Quando nas europeias de 2014 se assistiu a um reforço da votação na extrema-direita em vários Estados membros, com destaque para a subida da Frente Nacional em França e da Aurora Dourada na Grécia, a par da estreia do Alternative für Deutschland na Alemanha e do Vox em Espanha (ambos fundados em 2013), poderia pensar-se que se tratava apenas de uma onda de choque temporária, gerada pelos efeitos das políticas de austeridade impostas pela Comissão Europeia, na sequência do impacto da crise financeira de 2008.
Ou seja, com o relaxamento das políticas punitivas, que permitiu que as economias começassem a poder respirar a partir de 2013, e já depois da aplicação de programas de «ajustamento» mais severos e específicos a alguns Estados (nomeadamente países do sul), seria expectável que o acto eleitoral seguinte (as europeias de 2019), traduzisse já o consequente desanuviamento político e social, com o recuo da extrema-direita um pouco por toda a Europa.
Não foi isso, porém, que aconteceu. De facto, se tomarmos como referência o conjunto de partidos de extrema-direita associados à «Aliança Europeia de dos povos e das nações», não só não se regista um recuo em termos de resultados eleitorais (antes pelo contrário), como esse conjunto de partidos se sente impelido, dada a sua redobrada força, a reivindicar a formação de um grupo próprio no Parlamento Europeu. Com efeito, a votação nesses partidos de treze países (que representam cerca de 56% do total da população europeia em 2018) quase duplica entre 2014 e 2019, passando de cerca de 11 para 19% do total de votos válidos, nesse período. Trata-se, aliás, da maior subida entre eleições desde 1999: quase mais 8 pontos percentuais (quando a subida entre 2009 e 2014 não foi além de 4 pontos percentuais).
Terá pois que se encontrar uma explicação mais profunda e credível para a persistência do mal-estar europeu, não servindo de muito suspirar de alívio e continuar a assobiar para o ar, como se a normalidade estivesse reposta e o perigo da ascensão da extrema-direita estivesse contido. Para ir ao encontro dessa explicação, talvez valha a pena recuperar um texto recente de João Ferrão ou ler na íntegra a excelente entrevista de Hugo Mendes a Wolfgang Streeck no último número da Manifesto, da qual se destaca a seguinte passagem:
«A social-democracia europeia abraçou, na década de 1990, a onda da globalização, quando a internacionalização económica parecia a única forma de revitalizar o capitalismo e retomar a acumulação de capital. Como consequência, tornou-se difícil de distinguir os sociais-democratas de outros apoiantes da revolução neoliberal, o que levou a que o seu eleitorado tradicional os abandonasse. Mais tarde, muitos destes eleitores mudaram-se para os novos “populistas”, sobretudo os de direita, já que a esquerda era e é ainda fiel a uma espécie de internacionalismo que não encontra espaço para uma democracia plebeia a partir de “baixo”. (...) Os “populistas” de direita não têm qualquer resposta construtiva para a estagnação económica, para as crescentes desigualdades entre classes e regiões ou para a emergência de uma nova crise orçamental dos Estados. Mas eles têm uma intuição correta: que o nível para uma mobilização democrática eficaz é o nível nacional – o Estado-nação é a única instituição capaz de ser democratizada, com direitos de cidadania que podem ser utilizados para mudar governos e políticas. Precisamente esta intuição, infelizmente, é um anátema para a esquerda, ou para a maioria esmagadora da esquerda. Ela prefere que a democracia ao nível nacional seja condicionada, para que seja, ou tenha de ser transferida para instituições internacionais – que, porém, ela é incapaz de criar.»
Europeístas: uma coisa de fugir, urge o separatismo desse pessoal.
ResponderEliminar.
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DIZER NÃO À ECONOMIA NEO-ESCLAVAGISTA: SEPARATISMO-50-50
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Economia neo-esclavagista: a ajuda aos pobres deve ser efectuada por meio da degradação das condições da mão-de-obra servil... e não por meio da introdução da Taxa-Tobin.
