quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Um voto de protesto


Após Maastricht, com a adopção pela UE da ideologia de Thatcher, os que perderam com as políticas do neoliberalismo passaram a associar o seu mal-estar a tudo o que “os de cima” defendem, e estes defendem a permanência na UE. O voto “dos de baixo” foi um voto de protesto contra a situação em que se encontram, um voto contra a UE para abalar um sistema que lhes roubou a dignidade.

Para saber mais:
- Aidan Regan, Globalization, Brexit and the prospect of European disintegration.
- Lisa Mckenzie, ‘We don’t exist to them, do we?’: why working-class people voted for Brexit.
- Robert Skidelsky, Inconvenient Truths About Migration.
- Bill Mitchell, The British Government can avoid a recession from a No-Deal Brexit.

4 comentários:

  1. E como resultado desse voto de protesto, é provável que acabem por eleger um Governo cuja ideologia consiste na prossecução justamente do programa neoliberal de Thatcher, e com muita xenofobia à mistura.

    Convenhamos, Jorge Bateira, os 'de baixo' têm uma maneira bastante niilista de protestar...

    Aliás, os 'de baixo' não são assim tão 'de baixo'. A maioria dos votantes Tory que votou pelo Brexit não são pessoas de assim tão poucos recursos.

    Se se trata de 'punir' as elites liberais, bem pode dizer-se que o fazem, já que será muito mais difícil para os Britânicos trabalhar e viver na UE e seguramente para os 'de baixo' isso não lhes interessa muito.

    Se se trata de punir os plutocratas, não me parece que o consigam de todo. Esses já estão a ver como ganharão dinheiro 'by shorting the pound'...

    A Esquerda deveria estar a lamentar o Brexit porque a pertença à UE pelo menos assegurava aos Britânicos um módico de direitos laborais e ambientais. Em vez disso, depois de ajudar inadvertidamente a Direita mais radical a chegar ao Poder, procura convencer os povos europeus a alinhar no seu programa proteccionista e de re-estatização da Economia.

    Independentemente dos méritos que ele possa ter, gostava que me nomeasse um único caso em que os ditos povos europeus tenham alinhado nisso e a Esquerda tenha assim ganho as eleições.

    A Grécia não conta porque o Syriza prometeu que não tiraria o País do Euro e cumpriu essa promessa, mesmo implementando toda a austeridade que antes rejeitou.

    Como as últimas eleições mostraram, mesmo em Portugal, a Esquerda da Esquerda vai a caminho de se tornar uma força absolutamente residual (ninguém faz a revolução com menos de 15% dos votos a não ser que tome o poder de maneira violenta, claro está) e, em vez de se perguntar porque isso acontece, vocifera com os centristas que se não fizerem o que vocês propõem, acontece-nos o que vos está a acontecer.

    O Centrismo até pode estar com os pés para a cova, mas convenhamos que receber lições de cadáveres ideológicos em completa defunção não me parece lá grande ideia...

    O João Rodrigues dizia ontem que 1989 já não é o que era. Pois não, não é, mas 1917 ainda é o que foi...

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  2. Curto e duro

    E duma grande objectividade


    Pode Jorge Bateira esperar que um tal jaime santos venha chorar "lágrimas de crocodilo" em prol de toda a "democracia", qualificando-a de liberal quando se sabe que este "liberal" significa apenas o assalto das elites ( os de cima) por via dos também mecanismos pós-democráticos da UE.

    As "peias" substituíram as grilhetas. Bruxelas foi substituída por "democracia liberal".

    Depois admirar-se-á que partidos ditos socialistas vão minguando , à medida que estes vão sendo assaltados por esta tralha que pactua desta forma indecorosa com o poder dos senhores.Passará do PS francês para os que traíram esse mesmo PS, mas na sua deslocação para a direita dará as mãos a essa fraude banqueira, de nome Macron, um tipo que está a encher os cofres futuros da Frente Nacional.

    E no RU?

    O medo que esta gente tem que a saída deste da UE faça cair como um castelo de cartas a autêntica fraude que esta constitui

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  3. Ainda bem que 1917 ainda é o que foi

    Cadáver ideológico faz lembrar aquele pantomineiro que dizia que Corbyn estava morto há um ror de anos

    Um pantomineiro ê alguém que diz ontem uma coisa e outra hoje.

    Não me parece lá grande ideia mostrar um comportamento tão errático ( e aldrabão) de acordo com uma agenda ideológica, nitidamente enfeudada já não à dita social- democracia mas sim ao neoliberalismo desbragado

    Entretanto vejam-se as lágrimas de crocodilo pelos direitos laborais dos britânicos, enquanto Jaime Santos mostra o mais sinistro desprezo pelos direitos dos povos da Bolívia

    Eis Jaime Santos a mostrar-se também como um hipócrita desprezível

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  4. Jaime Santos, um verbo de encher...

    Jaime Santos é o cadáver ideológico do neo-liberalismo, convertido em Frankenstein do movimento «Pimba».

    MB

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