É obsceno que o governo conte os tostões nos apoios aos 'de baixo'. As regras do euro são a razão principal por que o faz. O que está em jogo nesta pandemia é a sociedade que queremos ter depois da tragédia que nos atingiu.
Queremos manter um SNS sub-financiado, com os seus trabalhadores desconsiderados por falta de condições de trabalho e salários medíocres?
Queremos um país que forma bons enfermeiros e médicos e depois os empurra para a emigração, ou para o sector privado que vive das rendas que os nossos impostos lhe pagam?
Queremos um país profundamente desigual, em que uns acedem facilmente ao dinheiro do Estado, enquanto tantos outros ficam sem rendimento algum, até obrigados a ir pedir comida a uma IPSS, porque a sua situação precária, na economia informal, não encaixa nos apoios previstos?
Queremos ficar, para sempre, metidos num colete de forças económico-financeiro e político que obriga o Primeiro-Ministro a mendigar a autorização de Bruxelas para gastar o que for preciso, para salvar todos os que estão em estado de necessidade e não cabem na burocracia montada para que o défice e a dívida não cresçam demasiado?
E os que já têm dívidas que cheguem e, nesta emergência, estão convidados a aceder a mais endividamento (vulgo "linhas de crédito" em que o Estado só gasta com os que não cumprem), porque dinheiro a fundo perdido é demasiada despesa para uma dívida que, passada a tempestade, pode fazer Bruxelas perder a boa-disposição?
E foi assim que trataram os bancos e os banqueiros na crise financeira?
No vídeo de 5 minutos que aqui vos deixo o meu ponto é este:
vai ser preciso escolher entre
- uma vida soberana e digna, em que teremos de construir com esforço o nosso futuro, e
- uma vida decadente, de mão estendida, num protectorado em que a Alemanha tem a última palavra.
A escolha vai ser feita por si.
Ficamos sempre dependentes das regras que subscrevemos e que sistematicamente desrespeitamos.
ResponderEliminarEssas regras implicam não vivermos à custa do orçamento de outros estado; entre chulos e irresponsáveis se decide como classificar todo a vitimização encenada.
ESCOLHO
ResponderEliminarSabe do oficio da trafulhice, e desta vez disse a verdade da mentira.
Que não haverá austeridade depois do Cofidis, disse ele, mas abano-lhe a cabeça para deixar cair, que nem é preciso ser apenas depois, porque tendo começado o trabalhinho antes, já esta a tratar de nos fecundar nos durantes.
Se a resposta é dizer não ao "europeísmo" e suas patologias adjacentes as pessoas não podem apoiar o Partido "Socialista"...
ResponderEliminarVotar no partido que tem no seu ADN o "europeísmo" é garantir mais uma década perdida, mais uma geração perdida.
O Partido "Socialista" é o maior responsável pelo "europeísmo" em Portugal.
O que estamos a passar é repetição da história, do que levou à grande depressão de 1929.
ResponderEliminarA desregulação da finança, re-iniciada nos eua, no final dos anos 1970, por jimmy carter, com a nomeação de paul volker para o banco central e nunca mais foi interrompida.
Quase todo o mundo se adaptou ao modelo ianque, se nào a bem, então a mal (p.e. no Chile ou Iraque).
A desregulação permite que as empresas se endividem para comprar de volta as ações dos accionistas (onde se incluem os gestores, outra maravilha da desregulação), com o único propósito de lhes encher os bolsos.
As empresas ficam fragilizadas, sem capacidade de investir e depois a culpa é dos trabalhadores, que não produzem.
Com um pouco de sorte, ainda vão ser resgatadas pelo estado, por serem empresas modelo.
Concordo completamente consigo. Aliás se lermos o que está escrito em livros correntes de Economia Internacional sobre Uniões Económicas, esta não devia existir como está. No caso português julgo que um acordo comercial com a Europa seria razoável e um Banco Central independente sem as garras da Alemanha. Com um Banco Central seria possivel outras saídas
ResponderEliminar