«Como estamos em semana de Web Summit, fui ver quanto dinheiro o Estado português investe em startups, por definição projectos da “iniciativa privada”. (...) Mariana Mazzucato (...) diz que “todas as grandes inovações recentes” — dos carros sem condutor à tecnologia de armazenamento de bateria — “vieram do Estado”. “O que seria da Google sem a Internet e sem o GPS? Nada.”
Basta dar um passo atrás. Quem inventou a Internet? Cientistas da Defesa norte-americana. Quem inventou o GPS? Cientistas financiados pela Marinha norte-americana e pela NASA. Que ideia essencial usa o GPS? A teoria da relatividade de Albert Einstein, sem a qual o GPS teria um erro de 11,2 quilómetros. Quem financiou Einstein durante anos? O Instituto de Estudos Avançados de Princeton. Quem financia hoje muita dessa investigação? Agências da Administração Trump. Foi financiamento do Estado que pagou a investigação que permitiu à Apple inventar os seus melhores produtos; a tecnologia touch-screen baseou-se em investigação feita em laboratórios financiados pelo governo americano nos anos 1960 e 1970; foi com fundos do Estado que dois cientistas europeus descobriram a magnetorresistência gigante (que lhes valeu o Prémio Nobel da Física 2007) — Steve Jobs disse que “foi isso que tornou o iPod possível”. Mazzucato vai mais longe: “Tudo o que é inteligente no iPhone foi financiado pelo Governo.” Isto é o que toda a gente sabe.
Como é em Portugal? Sendo muito diferente, é muito igual. O Estado tem um papel fundamental no “ecossistema” onde nascem as startups. Isso vai do INESC TEC (Porto) ao Hub Criativo do Beato (Lisboa), que não financiam com cash, aos milhões investidos a fundo perdido nas startups. A formação dos engenheiros do Instituto Superior Técnico de Lisboa custa 70 milhões de euros por ano, dos quais 50 milhões vêm do Orçamento do Estado. Noutra escala, mas com a mesma lógica, o MIT recebe “dezenas de milhares de milhões” de fundos federais de 26 agências do Estado.»
Bárbara Reis, Sem Estado, não há startups
Só pura idiotia faz do liberalismo a ausência de Estado.
ResponderEliminarO que o liberalismo faz é combater que o Leviatã se torne em couto de inúteis e mamões, tendo por principal missão engrandecer-se e multiplicar-se.
Não confunda: a Bárbara Reis não discute que o Estado deva ou não existir; a Bárbara Reis afirma que a iniciativa, a direcção, até o financiamento pelo Estado são essenciais à economia política da comunidade, neste caso no sector da tecnologia de ponta. O leviatã só é útil se inventar mercados e subsidiar rentistas, não é?
EliminarFala-se de coisas sérias... e jose arenga com a idiotia da ausência do estado nas ruminações dos neoliberais
ResponderEliminarAlguns esclarecimentos serão necessários
-Se a mediocridade não fosse apanágio da qualificação empresarial poder-se-ia perceber que Bárbara Reis não fala desta forma tão tão tão eufemistica do papel do estado
Aquela claramente refere o estado como tendo um papel fundamental na "coisa"
Lá se vai uma boa parte da ideologia neoliberal pelo cano.
-Só a pura ausência de memória ( e de vergonha) permite mostrar esta identificação, tão terna quanto caricata, entre o jose liberal e o jose salazarista. Ou talvez de facto eles se confundam, de acordo com as condições em que actuam
-O que o liberalismo faz sabemos nós todos ( ou quase todos). Deixemos de lado a patetice para-religiosa fundamentalista do leviatã e apreciemos antes o couto de mamões e de inúteis destes mesmos neoliberais ( originais ou convertidos) que têm por missão principal engrandecer-se, saquear e concentrar a riqueza que outros produzem em cada vez menor número de mãos
Nem era preciso ir tão longe: quanto do investimento, seja em que área for, se faz sem fundos públicos (ou outro tipo de benesses, tantas e tantas vezes ad hoc)?
ResponderEliminarO liberalismo real, bem diferente daquela abstracção teórica com algum (mas pouco) interesse pedagógico, transforma o Estado em mama para tantos e tantos que, dentro ou fora dele, até se dizem contra o Estado. Só um puro idiota é que acha que os outros não têm olhos para ver e cabeça para interpretar as tantas entrelinhas do que se escreve e do que se omite por aí.
O iniciativa e o chega ainda mal se sentaram e apenas num minuto já incomodam tanta gente.
ResponderEliminarQuem paga os fundos públicos? a economia privada.
ResponderEliminarQuantas inovações nos vieram da União Sovietica? 70 anos de estado o que nos legaram em inovação?
GPS e internet, totó! Tudo resultado da "intervenção do estado"...norte americano.
EliminarInstituto de Estudos Avançados de Princeton - FAQs (https://www.ias.edu/about/faqs)
ResponderEliminarWhat is the Institute for Advanced Study?
The Institute is a private, independent academic institution ...
How is research at the Institute funded?
The Institute is a private, independent academic community with no income from tuition or fees.
...
