Faz sentido falar de socialismo hoje? Este é o pontapé de saída do recente livro ABC do Socialismo: um guia para pensar e agir, coordenado por Catarina Príncipe e João Mineiro e que conta com capítulos de várias autoras e autores com percursos diferentes (António Louçã, Bhaskar Sunkara, Carlos Carujo, Erik Olin Wright, Gui Castro Felga, Hugo Monteiro, Irina Castro, Izaura Solipa, João Carlos Louçã, João Madeira, João Manuel de Oliveira, José Gusmão, José Soeiro, Keeanga-Yamahtta Taylor, Luís Fazenda, Mário Tomé, Marisa Matias, Michael A. McCarthy, Nuno Teles e Vivek Chibber).
As notícias do fim da história depois da queda da União Soviética foram manifestamente exageradas, bem o sabemos. Os autores recordam, com razão, que o mundo vive hoje “velhas-novas atribulações” – a recente crise económica, os problemas ambientais, a ascensão dos fascismos e as lutas e movimentos sociais. Um dos autores notava, em resposta a uma recensão do livro, que este “se posiciona perante uma tripla fronteira: a da rendição da social-democracia ao neoliberalismo; a da degenerescência autoritária do socialismo real; e a da suposta autossuficiência das lutas autónomas.”
Se o fim da história não se verificou, e se continuamos a ser confrontados com problemas incontornáveis, talvez não seja má ideia (re)pensar as formas de combate e as possibilidades de transformação da sociedade. É isso que o livro faz, percorrendo vários temas, da democracia e das formas de distribuição da riqueza às alterações climáticas, passando pela guerra, o feminismo, o racismo, os bancos e até os robots, tratando-os de forma informada, acessível e convincente na crítica à atual organização das sociedades em torno do dinheiro e do individualismo e na defesa do socialismo, esse espaço “onde não haja lugar para nenhuma forma de exploração (o domínio económico de pessoas sobre pessoas) ou opressão (o domínio social, político, cultural e interpessoal de pessoas sobre pessoas)”.
A relevância da pergunta inicial e a qualidade da escrita justificariam, por si só, uma leitura atenta. Mas acima de tudo, talvez encontremos o motivo mais forte na recente carta de Jamie Dimon, CEO de um dos maiores bancos de investimento norte-americanos (JP Morgan Chase), aos seus acionistas. Nesta carta anual, Dimon percorre os assuntos da atualidade, a guerra comercial com a China, as novas tecnologias, as disputas políticas internas dos EUA, as tendências de endividamento globais, mas acaba por concluir que tudo isso é pequeno face ao principal risco para o futuro: o “socialismo”. Dimon diz que este “seria um desastre para o país” porque “leva a empresas e mercados ineficientes, favorecimentos e corrupção”, e pior, “produz inevitavelmente estagnação e formas de autoritarismo”. Quem, por cá, notou esta carta, fez bem em lembrar que o JP Morgan Chase tem sido sempre protegido pelo Estado, tanto no favorecimento de negócios como em financiamento público em alturas de sufoco e alívios fiscais já com a administração de Trump – “uma espécie de socialismo dos bancos”, como foi descrito nesse texto.
Além desta farsa do banqueiro, importa reter o seu receio de que o socialismo, que tem ganho popularidade no seu país e não só, deixe de ser só para as elites. É por isso que pensar o socialismo nunca fez tanto sentido - trata-se de um combate que continua a ser "perigoso" porque vai à raiz dos problemas e coloca em causa a forma como tudo é distribuído. Se precisávamos de motivos que nos recordassem da sua importância, justificando a leitura do livro, este é um dos mais fortes – e quem diria que o maior elogio viria de um banqueiro?
Talvez até muito mais que antes do mundo globalizado como o conhecemos hoje. Talvez a própria globalização neoliberal ainda se venha a verificar a grande oportunidade.
ResponderEliminarTalvez talvez o Pedro Vitor pimentel Ferreira esteja a vender-nos banha da cobra.
ResponderEliminarAgora até escondida debaixo do Socialismo
Ahahah
Encontrar no neoliberalismo alguma virtude é como encontrar no saque alguma recompensa.
ResponderEliminarTanto num caso como no outro, só o é para os saqueadores
Vocês ainda não perceberam que :
ResponderEliminar1º o socialismo não funciona pois é contra a génese humana.
2º o que existe hoje não é capitalismo é neo-comunismo.
3º o socialismo é diferente de social-democracia.
Enquanto não partirem destes pressupostos não podem teorizar nada, nem montar modelos autónomos de governo das Nações, partindo do pressuposto que entendem as Nações (e não fantochadas criadas há pressão como o Kosovo ou os sonhos de independência da Catalunha) como estruturantes na alteração para melhor da vida em sociedade pelo Homem enquanto parte integrante de um ecosistema limitado.
