceiros comunas chineses. Heroicamente, o Sr. deputado invectivou o bom do Sr. Primeiro Ministro da República Portuguesa por, alegadamente, não pôr ao serviço da luta libertária dos ocidentais honorários e mui democratas que são os Uigures e os habitantes de Hong Kong o vasto poder económico, político, militar e, sobretudo, demográfico da Pátria de Camões. Desconfio que o escutaram, com atenção e tremendo como varas verdes, os governantes chineses em Pequim... Ridículo? Não, é coisa que vai para lá disso: é um neoliberal em terminal crise alucinatória.
Por amor de Deus, haja alguém que tenha pena da criatura e explique ao Sr. deputado que não foi na República Popular da China que o sistema de saúde entrou em colapso, que não é nessa terra de bárbaros comunistas que se põe aos cidadãos o irresolúvel e mortífero dilema do ir trabalhar (e morrer da doença) ou do não ir trabalhar (e morrer de fome), mas haja, sobretudo, alguém que caridosamente explique a esse liberalíssimo indigente intelectual que é da República Popular da China que vêm os ventiladores (das 1400 peças necessárias na montagem de um ventilador 1100 são "Made in China") e os equipamentos de protecção que salvaram, salvam e salvarão as vidas a não poucos dos seus concidadãos, os quais, fossem eles deixados ao arbítrio da selva ultra-liberal que ele tão fogosamente advoga para eles, veriam as suas vidas precocemente terminadas. É preciso alguém não ter vergonha nenhuma na cara para cuspir na mão que o salva. Contudo, bem vistas as coisas, que vergonha na cara pode ter quem tão cristalinamente mostra as suas veras cores de racista, de imperialista, de supremacista ocidental e de reaccionário sociopata?
Curiosamente fala-se em Jerónimo de Sousa e vem logo jose e joão pimentel ferreira a correr.
ResponderEliminarDespeitados,assim para o raivoso miudinho,escondidos atrás da sotaina de jose. Ou do pimentel ferreira, tanto faz
Ora vejamos. Joãp pimentel ferreira declama uma ode poética ao SAMS. Dirigido por um dos "nossos sindicatos", diz ele, revelando o que lhe vai na alma
De facto é um dos sindicatos deles. Governado pelo PS e pelo PSD: O bloco central à frente de um sindicato, ganho por eles, democraticamente.
Mas que representa os interesses que a malta estilo joão pimentel ferreira representa. E os interesses privados na saúde
Pois o sindicato do joão pimentel ferreira está a ser alvo de críticas por parte da Comissão de Trabalhadores (CT) e dos sindicatos representativos dos trabalhadores ao seu serviço. Tudo porque, passadas semanas após ter decidido encerrar os Serviços Clínicos dos SAMS e recorrer ao Lay-Off continua sem responder aos pedidos de esclarecimento solicitados por estas duas entidades.
Segundo nota enviada pelos sindicatos e pela Comissão de Trabalhadores do SBSI/SAMS Sul e Ilhas, a Direcção do SBSI/Mais Sindicato determinou o encerramento dos Serviços Clínicos e administrativos, a 19 de Março e informou, através de comunicação enviada aos trabalhadores, a 24 de Março, que pretendia recorrer ao regime de Lay-Off simplificado e consequente suspensão dos contratos de trabalho, sem ter auscultado os representantes dos Trabalhadores.
Apesar destes encerramentos, as instituições bancárias, os trabalhadores bancários (incluindo os sócios do SBSI/Mais Sindicato) e os próprios trabalhadores, continuam a efectuar mensalmente as suas contribuições para os SAMS.
Esta cambada do bloco central de interesses não tem nenhuma vergonha.
Entre as enormidades com que lida quotidiana e tranquilamente José há certamente um largo lastro para a defesa do patronato.
ResponderEliminarSobretudo do grande.
Agora de como um texto simples, mas bem demonstrativo do carácter de classe deste governo, se encrespem logo dois representantes dos interesses dum patronato bem nutrido e luzidio, isso é bem significativo
Os representantes do patronato não gostam de ver denunciados os benefícios das grandes empresas e multinacionais
E este texto só desmentia os argumentos de Costa perante Jerónimo de Sousa ( o ódio que lhe têm estas coisas tão poucochinhas).
Tal como solicitava sobretudo que se facultasse a informação que se oculta.
Por outras palavras : Onde se adivinha que os vampiros vivem mesmo à custa do Estado e do erário Público
Está prevista uma despesa que permite pagar o “lay-off” apenas a 792.000 trabalhadores quando no fim de Abril já estavam inscritos 1.328.000 trabalhadores.
ResponderEliminarSe for o Orçamento do Estado só pode ser feito com receitas de impostos. Se for a Segurança Social poderá por em causa a própria sustentabilidade da mesma.
523.000 trabalhadores inscritos para “lay-off sem cobertura na despesa prevista no Programa de Estabilidade 2020 apresentado pelo governo, o desemprego, a falta de rendimentos, e a miséria estão a alastrar por todo o país perante o silêncio e a passividade causado pelo “coronavírus”
Aqui vai a informação recente da CGTP sobre este assunto:
ResponderEliminarhttp://www.cgtp.pt/cgtp-in/areas-de-accao/emprego-e-formacao-profissional/14127-uma-em-cada-duas-das-grandes-empresas-estao-a-receber-apoios-do-estado
http://www.cgtp.pt/images/images/2020/05/REGIME-LAY-OFF.pdf
Quando se baralham os números o governo agradece, com Costa e Marcelo a sair por cima.
ResponderEliminarFelizmente que joão pimentel ferreira sai por baixo.
ResponderEliminarCom Jcef às costas e rão arques como contrapeso.