sexta-feira, 6 de março de 2020
A política de direita é todo um negócio
A televisão está reduzida a um negócio, com um tipo de regulação complacente, e os grandes negócios têm grande ideologia, claro: por exemplo, anteontem no telejornal da TVI, o que começa às 19h56m, tivemos direito a comentários de António Lobo Xavier, advogado de grandes negócios, e de Paulo Portas, também facilitador de grandes negócios estrangeiros. Um comentou temas nacionais e, de seguida, o outro comentou temas internacionais.
O CDS pode estar em dificuldades, mas os intelectuais orgânicos das direitas têm grande procura em canal aberto. Esta procura gera uma oferta ideológica, que, por sua vez, molda mais tarde ou mais cedo a procura política. Aplica-se aqui o que o economista político John Kenneth Galbraith, um dos maiores da história do pensamento económico da segunda metade do século XX, já agora, designou por efeito de dependência, associado ao poder condicionador geral das grandes empresas.
Entretanto, Constança Cunha e Sá sai da TVI, agora controlada pelo grupo Cofina, o que anda a promover activamente Ventura, como sabemos. Ventura vai participar nos Estados gerais das direitas com Portas. Este encontro, por sua vez, é organizado por Jorge Marrão. Para lá da ajuda aos negócios no nexo finança-imobiliário-turismo, é um colunista do Negócios, jornal da Cofina.
É só seguir as ligações e vemos toda uma economia política.
No fundo, quem não quiser falar de capitalismo, de grupos económicos, incluindo os que, como o Grupo Cofina, fazem da intervenção política na comunicação social o seu negócio, e das ideologias assim geradas, não pode compreender a força interna das direitas e das suas políticas.
Essa força interna tem na UE a sua, em última instância decisiva, ancoragem externa, claro. Daí, o consequente europeísmo das direitas, o da Nossa Europa de Carlos Moedas, colunista do Correio da Manhã, por exemplo.
Está mesmo tudo desgraçadamente ligado.
«Está mesmo tudo desgraçadamente ligado.»
ResponderEliminarUma economia capitalista, em que a produção criada no sector privado ainda não é apropriada pelo Estado, ainda que predador, haveria de falar-se de quê?
Do planeamento central de um Estado falido e incompetente?
Do socialismo que alguns invocam sem nos dizerem como e onde nos levaria?
Levar-nos até onde economicamente é possível, não com exploração e a fome, garantidas pela direita capitalista!
EliminarTrouxe do Eduardo Pitta
ResponderEliminarA comunicação social na sua maioria esta dependente da burguesia e dos grandes interesses económicos, nacionais internacionais, ( e porque não dize-lo com mais coragem da corrupção em geral). E no que diz respeito à comunicação social paga com os nossos impostos (taxas), estão ligados (interesse) aos partidos do arco do poder(PS, PSD e CDS) (e não só).
ResponderEliminarÉ de salientar a propaganda que tem feito ao BE e PAN e, mais recente aos partidos neoliberais e alguns deles com características fascistas, como é o caso do Ventura "Chega", mas todos isto tem tido o repectivo apoio dos sucessivos governos...
É curioso ver o José Miguel Júdice a queixar-se à Clara de Sousa que os media são de Esquerda e o João Rodrigues a queixar-se que são de Direita.
ResponderEliminarObviamente que as linhas editoriais das televisões privadas não vão seguramente colocar-se contra os interesses económicos que as sustentam, mas sugere que se faça o quê? Que se regresse ao tempo em que a RTP era o canal único do Governo de turno? O Cavaquismo, João Rodrigues, começou a sua defunção com a fundação da SIC.
Quanto a meter-se o Ventura, o Carlos Moedas e a UE tudo no mesmo saco, bom, é a lenga-lenga (para não dizer a cassete) do costume, de que um Liberal é igual a um Fascista.
Pois, faz lembrar o tempo em que os Social-Democratas eram tratados como Social-Fascistas que também foi o tempo em que a Esquerda Comunista não se levantou para defender a Democracia Parlamentar, a tal que é limitada, com as consequências que se conhecem.
Pois, se todos são Fascistas, faz sentido mandar calá-los a todos, não é?
E Jaime Santos que não tem olhinhos não sabe o que dizer, mesmo que possa fazer contas e ver quantos são e quem são. Compara o que diz João Rodrigues, que as faz,com o que diz o Júdice, que propala desde sempre o que lhe vem dos Pachecos de Amorins, dos negócios e da Patriotic Radio, de que hoje fala Pacheco Pereira.
ResponderEliminarO post não é de minha autoria, nem o link remete para nada que me diga respeito. Talvez por lapso (não quero fazer juízos de intenções), Armandina Maia diz que «trouxe do Eduardo Pitta». NÃO É VERDADE. Já solicitei que retirasse o meu nome do mural do Facebook onde faz essa afirmação.
ResponderEliminar