O que têm em comum, entre outros, Rui Tavares, Luís Represas, António José Seguro, Carlos Moedas, Leonor Beleza ou Marques Mendes? A fazer fé no Público, parece que são “políticos, académicos e artistas unidos pela Nossa Europa”.
Alegrai-vos ignorantes deste país, porque finalmente “nasceu uma plataforma cívica para pôr fim ao desconhecimento da UE em Portugal”.
Vá lá, digam todos bem alto, mais de um quarto de século depois de Maastricht: é agora, agora é que é, UE, UE, UE!
Afinal de contas, a austeridade permanente, a globalização neoliberal, a soberania esvaziada, o furto de instrumentos de política, a dependência externa, a arrogância imperial ou a impotência democrática dos povos dos Estados ainda não são suficientemente conhecidas por cá...
Mais um movimento "feel good" que serve o ego dos europeístas cosmopolitas.
ResponderEliminarMais um movimento sem aderência à realidade da vasta maioria condenado ao caixote do lixo...
Cá vamos, cantando e rindo,
ResponderEliminarIntrujados, intrujados, sim.
Pela voz dos eurocapangas,
à TINA desatinada vendidos assim,
lambecuzistas até ao fim!
Não se pode ter as duas coisas: o melão e o dinheiro com que se compra o melão...
ResponderEliminarEu conto a Estória de outra maneira:
Em 1945 Portugal era um país super atrasado economicamente e culturalmente. Ainda valia o Deus, Pátria, Autoridade.
Mas é um país que está na Europa Ocidental, que foi abandonado à sua sorte num regime ditatorial nacionalista. Dentro de Portugal só faziam negócios as famílias que se tinham insinuado junto do regime. Isso foi útil enquanto o regime de Salazar - Caetano aceitaram fazer as despesas da guerra colonial, poupando dinheiro e estropiados de guerra às potências coloniais EUA e França.
Portugal não teve direito às verbas do Plano Marshall pelo que o desenvolvimento entre 1945 e 1974 faz-se a passo de caracol. O fosso de desenvolvimento em relação ao resto da Europa era tão grande em 1974 que facilitou entretanto uma forte implantação do Partido Comunista pró soviético, tanto no continente como nas colónias (cobiçadas pelos EUA e França). Kissinger, Carlucci e Mitterand decidiram que deviam fazer algo para harmonizar essa diferença, para que este pais não pudesse vir a transformar-se na Cuba da Europa. Apoiaram M. Soares, a criação do Partido Socialista e o Movimento dos Capitães,
Daí para a frente foi uma corrida contra-relógio para modernizar Portugal. O dinheiro que foi necessário para atingir esse objetivo saiu-nos do pêlo, claro está. Vendemos tudo o que tínhamos (agricultura, pescas, monumentos, quarteis, etc) e quando já não havia mais para vender, o dinheiro veio de empréstimos. Ficámos completamente individados mas atingímos os mínimos de desenvolvimento para que as empresas grandes possam cá instalar-se. Vias de comunicação, aeroportos, centrais telefónicas digitais, internet, etc.
E ainda bem que foi assim. Ainda bem que não continuámos orgulhosamente sós...
Tudo são desgraças para quem já nem lembra do que seja a miséria.
ResponderEliminarAusteridade permanente?
Haveria de ser maná permanente?
Os sempre insatisfeitos nunca se perguntam o que fizeram a mais para ter mais.
O animador de pista Marcelo a tempo inteiro sem sossego.
ResponderEliminarRão Arques:
ResponderEliminarCom que então destacado para vigiar o LdB?
Já cá tínhamos o auto-chamado José.
E chegava, melhor, sobrava de feder mal.
Só nos faltava mais outro...
A ideia desta auto-intitulada "plataforma cívica" e depois de ver a composição já anunciada da coisa, traz-me a irrecusável evocação de Manuel Maria de Barbosa du Bocage, poeta português e ilustre arcade lusitano, que em mais um momento de inspiração nos brindou com o seu, tão oportuno, didáctico e pedagógico,
ResponderEliminar"O bordel Português"
A vida é filha da puta
A puta, é filha da vida
Nunca vi tanto filho da puta
Na puta da minha vida
Manuel Maria Barbosa du Bocage
Sem querer rivalizar com a verve poética acima, aponto para a tragicomédia do deplorável nível argumentativo europeísta posto em evidencia neste blogpost de Bill Mitchel:
ResponderEliminar"So, now the Commission is seeking as part of “a new political cycle … to assess the effectiveness of the current framework for economic and fiscal surveillance …”
They recognise that the “economic context has materially evolved” since the Stability and Growth Pact was supplemented by the Fiscal Compact (the “six-pack and two-pack” changes which accentuated the austerity).
They admit that the EMU is stuck in a weak growth state with low interest rates, but, refuse to acknowledge that it was the SGP and the subsequent changes that have made it virtually impossible for the union to perform in any other way.
They further acknowledge that a climate response “will require significant additional private and public investment over a sustained period of time.”
But then the logic fails.
1. Debt sustainability remains a focus because the Member States all face credit risk because they don’t use their own currency.
2. The risk is acute in the EMU because “governments with very different debt levels share the same currency and the central bank cannot act as a lender of last resort to governments”.