WW
Uma coleção de disparates bem apropriada a alguém l
EliminarQuem faz lembrar
É o pimentel Pedro aonio Vitor Ferreira marco. Só pode, Lolol
"Contra a génese humana"?
ResponderEliminarIsto parece beber das teorias da treta da psicologia evolutiva?
Psicologia evolutiva que era um dos temas em que se debruçava quem? Com aquela sapiência feita de certezas de vendedores da banha da cobra?
Ora bem,o joão pimentel ferreira
Mas há ainda uma outra questão, antes de nos debruçarmos sobre os disparates inenarráveis aí debitados do psicólogo involutivo
Esta mania do universalizar os seus interlocutores, assim deste jeito:
"Vocês ainda não perceberam"
"Enquanto não partirem destes pressupostos..."
Faz lembrar quem? É "ele" e os outros, tão somente
Ora bem. O "pedro". Que não é outro senão o mesmíssimo joão pimentel ferreira
Temos então que o socialismo não funciona porque é contra as teorias do joão pimentel ferreira.
ResponderEliminarA psicologia evolutiva tem destas coisas. Bebe no darwinismo social. Onde bebe a tralha neoliberal
As coisas tendem no entanto a ficar ainda mais patológicas. Continua o sujeito :"Hoje o que existe não é capitalismo. É neo-comunismo"
Para além da boçalidade quase perfeita, dita com esta "segurança" própria do género pimentel ferreira, o que esta frase denota é uma impotência tramada.
Já não podem cantar o presente. Já não podem invocar os paraísos do American way of life, ou da UE way of life
Remetem-se a estes slogans idiotas ( que fazer? é mesmo o caso) que só nos sítios mais esconsos dos sites mais manhosos do Mises poderíamos encontrar.E ainda não encontrámos.
Mas não contente com estas duas pequenas pérolas convertidas em mandamentos invocados pelo pimentel aonio eliphis ferreira, temos direito a um outro mandamento. Sobre a social-democracia e sobre o socialismo.
ResponderEliminarConfesse-se que a profundidade da coisa foi atenuada. Mas não deixa de ser o que é. O tipo odeia mesmo a palavra "socialismo" e emparelha com aqueles tipos género bolsonaro
Cabe finalmente,como acontece a qualquer pregador fundamentalista, com o rabo preso na sua religião, a invocação das desgraças a quem não lhe seguir a penugem ideológica e o delírio mental:
"Enquanto não partirem destes pressupostos não podem teorizar nada"
Desculpem:
Ahahahahaha
A globalização é uma nova etapa do capitalismo que implica a expansão das contradições do capitalismo. Tudo previsto por Marx e Engels. O que só torna o marxismo mais presente no mundo na medida em que as desigualdades na apropriação dos meios de produção se estendem a todo o planeta. A globalização não veio alterar em nada a luta de classes e o posterior colapso de um sistema sócio-económico injusto. Muito pelo contrário.
ResponderEliminarWW
ResponderEliminarEssa do capitalismo ser neo-comunismo é a bojarda bolsonarista do ano.
Chamar comunismo a tudo o que mexe é inteligente à brava.
O pobre Pedro chama de bolsonaro ao pobre WW
EliminarÉ inteligente à brava.
Um e outro. O que fazem lembrar?
Isso isso.
Bojardas de bolsonaros
Não sei o que é que se passou com a minha primeira tentativa de responder ao anónimo das 18: 41 que entendi como um desafio ao meu comentário. Caso não tenha sido também não altera em nada o comentário que vou então tentar pela segunda vez:
ResponderEliminarA globalização é uma nova etapa do capitalismo que implica a expansão das contradições do capitalismo. Tudo previsto por Marx e Engels. O que só torna o marxismo mais presente no mundo na medida em que as desigualdades na apropriação dos meios de produção se estendem a todo o planeta. A globalização não veio alterar em nada a luta de classes e o posterior colapso de um sistema sócio-económico injusto. Muito pelo contrário.
Olha o Vitor aonio eliphis pimentel Ferreira a fazer-se passar por marxista
EliminarEnquanto trauteia a globaluzacao uber alles.
E diz disparates de partir o coco a rir sobre a globalização prevista por Marx e Engels
Colapso a fraude e o disfarce, hein ó vitor?
"A globalização é uma nova etapa do capitalismo que implica a expansão das contradições do capitalismo. Tudo previsto por Marx e Engels"????
ResponderEliminarMas o que é isto?
Que disparate é este? Que ignorância é esta? Isto é só para esconder a carta de Jamie Dimon, CEO da JP Morgan Chase? Para que o dislate faça resvalar o debate par outro lado?
É pá, parece mesmo que a "qualidade da peça" se assemelha muito à qualidade das peças saídas daquele joão pimentel qualquer coisa.
Terão provavelmente razão quem os identifica como gémeos siameses.
