Nesta sociedade distópica, o tempo é um luxo. Os ricos andam devagar, saboreiam tudo com calma, e os pobres correm, correm pela sua vida (…) Dizer “não” é um conselho útil para os que têm medo da palavra e das suas consequências. E a prática do não pode começar desde já, quando planear os próximos dias de festa. A sugestão é para que entregue a organização e confecção a quem sabe, seja a um chef num restaurante ou num hotel, seja em sua casa, abrindo a cozinha a alguém que se preocupe com tudo, inclusive com a limpeza.
Excertos de um editorial da Ímpar, uma revista do Público que não coloquei logo para reciclar. Não me arrependi.
É que para lá de sugestões práticas, como as que também constam do editorial, ainda recebi dicas para presentes igualmente práticos de Natal: de um gira-discos por vinte mil euros até a um aparelho de meditação por duzentos e setenta. Compro, logo existo.
Enfim, confirma-se que o consumo conspícuo na era das desigualdades pornográficas também é servido ideologicamente por uma imprensa que tem por referência universal os hábitos dos ricos cada vez mais ricos, os que afinal podem dizer não e compelir outros a dizer sim. É o porno-riquismo. É todo um luxo consumista, toda uma limpeza social, toda uma distopia política, toda uma catástrofe ambiental.
Realmente, não se pode ter calma. Só mesmo inquietação, inquietação.
Quem sempre fala em rendimento sempre fala em consumo, até que, esgotada ou sustida essa capacidade, entramos no mundo dos ricos ou dos que querem vir a sê-lo.
ResponderEliminarO curioso é o permanente ar de novidade que se pretende dar a algo que é tão antigo quanto a primeira sementeira.
Vender um gira-discos por vinte mil euros e um aparelho de meditação por duzentos e setenta é uma forma de redestribuir riqueza (o preço é muitas vezes superior ao custo). Desde que haja comprador.
ResponderEliminarTudo é justificável, tudo é relativo. Não dou para esse peditório das abéculas acima. Também podia justificar o adjetivo mas retribuo na mesma moeda - Não dão mais, não levam mais. "É o preço de custo, estúpido".
ResponderEliminarCuriosa, a forma de pensar do comentador de 28 de novembro de 2019 às 10:08
ResponderEliminarCita-se:
"Vender um gira-discos por vinte mil euros e um aparelho de meditação por duzentos e setenta é uma forma de redestribuir riqueza (o preço é muitas vezes superior ao custo). Desde que haja comprador."
Mas a sua teoria tem alguns buracos. Primeiro só existe redistribuição no sentido lato em que fala se o agente económico que vende o artigo com uma grande margem fôr mais pobrezinho que o comprador. O que normalmente não acontece.
Segundo, deve-se questionar qual é o efeito de tais transacções nas contas de um país e qual é a pegada ecológica inplícita.
E a resposta é que por norma estas transacções ligadas ao "porno-riquismo" são pesadas em termos ecológicos e penalizadoras para as contas do país porque representam os consumos de elites compradoras que exploram os seus concidadãos para comprarem as bugigangas importadas.
As elites compradoras são como as putas. Têm tendência a gastar o dinheiro mal adquirido em frivolidades. E assim a agravar a balança de transacções correntes e a encher os bolsos dos estados suzeranos mercantilistas.
Nós por cá com excesso de calma.
ResponderEliminarQuando o parlamento não passa de uma casa de comicios partidários, que apareçam e se multipliquem deputados para chatear o circo instalado.
A última novidade é a mensagem de o socialismo nos conduzir à miséria e autoritarismo indispensáveis a salvar o planeta do desastre ecológico.
ResponderEliminarFinalmente uma aproximação lógica ao socialismo!
Só é pena é que a conversão do João Rodrigues ao ambientalismo seja tão recente. Ainda não há muito tempo andava a propalar as virtudes do crescimento na geração do emprego. E o PCP, que me lembre, ainda defende um modelo económico baseado na grande indústria, ou não? Aquela que no Leste socialista levou à degradação ambiental absoluta...
ResponderEliminarPercebe-se, era nas cinturas industriais que se concentrava o seu eleitorado...
Frivolidades de rico à parte, que com franqueza andam a fazer a cama com o seu novo-riquismo (o termo histórico é esse) e com o seu exibicionismo pindérico (o velho dinheiro sabe ser discreto porque o segredo é a alma do negócio) e interessam pouco a não ser para estimular o sentimento de 'escândalo moral' de uma certa Esquerda, o termo 'crescimento verde' é uma contradição nos termos.