3. But monetary policy is now ineffective so expansionary fiscal policy has to be considered.
4. But because the Member States use a foreign currency the bond markets become involved and we are back to debt sustainability concerns.
5. And climate risks need big funding.
That is my 5-point impossibility structure – that is the Eurozone.
As long as they restrict national government deficits to austerity levels, the mess will continue and they will not be able to respond properly to the climate challenge.
In terms of the debt sustainability discussion, the Commission tries to make virtue that debt-to-GDP levels in most Eurozone nations are “far below that of the US or Japan”.
And they presumably write that sort of stuff with a straight face!"
http://bilbo.economicoutlook.net/blog/?p=44259
Sobre as acrobacias da nova presidente da comissão para parecer "ambientalista", Yanis Varoufakis desmonta-lhe a propaganda viciosa do "european green new deal":
https://www.yanisvaroufakis.eu/2020/02/09/the-eus-green-deal-is-a-colossal-exercise-in-greenwashing-the-guardian/
Foi descobrir um artigo que publico mais abaixo de uma pessoa que já não esta entre nós do, Jurista Arnaldo Matos. Vou só transcrever algumas passagens do artigo para não "ferir estes novos Migueis de Vasconcelos"!
ResponderEliminar"(…)O PS sempre assumiu o papel de “vendilhão do templo”! Começou por vender a ideia de que a “opção europeia” era a que melhor servia o povo português. Sem qualquer discussão ou consulta prévia ao povo, decidiu aceitar as “regras” impostas pela então CEE, que obrigaram Portugal a destruir praticamente todo o seu tecido produtivo – desde a Lisnave à Mague, passando pela Sorefame, pela agricultura e agro-pecuária até à frota pesqueira e à marinha mercante.
Perante a força centrífuga da União Europeia e, sobretudo do euro, quando o descalabro da austeridade começou a fazer o seu caminho, todo ele pejado de vítimas do desemprego, da precariedade, de uma cada vez mais depreciado acesso à saúde, à educação, à cultura, à assistência social, à habitação, ensaiou o discurso de que “a Europa é boa, Portugal é que se tem portado mal”, escamoteando o facto de que o descalabro que hoje se vive assenta num défice descomunal que temos com a UE.
Estes novos Miguéis de Vasconcelos, que por opção entregaram a soberania de Portugal a terceiros – tal como no século XVI e XVII, os conjurados fizeram em relação à Espanha dos Filipes – escamoteiam que foi precisamente a destruição do tecido produtivo que criou as condições para que, hoje, a nossa balança de bens transaccionáveis esteja recorrentemente em défice, o que leva o país a ter de importar cerca de 80% daquilo que consome e de que necessita para gerar “economia”!
Estamos, pois, perante gente – do PS ao PSD, passando pelas muletas dos dois, o CDS e PCP/BE e Verdes – que fez pior do que os traidores que assinaram o Tratado de Tomar, em 1581. Isto é, acolheram de forma descarada uma ainda maior abdicação de soberania do que a registada no século XVI, no qual, porém, como afirmava o nosso saudoso dirigente Arnaldo Matos, “... não perdemos a moeda, o que permitiu a Portugal recuperar a sua independência...”
Traidores sem espinha dorsal que querem fazer crer que a situação que o país, a classe operária, os trabalhadores e o povo português, atravessam, nada tem a ver com os garrotes que representam para a sua economia este desequilíbrio estrutural da nossa economia e a acção de uma moeda forte como o euro – que convém a economias fortes como a da Alemanha – sobre economias frágeis como a de Portugal.
Traidores que escamoteiam que um país sem moeda...não é soberano! E não pode levar a cabo uma política independente sem que possua total soberania sobre a sua política orçamental, cambial, fiscal, aduaneira, bancária e financeira, como acontece actualmente, em que se assiste ao degradante espectáculo anual da submissão da Lei Geral do Orçamento de Estado da colónia à potência colonizadora, protagonizada pela Comissão Europeia que mais não representa do que os interesses de um directório liderado pela Alemanha imperialista e seus aliados.
Um prémio à traição aos interesses independentes e soberanos de Portugal, da sua classe operária, dos seus trabalhadores, do seu povo. Um prémio que vem no seguimento de outro que já havia sido conferido a Centeno, pela “excelência” de uma política económica, não ao serviço de Portugal, mas dos credores imperialistas. Uma política de submissão total aos interesses e regras que melhor servem a Alemanha e seus aliados"!
Há um toque de humor em ser um europeísta, (Yanis Varoufakis) a descobrir a careca de outra europeísta, no caso vertente a presidente da comissão, Ursula von der Leyen, a propósito da ginástica financeira para custear o "european green new deal".
ResponderEliminarE fica a interrogação, se se pode "imprimir dinheiro" para salvar bancos, porque não se imprime para financiar projectos na economia real que tirem os países da EU do marasmo?
A UE é o único obstáculo a que a choldra atinja a sua plenitude!
ResponderEliminarSão também fundadoras da "plataforma" as actuais eurodeputadas Maria Manuel Leitão Marques (PS) e Marisa Matias (BE)...
ResponderEliminarO D Sebastião, perdão, a reforma do euro, perdão, a união bancária, perdão, o pilar europeu de direitos sociais estão quase a chegar!
ResponderEliminarAté o nosso saudosista do botas já diz que já houve miséria no país, como isto anda.