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Existe uma tripla de 'supporters' da economia neo-esclavagista:
1- a alta finança;
2- europeístas (e afins);
3- migrantes que se consideram seres superiores no caos.
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Mais:
- Os «grupos rebeldes» (daesh e outros), não possuem fábricas de armamento... no entanto, máfias do armamento fornecem-lhes armas... para depois terem acesso a recursos naturais (petróleo, etc) ao desbarato, e para depois deslocarem refugiados para locais aonde existem investimentos interessados em mão-de-obra servil de baixo custo.
Ora, em vez de chamar à responsabilidade aqueles países que estão a fornecer armas aos «grupos rebeldes», ou seja, os países aonde a máfia do armamento possui as suas fábricas... os europeístas fazem outra coisa: decretam sanções contra os países que não permitem a chegada de mão-de-obra servil ao desbarato (refugiados) aos investimentos interessados em tal.
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Urge dizer à elite deste sistema o mesmo que foi dito aos construtores de caravelas esclavagistas: a não existência de mão-de-obra servil ao desbarato não vai ser o fim da economia... vão continuar a existir muitas oportunidades de negócio (nomeadamente introduzindo mais tecnologia)!
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O MOVIMENTO-50-50:
1- defende o investimento em tecnologia que permita aumentar a produtividade, para que dessa forma, seja possível aumentar os ordenados às pessoas;
2- defende respeito pela Diversidade;
3- defende respeito pela Justiça Social;
4- defende respeito pelos Povos de Menor Pegada-Ecológica;
5- defende um planeta aonde povos autóctones possam viver e prosperar ao seu ritmo;
6- defende uma sociedade que premeie quem se esforce mais (socialismo, não obrigado)... mas que, todavia, no entanto... seja uma sociedade que respeite os Direitos da mão-de-obra servil.
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Nota: Os 'globalization-lovers', UE-lovers. smartphone-lovers (i.e., os indiferentes para com as questões políticas), etc, que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa.
-»»» blog http://separatismo--50--50.blogspot.com/
Abordar este tema sem falar em refugiados, emigrantes, minorias culturais, doutrina dos coitadinhos em geral, é como sempre a esquerda, a interpretar o mundo sem abdicar dos seus dogmas.
ResponderEliminarAs nações são antes demais espaços de valores, de instrumentos de diferenciação do estranho.
E se é possível falar sem risco de rupturas de valores europeus, integrar todo o cão e gato de valores alienígenas como é cultivado por essa destrutiva pós-modernidade esquerdalha, tem consequências.
As nações são espaços de valores diferenciados... excepto na eurolândia, onde têm que ter todos os mesmos. E que incluem mais outra coisa que o Cruz ignora, os Portugueses também fazem parte do grupo dos untermenschen já que só querem saber de mulheres e vinho.
ResponderEliminarÉ.
ResponderEliminarQuando aviso que o desmantelamento da UE está a ser em proveito da extrema direita, sou insultado pelos estalinistas e afins das caixas de comentários.
Và lá que entre os autores dos textos há gente mais consciente.
Gostaria de fazer um reparo a uma frase do post de Nuno Serra que não me parece inteiramente correcta. A frase é esta:
ResponderEliminarOs “populistas” de direita não têm qualquer resposta construtiva para a estagnação económica, para as crescentes desigualdades entre classes e regiões ou para a emergência de uma nova crise orçamental dos Estados.
O meu comentário a esta frase é que generaliza abusivamente a ignorância a todos os "populistas", quando já deveria saber que o termo abrange gente e ideias muito variadas.
Um Claudio Borghi, para citar um exemplo, tem pouco que ver em termos ideológicos e de teoria e praxis económica com o AfD. Não obstante, estou certo que Borgui não se absterá de fazer causa comum com o AfD quanto às frases seguintes de Wolfgang Streeck, a saber, que o estado é a instância política melhor equipada para cumprir os desígnios democráticos dos povos, porque as instituições supranacionais como a EU não estão equipadas com mecanismos de controle e responsabilização democráticos suficientemente eficazes.