Vamos mesmo ter todos que ficar mais pobres, a começar logo pelos que mais podem perder, a saber, os ricos. Por isso, desde logo, um imposto sobre o consumo energético (combustíveis, eletricidade) com subsídios para quem precisa é uma excelente ideia... E outro imposto sobre artigos de luxo. Comprem ricos, comprem...
Por isso, deixe lá a hipocrisia sobre a crise ambiental, com o anti-capitalismo às costas. O capitalismo triunfa en toda a linha, e teremos mesmo que nos adaptar a isso: https://www.theguardian.com/commentisfree/2019/nov/27/crisis-of-capitalism-europeans-gig-economy
Passei para lembrar os menos atentos , que não existe em Portugal - e não só, nenhum pais do Mundo nem socialista nem tão pouco comunista. Existe sim; capitalismo e capitalismo de estado, dou como exemplo; Portugal, França Espanha. Etc. Etc. Capitalismo de Estado, Rússia, China, Cuba. Etc. Etc.
ResponderEliminarA responsabilidade de não saberem cabe á comunicação social, Historiadores - e não só!
Ó Jaime, só falta dizer como é que os ricos pagam alguma coisa; com as regras do mercado único é que não é, tão pouco com as não-reformas da zona euro.
ResponderEliminarIsto, claro está, assumindo os disparates de que há capitalismo sem crescimento ou de o PIB se medir necessariamente pela quantidade de lixo fabricado.
Ó Cruz, deixa o Mankiw e o Hayek que isso faz-te mal ao cérebro.
É inacreditável como «Ladrões de Bicicletas» deixa passar comentários de fascistas, como «Jose», «Jaime Santos» e Estevesayres».
ResponderEliminarO fascismo anda à solta nos comentários de «Ladrões de Bicicletas».
Quando não há rigor e cuidado em bloquear estes comentários, os mesmos fascistas procedem como se o espaço de comentários fosse seu.
É lamentável.
Jaime Santos como de costume não vê boi do assunto.
ResponderEliminarContinua a brindar-nos com um malthusianismo démodé e ainda por cima tenta fazer-nos crer que os mesmos agentes económicos que criaram a crise ambiental se vão converter, quais S. Paulos na estrada de Damasco, em defensores do ambiente. Resta saber se é mesmo tolinho ou se só quer fazer de nós parvos.
Ora, o que é óbvio é que se depender das grandes corporações será seguida a tese do salve-se quem puder, ou seja, salve-se quem tiver mais dinheiro para se proteger dos problemas criados pelas alterações climáticas, simplesmente porque é o que será mais rentável e preserva a estrutura do poder económico-político actual.
Como também deve ser óbvio, só estados com uma estrutura de poder muito alicerçada no respeito pelas boas práticas científicas e insensíveis aos interesses corporativos podem instaurar sistemas de incentivos e regulamentação disciplinadora que afaste a humanidade da catástrofe.
A forma como o façam, mais para a esquerda ou mais para a direita, é apenas um detalhe.
Agora esperar que as grandes corporações limitem os seus lucros e criem uma consciência ambiental colectiva é delirante.
A história da carochinha de "termos que ficar todos mais pobres" é apenas uma filhadaputice para justificar o deflacionismo da Alemanha e da EU.
Jose e multinick pimentel ferreira , este sob a forma de anónimo e de rao arques.
ResponderEliminarJose e multinick aldrabão assustados com o que por aqui se vai denunciando
Veja-se a pérola de jose sobre os rendimentos e sobre o consumo e sobre o esgotamento ou a sustentação. Mais o mundo dos ricos.
Se olharmos com atenção o que vemos é o esforço desesperado de jose para nos impingir o mundo dos pornoricos como se fosse contemporâneo da primeira sementeira
Pobre jose. Pensará que idiotices ditas em modo telegráfico (e em jeito de máximas dos discursos lúcidos e claros do outro),deixam de ser o que são?
Idiotices e um buraco vazio?
"29 de novembro de 2019 às 19:33":
ResponderEliminarIP proveniente da Holanda.Pimentel Ferreira em acção
Só mesmo um tipo de direita e da direita mais extremista, daquela que vegeta pelos esgotos anda aqui a pedir censura.
ResponderEliminarMete nojo este Pimentel Ferreira.