Em resposta ao comentador Pedro vou tentar explicar-me melhor !
ResponderEliminarO capitalismo hoje não existe, acabou em 2007/2008 no momento em que empresas privadas (bancos e outras não podem ir há falência) o capitalismo em modo simples consagra essa situação (falência) como um dos seus pilares. Basicamente seria como o Continente abrir falência por más opções da gestão e o Pingo Doce fosse obrigado a salvar o Continente com custos para a gestão / trabalhadores / clientes do Pingo Doce além dos já decorrentes para os trabalhadores / clientes do Continente e parte da gestão.
O Pedro pode achar novidade ao que escrevi mas já o digo/escrevo vai para 10 anos.
O que chamam de neo-liberalismo é sim neo-comunismo em que tudo é igual e todo o bolo económico está directa ou indirectamente não mãos de um pequeno número de pessoas / conglomerados tal como no comunismo em que o Estado (politburo e aparatchiks) dominava toda a estrutura económica da Nação.
Mais uma ideia Pedro e esta é ainda será mais rebuscada para si, existem empresas "privadas" a gerarem prejuízos / fluxos de capital negativo para distorcerem / dizimarem mercados inteiros com o objectivo último de gerarem ainda mais concentração de riqueza e apoderarem-se da "riqueza" de uns poucos que sempre foram tentando aforrar algum dinheiro/bens. Antigamente culpava-se a inflação pela queda dos "rendimentos", as armas agora usadas são a disrupção dos mercados e deflacção de modo a submeter Nações inteiras.
Na teoria comunista o Estado tem o monopólio de tudo, actualmente são conglomerados privados, daí a expressão neo-comunismo.
Eu se tiver um bom negócio não o destruo, a não ser que seja para ter um negócio ainda maior...
WW
Comunismo é a propriedade colectiva dos meios de produção.
EliminarNo neoliberalismo a propriedade não é colectiva, só as dívidas dos empresários são colectivizadas.
De resto a concentração monopolista, o poder nas mãos de uma casta, é o funcionamento normal do capitalismo.
Se determinados capitalistas se tornam de tal modo poderosos que capturam o estado e o usam, por exemplo, para se salvarem de falências, isso é o poder dos capitalistas sobre a comunidade e não o contrário.
O vocês fazem é chamar comunista a qualquer lógica de concentração de poder.
Por esse critério, todas as sociedades e todas as empresas privadas sempre foram comunistas.
Como é óbvio isso não faz sentido nenhum.
O que se passa é outra coisa.
Quando confrontados com a prova que a sua ideologia está errada, como por exemplo, a total BANDALHEIRA que vemos nos sectores que foram privatizados, dizem que não conta porque é comunismo...
Tretas.
Há 400 anos ter um patrão era sinal de escravatura, pois os artesãos livres estavam no topo da cadeia laboral. Hoje a quem tem um senhor e um amo a quem devem obedecer, dizemos que tem "segurança laboral", e àqueles que são verdadeiramente livres, chamamos de "precários"! Mudam-se os tempos...
ResponderEliminarSerá porque quando falamos de precários não estamos a falar de pessoas "livres" mas sim totalmente subjugadas a condições desumanas ?
EliminarPela sua conversa os trabalhadores à jorna que trabalham em condições de escravatura são a elite dos "livres".
Isso é conversa de vendedor de banha da cobra.
Mudam-se os tempos.
ResponderEliminarMas o aonio eliphis continua a fazer o que sabe fazer.
Ele , WW, o pedro, o vitor e os monólogos do mesmo personagem a ver se passa
Tem azar. Já foi identificada uma família às direitas
https://www.dn.pt/poder/interior/redes-sociais-ha-um-consultor-do-psd-numa-campanha-de-perfis-falsos--10887064.html
Agora esta nova está sediada na Holanda.
Para os ignorantes do costume, que têm a mania que policiam os comentários, a previsão aparece na obra programática “Manifesto Comunista”.
ResponderEliminarPois Pedro, ter um "trabalho seguro" sendo escravo do chefe, da hierarquia, do patrão, do senhor, enfim, um amo a quem se deve obedecer. É um sonho molhado do escravo pós-moderno.
ResponderEliminarE quem lhe disse que trabalhar à jorna é desumano? Refere-se ao trabalho à jorna no campo? E trabalhar no campo com um patrão e um código laboral muito limpinho, já é mais humano?
Se as pessoas têm dificuldades financeiras, existe pois o estado para ajudar. Mas esta fobia da esquerda contra a liberdade laboral, como se implicasse imediatamente uma vida desumana, é representativa do pensamento vigente da esquerda. Tal como Marx referiu, o trabalhador representa capital humano, e esse capital não se altera em função do código do trabalho, mas da lei da oferta e da procura. Ou acha que o Ronaldo está preocupado com o 14º mês e o subsídio de férias?