O mesmo se pode dizer de um Jacques Sapir relativamente ao FN francês. É evidente a quem leia Sapir que ideológicamente e enquanto economista estará mais próximo da esquerda dos "fugitivos" do Front de Gauche de Mélanchon. No entanto recusará a armadilha de apoiar Macron, o testa de ferro sintético do financismo contra Le Pen.
O princípio é "quem não tem cão caça com gato" (nem que para isso seja preciso fazer o gato passar fome de rato).
Os avisos do "Pedro" são miados de quem não está interessado em reconstituir as soberanias das nações europeias, única sede em que escolhas democráticas podem readquirir um mínimo de eficácia. É continuar com o "chove não molha".
A esquerda não pode ter medo da democracia ao nível dos estados, até pela simples razão que está completamente bloqueada ao nível supra-estatal.
A esquerda tentar agarrar-se a níveis de poder decisório que não tem a mínima hipótese de influenciar é um erro político de uma extrema imbecilidade.
Um perigo muito mais real advém do enfraquecimento das instituições e corpo legislativo dos estados pelo europeísmo liberal no seu afã de pretensamente combater o "populismo".
Um exemplo típico são as crescentes limitações ao direito de manifestação em França. Se, ou quando a extrema-direita chegar ao poder tais limitações podem tornar-se perigosos instrumentos de restrição dos direitos de cidadania das forças democráticas.
Mas fundamentalmente "populismos, há muitos", e deveríamos ter a sensatez de evitar generalizações confusas.
S.T,
Caro S.T
ResponderEliminarQuem manda na UE são os governos eleitos dos estados que a compõem. Conforme podemos ver pela comissão europeia, pelo eurogrupo e até pelas negociações por debaixo do pano, onde o que conta são os governos nacionais.
A esquerda não tem hipóteses de influenciar a UE ?
Se ganhasse eleições já tinha.
A nível nacional a esquerda já não risca nada há 40 anos pela mesma razão.
Há 40 anos que os povos europeus votam em massa na extrema direita neoliberal ou em "social democratas e socialistas" que se venderam e se passaram para o campo da extrema direita neoliberal.
O pan-europeismo em si mesmo não tem culpa dos povos europeus terem o mau gosto de votar em governantes neoliberais.
Caro ST.
ResponderEliminarHá-de dizer onde influenciou a esquerda os governos nacionais desde o 25 de Novembro de 1975 até 2015 com a geringonça.
Foram 40 anos de governos direitistas. A esquerda influenciou o quê ?
"Socialistas" como o Vítor Constâncio, o Almeida Santos ou o António Barreto podiam perfeitamente estar no CDS ou no governo da Merkel que não se notava diferença nenhuma.
O "Pedro insiste na mesma treta: "Quem manda na UE são os governos eleitos dos estados que a compõem".
ResponderEliminarOra isto é manifestamente falso devido ao conjunto de regulamentos e tratados que constringem a acção dos governos eleitos e isto sempre no sentido de servir a causa neoliberal. A esperança de alcançar uma maioria a nível europeu para reverter a situação é óbviamente uma miragem.
Em segundo lugar a estrutura do conselho, onde os governos dos estados membros têm assento paritário está enviesado por vários factores que distorcem significativamente as relações de poder no seu seio.
Por um lado a "voz" de um grande estado como a França ou a Alemanha não tem o mesmo peso que a dum pequeno estado como Portugal, por mais encenações de igualdade formal de representação que "Pedros" nos tentem impingir.
Por outro lado a Alemanha rodeou-se de um grupo de estados vassalos provenientes do alargamento a leste, que funcionam como claque de apoio e votos cativos no conselho. O esquema é simples: A Alemanha integrou nas suas cadeias logísticas de produção as economias destes estados fazendo deles "mini-chinas" de subcontratados gerando assim laços de forte dependência e subordinação. Na gíria fala-se de "Germany and its minions".
