quinta-feira, 23 de maio de 2019
O grito da elite
Teresa de Sousa entrevistou no Público um conjunto de personalidades sobre a chamada Europa. Entrevistou europeístas, mas também entrevistou europeístas. É o pluralismo que se pode esperar numa iniciativa patrocinada pelo banco BIG e que contou com o apoio da Comissão Europeia: de António Costa a Marcelo Rebelo de Sousa. Deu origem a um livro e tudo.
A linha editorial do Público nesta área parece uma espécie de Grito do Povo em versão euro-liberal, ou seja, um Grito da Elite para consumo periférico: dos editoriais de Manuel Carvalho às colunas de opinião de Teresa de Sousa, que tantas vezes aparecem no formato de notícias. Uma constante é o tratamento preconceituoso do nacionalismo, assim no singular. Para um jornal que se diz de referência, a ignorância em relação aos estudos sobre este tema é reveladora de uma certa ideologia ofuscadora, apoiada naturalmente pela Comissão Europeia: “o nacionalismo é uma doença contagiosa”, etc, etc, etc.
Repito-me também. No mundo real, as coisas são mais complicadas, incluindo no que aos nacionalismos, assim no plural, diz respeito: estamos perante um fenómeno político tão ideologicamente polifacetado quanto resiliente. De facto, uma brevíssima passagem pela literatura histórica e sociológica sobre o tema permite concluir que nacionalismos houve e há muitos: liberais e antiliberais, progressistas e reacionários, revolucionários e conservadores, das esquerdas e das direitas, de cima e de baixo, fascistas e antifascistas, imperialistas e anti-imperialistas, racistas e antirracistas.
Entretanto, desde Vicente Jorge Silva que a colonização da social-democracia pelo globalismo euro-liberal é uma das apostas ideológicas da linha editorial deste jornal. Quem não se recorda do enlevo pela Terceira Via. Graças sobretudo à integração europeia, este processo está concluído, como de resto se confirma pela convergência com o presidente dos ricos franceses, Macron 2017 = Le Pen 2022. No fundo, a social-democracia morre nos braços dos que a destruíram. Na UE, faz parte de uma elite que grita antes destes processos/simulacros eleitorais onde supostamente está tudo em jogo.
Naturalmente que nacionalismos há muitos, desde logo foi o nacionalismo liberal do sec. XIX, mau grado o chauvinismo associado, que foi o responsável pela resistência a Napoleão e pelo aparecimento das primeiras formas de democracia no continente europeu.
ResponderEliminarO problema é que o João Rodrigues se esquece de olhar para a História e continua prisioneiro de uma visão romântica do nacionalismo progressista anti-colonial e que morreu, afogado em corrupção, autoritarismo e em penúria. Exatamente, aquele erro que aponta, com azedume, aos europeístas, na falta da tribuna que eles têm (com razão, aliás).
O único nacionalismo politicamente viável que sobra é, bem entendido, o pseudo-nacionalismo mafioso e reacionário de figuras como Trump, Putin, Orbán, etc, porque capturou os símbolos da democracia nacional.
O resto é, francamente, uma treta, aliás bem patente no facto de os Partidos da Esquerda não terem ganho um voto com o definhar da Social-Democracia (em cujo caso, o João Rodrigues não estaria aqui a chorar lágrimas de crocodilo por ela, como sempre faz). Exceção é claro o Syriza, mas depois foi mesmo o que se viu...
Depois, ninguém acredita em nacionalistas que historicamente apoiaram o esmagamento dos movimentos de resistência europeus de Leste pela URSS (e que lhe continuam a cantar loas), porque esses só mostram os dois pesos e duas medidas que lhes caracterizam o pensamento (o doublethink, lembra-se?).
Ou seja, o nacionalismo é muito bom quando nos serve os propósitos ideológicos, mas é reacionário quando não serve...
Vá morrer longe, sim?
Quando o antieuropeísmo significar: contas certas, dívida em queda, produtividade como objectivo nacional, responsabilização garantida por justiça célerem começarei a prestar atenção ao tema.
ResponderEliminarOlha o belo artiguinho que vem mesmo a calhar, sintetizando algumas das maleitas de uma EU esclerosada e viciada na rapina dos seus membros mais fracos:
ResponderEliminarhttps://off-guardian.org/2019/05/22/debt-is-the-hidden-issue-in-the-european-elections/
Tiragostos:
"These elections capture however the general mood of exasperation with current policies. Conservative and extreme Right parties will rise, reflecting widespread scepticism as to the economic course of the EU and its lack of benefits for the common people. The mainstream Left unfortunately neglects these issues, and it will pay the price."
