Um documentário esclarecedor sobre alguns dos efeitos negativos do longo período de taxas de juro baixas que atravessamos, que potencia bolhas especulativas no setor imobiliário ou nos mercados de ações e obrigações, inflacionando o valor dos ativos detidos pelos mais ricos.
Embora seja preciso ter em conta que a expansão monetária permitiu a ligeira recuperação das economias desenvolvidas após a crise financeira de 2007-08, além de ter reduzido os encargos com juros da dívida a vários países, não deixa de ser importante perceber os efeitos perversos desta política (sobretudo ao nível da desigualdade) e a necessidade de a complementar com outras medidas, como a aposta na expansão orçamental ou o reforço da regulação financeira. Em qualquer caso, vale a pena ver o documentário.
O problema da expansão orçamental é que ela pressupõe sempre que o crescimento económico é eterno, de outro modo somos obrigados periodicamente a defaults e renegociações de dívida e eles nunca se fazem sem contrapartidas, leia-se austeridade profunda e o ciclo vicioso recomeça. Ora, o conceito de crescimento eterno é insustentável. A Esquerda limita-se a repetir a receita da Direita, com as habituais medidas redistributivas.
ResponderEliminarDe facto, o capitalismo não é verde, porque assenta na crença do crescimento eterno e da prosperidade crescente. Só que isso não é um problema apenas do capitalismo...
https://www.newyorker.com/magazine/2020/02/10/can-we-have-prosperity-without-growth?utm_campaign=aud-dev&utm_source=nl&utm_brand=tny&utm_mailing=TNY_Magazine_Daily_020320&utm_medium=email&bxid=5bea0b282ddf9c72dc8ccb7f&cndid=50846096&esrc=&mbid=&utm_term=TNY_Daily
«a aposta na expansão orçamental ou o reforço da regulação financeira»
ResponderEliminarExpansão orçamental: mais impostos e mais provisões?
Um rico que não fique mais rico, ou investiu mal ou não era rico.
ResponderEliminarSÓ os muito ricos beneficiam dessas bolhas especulativas os restantes perdem dinheiro com a inflação ou com a especulação
ResponderEliminarA esquerda terá de ser sempre a favor de uma taxa de inflação igual a zero ou, no máximo, igual a zero em termos reais. É uma questão de justiça.
ResponderEliminartaxa de juro*
ResponderEliminarCoitados dos cidadãos da classe média que são convidados a participar neste esquema da finança para garantir o melhor retorno, fazer-me lembrar os do BES que não sabiam nem desconfiaram das remunerações que lhes seriam devidas...Não faz mal em último caso estão cá os cidadãos para pagar com o sangue, suor e lágrimas tudo a que têm direito.
ResponderEliminarMais impostos - sim, a alguns e/ou a quem não os paga (devidamente).
ResponderEliminarMais provisões - sim, mas no bolso de quem trabalha e/ou contribui para gerar riqueza.
Reforço da regulação financeira - Simmmmmmmmmm! Já vem é tarde! (A ineficiência causada pela sua falta tem contribuído DECISIVAMENTE para a(s) desgraça(s) que nos vão assomando e assolando).
Portanto, Zé, tudo a bater à porta para os "teus lados". E agora? És Homem para (aceitar) fazer sacrifícios ou só o aceitas quando são para os outros?
Desde que alguém vendeu a ideia de que as reformas não resultam da poupança mas dos impostos dos outros, todo o cretino se sente um ás das finanças e um perito económico, com um único princípio orientador: o tempo a trará!
ResponderEliminarE já agora, para o caminho, há que organizar um salário que suba por antiguidade, umas provisões, umas assistências e umas baixas, uns desempregos para variar.
E há sempre aquela injustiça justificadora: pois ele não há ricos, aqueles que se consumissem o rendimento se mataria por overdose?
Entretanto lá pelas gavetas dos ministérios vão aparecendo uma contas a desmentir o negócio… mas o caso fica para um qualquer odioso governo no futuro.