Outro factor acrescido foi a infiltração das instituições europeias, nomeadamente os corpos administrativos da comissão, por "homens (e mulheres) de confiança" do lobby financista-exportador alemão. Este "exército subterrâneo" é capitaneado por um personagem sinistro de nacionalidade alemã chamado Selmayr, uma espécie de eminência parda dos corredores e gabinetes de Bruxelas.
Portanto, quando "inocentes" como este "Pedro" vêm invocar formalismos bacocos fico dividido entre rir-me do ridículo e chorar pela estúpida alhada em que o meu país está metido.
S.T.
Quanto às razões porque a esquerda não ganha eleições, até posso ter algumas ideias...
ResponderEliminarMas primeiro, antes de passar a uma análise muito superficial da questão impõem-se um ponto prévio, que é que as referências que possa fazer a governos, ideologias ou países não representam apoio ou fidelidade ideológica da minha parte. Antes tentam consubstanciar uma visão o mais possível objectiva e isenta das vantagens e inconvenientes das diferentes formas de estruturação do poder.
É óbvio que se poderiam escrever resmas, paletes ou mesmo contentores de bits sobre o tema, mas seremos o mais possível sintéticos sob pena de apenas arranharmos a superfície. É inevitável. Apesar de tudo isto são apenas as caixas de comentários dos LdB.
Dito isto, as razões da perda de influência da esquerda podem ser divididas em intrínsecas e exteriores às chamadas forças de esquerda.
Do ponto de vista externo o principal obstáculo ao longo da história é a oposição de interesses entre os detentores do poder económico e os das massas de cidadãos amorfamente organizados. Este conflito fundamental reveste-se de uma multiplicidade de formas que nos países democráticos se traduzem em controle da opinião pública, sabotagem sistemática de formas de organização política de base e compra do poder nas instituições dos estados e organizações supranacionais.
Do ponto de vista intrínseco das chamadas "forças de esquerda" as coisas também não se compõem, porque as ideologias de tipo marxista têm dificuldade em integrar funcionalmente nas sociedades que criaram a diversidade de perfis psicológicos que compõem a espécie humana.
Isso traduziu-se em falta de eficácia das estruturas produtivas criadas que nuns casos levaram ao colapso e noutras a formas sub-óptimas de funcionamento. Uma terceira via foi desenvolvida na China, com um abastardamento controlado da ideologia marxista que aproveitou uma oportunidade histórica fornecida pela expansão do capitalismo globalista que perseguia a sua própria agenda.
Foi esta "aliança impura" entre globalistas e comunistas chineses que definiu e esteve na base do actual sistema de poderes e contrapoderes económicos que actualmente podemos ver em jogo na cena económica mundial. O resto pode ser definido como adaptações dos outros intervenientes a este fenómeno de base. Quando se percebe como chegámos aqui é mais fácil extrapolar qual poderá ser a evolução futura e pensar estratégias com impacto positivo nas vidas dos nossos concidadãos e na "saúde social e ambiental" a nível planetar. Podem dizer-me que penso "demasiado alto", mas não é possível tornar a acção local informada e lúcida sem uma visão global planetar.
Apenas uma curta farpa para o "Pedro" e os seus "40 anos de governos direitistas". É que quando falta a visão global sem peias mentais ideológicas de como os poderes se organizam e o que é possível fazer num contexto político e temporal preciso, fazem-se generalizações bacocas como essa.
Quando e se me der na bolha voltaremos ao tema.
S.T.
Caro ST.
ResponderEliminarGosto imenso quando certa esquerda finge que a UE é uma força invasora marciana que impôs tratados neoliberais á europa dos estados socialistas…
Ó ST, quem faz os tratados e regulamentos europeus são os governos eleitos dos estados.
Quem defende o neoliberalismo são os governos eleitos dos estados.
Os tratados e regulamentos da UE são neoliberais porque todos os governos eleitos que os assinaram eram neoliberais.
A França e Alemanha, Inglaterra, terão sempre mais influência do que Portugal ?
Como é óbvio isso tanto se aplica com ou sem UE.
As potências politico-económicas até impõem mudanças de regime em outros continentes. As potências europeias já o faziam antes da UE e os EUA, que não pertencem continuam a fazê-lo. Nos tempos do bloco comunista também a Rússia e a China o faziam.
