quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Como os ricos se tornaram mais ricos


Um documentário esclarecedor sobre alguns dos efeitos negativos do longo período de taxas de juro baixas que atravessamos, que potencia bolhas especulativas no setor imobiliário ou nos mercados de ações e obrigações, inflacionando o valor dos ativos detidos pelos mais ricos.

Embora seja preciso ter em conta que a expansão monetária permitiu a ligeira recuperação das economias desenvolvidas após a crise financeira de 2007-08, além de ter reduzido os encargos com juros da dívida a vários países, não deixa de ser importante perceber os efeitos perversos desta política (sobretudo ao nível da desigualdade) e a necessidade de a complementar com outras medidas, como a aposta na expansão orçamental ou o reforço da regulação financeira. Em qualquer caso, vale a pena ver o documentário.

9 comentários:

  1. O problema da expansão orçamental é que ela pressupõe sempre que o crescimento económico é eterno, de outro modo somos obrigados periodicamente a defaults e renegociações de dívida e eles nunca se fazem sem contrapartidas, leia-se austeridade profunda e o ciclo vicioso recomeça. Ora, o conceito de crescimento eterno é insustentável. A Esquerda limita-se a repetir a receita da Direita, com as habituais medidas redistributivas.

    De facto, o capitalismo não é verde, porque assenta na crença do crescimento eterno e da prosperidade crescente. Só que isso não é um problema apenas do capitalismo...

    https://www.newyorker.com/magazine/2020/02/10/can-we-have-prosperity-without-growth?utm_campaign=aud-dev&utm_source=nl&utm_brand=tny&utm_mailing=TNY_Magazine_Daily_020320&utm_medium=email&bxid=5bea0b282ddf9c72dc8ccb7f&cndid=50846096&esrc=&mbid=&utm_term=TNY_Daily

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  2. «a aposta na expansão orçamental ou o reforço da regulação financeira»

    Expansão orçamental: mais impostos e mais provisões?

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  3. Um rico que não fique mais rico, ou investiu mal ou não era rico.

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  4. SÓ os muito ricos beneficiam dessas bolhas especulativas os restantes perdem dinheiro com a inflação ou com a especulação

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  5. A esquerda terá de ser sempre a favor de uma taxa de inflação igual a zero ou, no máximo, igual a zero em termos reais. É uma questão de justiça.

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  6. Coitados dos cidadãos da classe média que são convidados a participar neste esquema da finança para garantir o melhor retorno, fazer-me lembrar os do BES que não sabiam nem desconfiaram das remunerações que lhes seriam devidas...Não faz mal em último caso estão cá os cidadãos para pagar com o sangue, suor e lágrimas tudo a que têm direito.

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  7. Mais impostos - sim, a alguns e/ou a quem não os paga (devidamente).
    Mais provisões - sim, mas no bolso de quem trabalha e/ou contribui para gerar riqueza.

    Reforço da regulação financeira - Simmmmmmmmmm! Já vem é tarde! (A ineficiência causada pela sua falta tem contribuído DECISIVAMENTE para a(s) desgraça(s) que nos vão assomando e assolando).

    Portanto, Zé, tudo a bater à porta para os "teus lados". E agora? És Homem para (aceitar) fazer sacrifícios ou só o aceitas quando são para os outros?

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  8. Desde que alguém vendeu a ideia de que as reformas não resultam da poupança mas dos impostos dos outros, todo o cretino se sente um ás das finanças e um perito económico, com um único princípio orientador: o tempo a trará!
    E já agora, para o caminho, há que organizar um salário que suba por antiguidade, umas provisões, umas assistências e umas baixas, uns desempregos para variar.

    E há sempre aquela injustiça justificadora: pois ele não há ricos, aqueles que se consumissem o rendimento se mataria por overdose?

    Entretanto lá pelas gavetas dos ministérios vão aparecendo uma contas a desmentir o negócio… mas o caso fica para um qualquer odioso governo no futuro.

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