Its founders, Louis Bamberger and Caroline Bamberger Fuld, created an endowment fund to which many other individual donors and private foundations have contributed
Os bilionários que financiam universidades fazem-no para não pagar impostos (uma forma de subsidio para a classe bilionária) e para por académicos ao seu serviço tal como os ricos que financiaram a Universidade de Chicago e Milton Friedman.
ResponderEliminarÉ o Estado que mantém o sistema financeiro como tão, mas tão, mas tão, mas tão facilmente se pode comprovar.
Não existe economia privada sem o Estado.
Ainda hoje tecnologia espacial desenvolvida na União Soviética é usada, incluindo usados em foguetões norte-americanos.
É o caso do foguetão Atlas V que utiliza uma variante de um motor criado na União Soviética.
O jogo electrónico Tetris é uma criação de engenheiros informáticos soviéticos!
Esta ideia de que o estado é a base de tudo, é uma tese que já ouvi várias vezes ao famoso Noam Chomsky, não é uma novidade.
ResponderEliminarTem algum fundamento apesar de também ter havido algumas empresas privadas a fazer investigação e descobertas importantes.
https://www.youtube.com/watch?v=yCUV1-SCvzM
Luis Alves
Podia ter dito também que a União Soviética lançou para órbita várias estações espaciais, a mais conhecida (e última) foi a MIR.
ResponderEliminarEstações espaciais, coisa pouca não é verdade Sr. Anónimo Pimentel?
Nem sei como sua amada capitalista-neoliberal União Europeia não têm estações espaciais em cada calhau do sistema solar!
A senda "Estado sempre mau" (a não ser que sirva os ricos) leva o Sr. Anónimo Pimental a cair no mais confrangedor ridículo...
Não vou ficar surpreendido quando o Sr. Anónimo Pimentel e outros aduladores da classe bilionária afirmarem que afinal foi Elon Musk o responsável pelo Homem na lua, e que a União Soviética nunca lançou um foguetão que saísse do chão...
O pobre multinick pimentel ferreira aparece assim de rajada, com vários dos seus comentários assinados, todos com nicks diferentes
ResponderEliminarDesde o pseudo-rebolucionário oakwood, com a sua abstracção teórica com algum interesse pedagógico (vale a pena rir com gosto) até ao rao arques, prototipo da versão caceteira do mesmo indivíduo
Uma tentativa do neoliberal joão pimentel ferreira boicotar um debate mais sério e mais profícuo e de tentar apagar o conteúdo dos posts dos autores deste blog
Do minuto em que o pimentel ferreira rao arques está sentado na iniciativa do chega nem vale a pena falar. São posições da extrema-direita e cada vez há mais dados que apontam para a proximidade intima e incestuosa entre o fascismo e o neoliberalismo
Todavia multinick pimentel ferreira não se fica por aqui
ResponderEliminarEi-lo a perorar sobre o Instituto de Estudos Avançados de Princeton. E até a colocar em negrito a palavra "private"
E a dizer que "is a private, independent academic community with no income from tuition or fees."
...
E que "Its founders, Louis Bamberger and Caroline Bamberger Fuld, created an endowment fund to which many other individual donors and private foundations have contributed"
Pobre pimentel ferreira anónimo multinick. Esqueceu-se de dizer que o tal instituto "is one of the eight American mathematics institutes funded by the National Science Foundation".
E o que é a National Science Foundation?
The National Science Foundation (NSF) is a United States government agency that supports fundamental research and education in all the non-medical fields of science and engineering.
With an annual budget of about US$7.8 billion (fiscal year 2018), the NSF funds approximately 24% of all federally supported basic research conducted by the United States' colleges and universities. In some fields, such as mathematics, computer science, economics, and the social sciences, the NSF is the major source of federal backing.
Só mesmo um grande aldrabão pode vir para aqui impingir-nos estas verdadeiras fake news. Um aldrabão sem ponta de vergonha e sem ponta de honestidade
Um aldrabão como mister multinick etc etc etc
Eis uma área apetecível e adequada ao Estado:
ResponderEliminarJuntam-se uns tantos cientistas a ver se inventam alguma coisa.
Pode dizer-se o grau mais elevado, em oposição à enorme boyada que se junta para fazer de conta que fazem algo de útil.
Com as devidas distâncias, mas este tipo de nickname jose está em perfeita situação destrambelhada
EliminarAgora esbraceja contra a ciência
Depois pontifica com aquela categoria do tecido empresarial português, a justificar a sua tão má qualificação
Será que pensa que está nalgum curral? A não fazer nada de útil?
O que não sabemos é o que é que os privados fariam com o mesmo dinheiro que o estado investe em inovação. Esse dinheiro vem dos impostos que são aplicado à economia privada.
ResponderEliminarO que não fizeram, pelo menos nos EUA, foi criar o GPS e a internet...
Eliminar"O que não sabemos é o que é que os privados fariam com o mesmo dinheiro que o estado investe em inovação. Esse dinheiro vem dos impostos que são aplicado à economia privada."
ResponderEliminarPor acaso até temos exemplos muito elucidativos do que "os privados" fazem com o dinheiro que escamoteiam aos impostos devidos aos estados e subtraídos por diversos processos de "optimização fiscal". A crise do sub-prime nos USA e os casos do BES, BPN e BANIF são eloquentes quanto à habilidade dos "privados".