Ou acha que é coincidência que muito antes da UE, Portugal tenha descartado a ditadura direitista e liquidado a opção comunista ou até simplesmente esquerdista, para evoluir PRECISAMENTE para o regime de democracia liberal de tipo europeu ocidental que predomina na sua área geográfica ? Mas que grande coincidência...
Como é óbvio, se nas grandes potências nacionais que mandam na UE a esquerda começasse a ganhar eleições, os tratados e regulamentos neoliberais seriam facilmente alterados.
Até agora em contexto puramente neoliberal, já vimos os estados nacionais ignorarem tratados e regulamentos. Por exemplo a alemanha ignora os regulamentos do superávit há décadas e há uns anos todos os países europeus durante uns tempos puderam ignorar os do déficit porque assim foi da conveniência dos grandes estados europeus.
Como é óbvio, se a esquerda ganhasse eleições na França, Alemanha, Inglaterra, todos os tratados e regulamentos neoliberais iriam parar eo lixo em menos tempo do que eu levo a escrever isto.
Até se nos EUA a esquerda ganhasse eleições, provavelmente a política europeia começaria a mudar.
O que se passa é que na europa e EUA, por norma, ou pelo menos desde há décadas a esquerda NUNCA ganha eleições, tanto nas grandes potências como nos pequenos países. Tanto dentro como fora da UE.
Quem defende o neoliberalismo e impõe tratados neoliberais são os próprios governos eleitos dos estados, que por norma são neoliberais.
Como é óbvio, Cavaco, Passos, Sócrates, Tatcher, Reagan, Bush, Merkel, Macron, seriam neoliberais quer exista ou não exista UE.
O que se passa aqui é que assim como os governos nacionais por vezes usam a entidade fantasmagórica da UE para justificar as sua próprias políticas neoliberais, assim certa esquerda se serve da UE para esconder o seu verdadeiro problema, que é NUNCA ganhar eleições.
É DISSO que vocês não querem falar e é por isso que se escondem atrás do mito da UE "que veio de Marte" atormentar os estados "socialistas" europeus.
Posto isto, eu, que já fui pan-europeísta, admito que a UE não passa de uma farsa neoliberal montada para dar dinheiro aos bancos e que por isso deve acabar. Porque para neoliberais já bastam os nossos, é escusado estar a levar com os dos outros países.
A diferença em relação a vocês é que sei que não é por a UE acabar que o neoliberalismo vai acabar no meu país e nos outros, porque o povo vai continuar a votar neoliberal e regulamentos e tratados neoliberais impostos de fora também os há, oficiais ou oficiosos, como podemos ver pelas políticas impostas pelo FMI, Banco mundial, ou directamente por tratados ou influências das grandes potências.
ST.
ResponderEliminarQuanto ao seu segundo texto, obrigado por pela PRIMEIRA VEZ abordar o VERDADEIRO problema nacional, europeu e global.
Sim, independentemente das opiniões, o facto das vitórias eleitorais constantes do neoliberalismo devia ser um dos assuntos de debate fundamentais da esquerda, mas na realidade é um assunto tabu, escondido atrás da luta contra espantalhos.
Quanto a eu fazer "generalizações bacocas" pelo simples facto de reconhecer as vitórias eleitorais constantes do neoliberalismo nas ultimas décadas, não comento, porque já vi que é demais para si discutir estes assuntos sem mandar bocas clubistas.
Apenas lhe peço que fundamente o que diz.
O neoliberalismo não tem tido vitórias eleitorais absolutas em praticamente todos os países ocidentais nas ultimas décadas ?
Vai-me dizer que o nosso PS, o PS francês, o labor blairista ou o SPD alemão actuais não são neoliberais ?
O Sr. "Pedro" deveria saber que os tratados europeus só podem ser alterados por unânimidade, o que numa EU a 28 é pura e simplesmente impossível. Pois se é precisamente essa rigidez que impede a solução da crónica e permanente crise europeia!
