segunda-feira, 8 de julho de 2019

Três notas sobre as propostas fiscais de Rui Rio

1. Rio parte do pressuposto que em Portugal se pagam muitos impostos. Não é isso que nos diz a comparação com outros países e com a média da UE. É ver os gráficos (os dados são do Eurostat).

2. Reduzir impostos significa que há despesas que o Estado opta por não fazer na melhoria da Saúde, da Educação, da Protecção Social, da Justiça, etc. Sabendo que a despesa pública em percentagem do PIB em Portugal em 2018 (44.0%) já foi inferior à de 2008 (45.3%) e está abaixo da média da UE (45.6%), queremos mesmo ir por aí?

3. O PSD diz que, se chegasse ao governo, reduziria os impostos ao mesmo tempo que aumentaria o investimento público. Nas contas que apresenta, isto seria possível porque a economia cresceria mais do que actualmente se prevê. A questão que se coloca é: e se o crescimento económico viesse a revelar-se inferior às previsões, o que faria um futuro governo do PSD? Abdicaria de reduzir os impostos ou de aumentar o investimento? Reduziria a despesa com o Estado Social? Não cumpriria as regras orçamentais da UE? Só respondendo a estas perguntas é que podemos saber ao que vêm. De resto, isto aplica-se a todos os partidos que querem ser governo.

6 comentários:

  1. Já os geringonços não têm dúvidas, aumentando os rendimentos a economia cresce.
    Se com dívida fora da contabilizada de caixa e desiquilibrio das contas externas é assunto de que não se fala: não entra na mágica da % sobre o PIB.

    Nem uma palavra sobre a baixa de impostos como motor de crescimento.
    É preciso é que a despesa do Estado mantenha a sua clientela satisfeita!

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    1. Sempre podes emigrar para os países onde esta percentagem é mais baixa.

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  2. Ó Menos, faz-me um conta, sff. Cortando os impostos e havendo mais investimento, necessariamente pela via da importação do que nem há cá, nem se pode financiar para que haja, acontece o quê à balança comercial e ao défice?
    Responder que surge das famílias é uma hipótese, se não estivessem tão endividadas como em 2007, com o que isso fez há banca.

    Alguém que vá ver se a Irmã Lúcia ainda está no caixão, que o Rio precisa dela.

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  3. Ó Marques, talvez que haja famílias não endividadas nem exauridas de meios, para escândalo dos geringonços; e talvez de lá de fora venham investimentos em algo mais que secretárias e telefones; e que cá de dentro desapareça a sensação que de que enriquecer é o caminho seguro para ser assaltado.

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  4. A mantra da redução de impostos já cá andava em 2011.
    Lembram-se daquela frase: "connosco, não haverão mais PECs"?
    Pois!...
    Depois, a mantra foi outra: "um brutal aumento de impostos", dito com satisfação à hora do jantar, por um funcionário do fmi.
    Mas de facto, a paf não mentiu ao prometer a redução de impostos.
    Para alguns, houve redução.
    Os tais 1%.
    Os 99% é que pagaram a fatura.
    Pergunta-se ao partido autodenominado social democrata: a receita é a mesma de 2011?

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  5. Não sei se a proposta do Ricardo Paes Mamede de um seguro universal de saúde, que tal como a ADSE assenta basicamente no financiamento público de cuidados de saúde privados não será mais assustador. Como a Catarina Martins costuma dizer será que também já foi capturado?

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