quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

A UE promove a extrema-direita


O primeiro passo para reduzir a extrema-direita à insignificância seria substituir as políticas de extrema-direita da UE por políticas de pleno emprego e reforço do Estado social. Como isso não vai acontecer ...

Com o vídeo vão sugestões de leitura. Agradeço a partilha.

5 comentários:

  1. Absolutamente explícito, parabéns Jorge Bateira pela clareza.

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  2. O problema, Jorge Bateira, é que a política de endividamento necessária para suster os níveis de despesa que a Esquerda defende leva tarde ou cedo a crises de dívida que só podem ser resolvidas com intervenção externa e com o regresso, precisamente, das imposições neoliberais.

    O Euro e a financeirização podem exacerbar o problema, mas não me lembro de uma política de desenvolvimento nacional que tenha dado bons resultados. E não, o regresso a economias fechadas não é a solução, seguramente menos ainda num mundo tecnologicamente integrado em que o tamanho das economias é largamente superior ao das dos míticos 30 gloriosos.

    Pode, claro está, ir buscar o exemplo da China, mas não me parece boa comparação porque não sabemos bem qual a dívida do setor público e pelos vistos a banca sombra representa um problema... E depois, há aquele outro pequeno problema da falta de democracia...

    É preciso reconhecer que sim, os défices importam, pelo menos em Economias pequenas e abertas como a nossa e que sem um equilíbrio (frágil) que promova contas públicas mais ou menos equilibradas, estaremos tarde ou cedo à mercê de quem nos empresta dinheiro. E não há volta a dar a isso...

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  3. O primeiro passo para reduzir a extrema-direita seria bloquear os comentários vindos de comentadores da extrema-direita, como Jaime Santos.

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  4. O problema de Jaime Santos é que não se dá ao trabalho de estudar. Apesar de ter informação acessível e de qualidade não faz uso dela por cegueira ideológica.

    Por exemplo, em comentário o outro post publicámos o link de uma entrevista a um especialista de inteligência económica, Christophe Stalla-Bourdillon, insuspeito de ser esquerdista, até porque demonstrada e confessadamente é um homem de direita liberal.

    https://www.youtube.com/watch?v=1sOgeAeBZ1I&feature=emb_logo

    Jaime Santos escamoteia o essencial da mensagem ao demonizar a China com base nos seus conceitos superficiais de democracia: É que as políticas económicas podem ser dirigidas pelo poder político em vez de serem condicionadas pela famosa mão invisível.

    Os resultados estão à vista. O crescimento chinês continua a baixar, prevendo-se que para o ano que vem alcance a "miserável" (LOL) cifra de, pasme-se, 6%. Tomara a desgraçada centopeia da zona euro alcançar semelhante valor, apesar de paradoxalmente ter muito melhores ferramentas para o fazer.

    A diferença essencial é que a China usa a boa e comprovada teoria keynesiana enquanto Jaime Santos e os seus compadres continuam a apascentar caracóis ordoliberais.

    E falando de estratégia para o desenvolvimento, a China continua a dar lições de geopolítica ao visar resultados de longo prazo, em oposição à mediocridade do imediatismo do lucro imediato e do contar tostões das elites europeístas.

    Manda a prudência e a estratégia que não se dependa dos nossos adversários para as tecnologias chaves da prosperidade futura. O Império do Meio sabe disso. A "mão invisível" parece que tem falta de um cérebro que lhe comande os actos.

    https://www.les-crises.fr/le-plan-colossal-de-la-chine-pour-se-debarrasser-des-technologies-americaines/

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  5. O ponto essencial que acima quis evidenciar é que a primazia do político sobre o económico/financeiro confere uma clara vantagem à China que se traduziu num espectacular ciclo de crescimento que agora parece estar a desvanecer-se. Isto independentemente dos juízos de valor que se possam fazer sobre a democraticidade ou a falta dela no sistema político chinês.

    Esta vantagem chinesa é confirmada na óbvia vitória da China na guerra comercial com os USA.
    Ver artigo de Krugman na Business Insider:

    https://markets.businessinsider.com/news/stocks/trump-weak-paul-krugman-attacks-us-china-trade-deal-2019-12-1028764979

    O papel dos europeus seria de se interrogarem sobre como preservar o seu sistema democrático sem ceder pontos ao nível económico. Isso passaria necessáriamente por uma reflexão usando ferramentas de inteligência económica e geoestratégica que preservasse as vantagens culturais europeias e potenciasse o seu crescimento económico.

    Infelizmente a contaminação das instituições europeias pelo neo/ordoliberalismo estabelece o primado da visão de curto prazo alinhada pela mira do lucro imediato corporativo. E isto torna a EU numa espécie de galinha sem cabeça ou uma mão invisível fantasmática desprovida de inteligência. Além disso a preservação da EU passa pelo enfraquecimento político dos seus estados membros mais fracos, o que tarde ou cedo acenturá linhas de fractura no bloco. A ascensão da extrema direita neste contexto é ambígua nos seus efeitos, mas ou conduzirá à criação de um pan-estado fascistóide ou à desagregação do bloco EU. A extrema direita é uma espécie de último recurso das elites privilegiadas para o controle das massas populares na EU.
    Jorge Bateira está fundamentalmente correcto nas suas teses.

    Nessas condições, salvo uma intervenção do Espírito Santo, (que não o do BES :), que infunda um módico de inteligência nas cabecinhas ocas das elites europeístas iremos assistir ao crescimento do Império do Meio em todos os domínios, nomeadamente económico, político e inclusivamente militar, e ao afundamento e redução à insignificância da EU. A sorte dos USA é mais incerta e dependerá da forma como o "deep state" consiga reflectir profundamente sobre os mecanismos de afirmação da sua supremacia, dos seus limites e da forma de exercer a sua influência. Teriam muito em que pensar, se considerarmos os erros sucessivos que têm cometido.

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