ResponderEliminarSó que essa rigidez foi propositada para bloquear quaisquer tentativas de reforma que revertesse o cariz ideológico neoliberal dos tratados. Não foi por acaso, foi por manha.
Mantenho a afirmação de que as suas generalizações são bacocas porque nem as personalidades políticas nem os partidos são constantes e uniformes. As coisas não são a 100% preto / 100% branco e pretender que assim seja é uma infantilidade.
E já agora não existe um "vocês". Eu apenas sigo e meu próprio nariz e até tenho um daqueles autocolantes a dizer "Não me siga porque ando perdido!" LOL
Ganhe juízo!
S.T.
Caro S.T.
ResponderEliminarDigo "vocês" porque você não só alinha na visão surrealista da existência de uma UE independente dos governos nacionais eleitos que mandam nela, como até já alinhou com um certo "anónimo" que me tentou fazer um "processo de Moscovo", acusando-me das coisas mais mirabolantes, nomeadamente de eu ser literalmente toda a gente de que ele não gostava - chegando a citar meia dúzia de nomes que seriam todos "eu". Acusou-me ainda de infiltrado do fascismo, militante do PSD, etc, tudo isso apenas por eu tentar debater assuntos fora da pequena caixinha da esquerda radical.
- A rigidez dos tratados serve apenas para desanimar veleidades de resistência. Como é óbvio, se as grandes potências nacionais europeias quisessem, mandavam a rigidez ás urtigas em segundos. Eu dei exemplos de regras europeias "extremamente rígidas" mandadas passear pelos mesmos governos nacionais que as impuseram, mormente o alemão. Essas regras são criadas e desactivadas á vontade do freguês, que são os governos eleitos com mais influência na UE.
Bastava a esquerda ganhar eleições nos países influentes para todas essas regras serem alteradas, simplesmente levavam os outros atrás.
- Sim, as coisas e as pessoas mudam, mas há tendências gerais. E sim, a tendência absoluta dos últimos 40 anos em todo o ocidente tem sido a vitória eleitoral, a imposição e o aprofundamento do neoliberalsmo.
E a mudança tem sido principalmente no sentido da confirmação da expansão neoliberal. Por exemplo antigos partidos que realmente eram social-democratas, como o PS francês, o labor e o SPD alemão tornaram-se neoliberais ao ponto de já quase não se distinguirem dos assumidamente neoliberais.
Tatcher chegou a gabar-se que a sua maior vitória foi o new labor.
A apoiante de Pinochet poder dizer isto do partido que foi o de Attlee é de facto uma mudança radical, mas no sentido do triunfo absoluto do neoliberalismo.
Por exemplo, em Portugal não há um único governante eleito nos últimos 40 anos que não seja neoliberal e não tinha assinado com alegria e entusiasmo todos esses tais tratados europeus neoliberais que vocês dizem que são "impostos" aos governos dos estados.
De facto, até tivemos governos mais neoliberais que a UE, como o de Passos, que queria ir mais além da troika e no início era contra a política de compra de dívida do BCE, que foi a única coisa que nos safou e continua a safar.
Por esse governo nacional democraticamente eleito pela maioria do povo tuga, a UE teria sido ainda mais neoliberal do que já é. O BCE não teria mexido uma palha e seriam apicadas medidas neoliberais muito mais radicais do que foram exigidas pela troika. Lembro-me de comentadores da ala radical do PSD, por exemplo no Observador, clamarem que a crise era a oportunidade ideal para desmantelar o estado social, abolir o salário mínimo, despedir os funcionários públicos, etc.
A maioria do povo português votou nesta porcaria... E vocês só preocupados com as "imposições" da UE supostamente contra os governos nacionais.
Se esse governo nacional democraticamente eleito pudesse, tinha ido muito, mas mesmo muito além de qualquer imposição da UE.
Pobre pedro
ResponderEliminarUns dias mais tarde seria desmascarado. Com tal força que sumiu arrastado pelo desespero e pela fúria
E confirmando um modo de agir particularmente abjecto