"Essas eleições capturam, entretanto, o clima geral de exasperação com as políticas atuais. Os partidos conservadores e de extrema direita vão crescer, refletindo o cepticismo generalizado quanto às perspectivas economicas da UE e sua falta de benefícios para as pessoas comuns. A esquerda dominante infelizmente negligencia essas questões. e vai pagar o preço (por isso, NdT)."
"The conservatives generally blame the weak and scapegoat the refugees, the immigrants, the women, and the poor, while promising to save the middle class from the onslaught of big capital. They create false hopes of easy reform, and they never denounce the exploitation inherent in today’s system. History shows however that small owners manage to resist financial stranglehold only when they make common cause with workers and the poor, and they are not afraid to fight."
"Os conservadores geralmente culpam os fracos e fazem dos refugiados, dos imigrantes, das mulheres e dos pobres, bodes expiatórios enquanto prometem salvar a classe média do ataque do grande capital. Criam falsas esperanças de reforma fácil, e nunca denunciam a exploração inerente ao sistema de hoje. A história mostra, no entanto, que os pequenos proprietários só conseguem resistir ao estrangulamento financeiro quando fazem causa comum com os trabalhadores e os pobres, e não têm medo de lutar.”
.../...
"Exploitation today is often effected through debt. Public and private debt are crucial mechanisms for the ongoing transfer of wealth and power from the poor to the rich, from the weak to the strong, from the many to the few. Public discussion so far neglects this issue, even though financial expropriation’s explosive potential is well known to insiders and to the mainstream parties."
"A exploração hoje é muitas vezes feita através da dívida. A dívida pública e privada são mecanismos cruciais para a transferência contínua de riqueza e poder dos pobres para os ricos, dos fracos para os fortes, dos muitos para os poucos. A discussão pública até agora negligencia essa questão, embora o potencial explosivo da expropriação financeira seja bem conhecido dos membros internos e dos principais partidos."
Os destaques foram acrescentados por mim.
S.T.
A hipocrisia das elites instaladas, na reivindicação da legitimidade democrática das suas decisões,
ResponderEliminarpersiste no caminho de descrédito da democracia representativa
- a blindagem do pacote proposto, cria castas de opinião, incoerentes com a suposta igualdade na DECISÃO.
Depois do Kafkiano processo do Brexit,é preciso ter lata,
para defender a credibilidade da democracia representativa.
Europa? Mas que Europa?!
Na Alemanha, um youtuber desferiu um ataque eficaz à CDU, AfD e SPD.
ResponderEliminarVideo aqui (só em alemão):
https://www.youtube.com/watch?v=4Y1lZQsyuSQ
5,4 milhões de visualizações! Grande paulada nos partidos do establishment(AfD incluído).
Artigo do Independent:
https://www.independent.co.uk/news/world/politics/rezo-youtube-video-cdu-german-government-angela-merkel-a8926241.html
E no Guardian:
https://www.theguardian.com/world/2019/may/22/german-youtuber-rezo-video-attacking-merkel-party-cdu-goes-viral
Tanto quanto o conteúdo é o método e o estilo que merece atenção porque vai custar alguns pontos aos partidos visados nas europeias.
S.T.
Alguma da rapaziada que ataca as visões nacionais das lutas pelos direitos, seja ao trabalho com direitos, à educação universal e gratuita, à saúde gratuita fazem-no não porque imbuídos de uma qualquer visão internacionalista, que seria aqui fútil e explicarei abaixo porquê mas porque de facto querem destruir os direitos sociais arduamente conquistados, seja no trabalho, dando todo o poder ao patronato, seja na educação, criando uma educação para as elites e outra para os filhos dos trabalhadores e futuros trabalhadores, criando um sistema de saúde para pobres de forma a que estes custem menos e tenham tratamentos mínimos (que chatice, morrem na contramão e dificultam o tráfego!!!!- grande Xico Buarque!) e de segunda que os ricos terão as suas cuf's e similares. É aqui que reside o cerne do chamado cosmopolitismo europeista, afinal nem mais nem menos do que a sabujice de lacaios do capital: Alguns, outros que não os anteriores, acham que a globalização isto, que aquilo, que é preciso federar as lutas, globalizá-las, esquecendo essas almas bem intencionadas que as condições de cada tempo e espaço de luta são demasiado desiguais para que tal globalização possa ocorrer a não ser esporadicamente e sobre temas demasiado gerais. Ou como muita boa gente diz, as condições objectivas e subjectivas são demasiado diversas para que tal possa ocorrer a não ser em tempos de excepção Não que não se deva considerar essa hipótese, apenas haverá que estar atento à sua possibilidade, sem deixar de trabalhar no espaço nacional para aí transformar a realidade. Se nesse espaço não se trabalhar para transformar a realidade, nada será possível!
ResponderEliminarNaturalmente que os jornais do capital transmitem a opinião dos seus donos, seja através de Manuel Carvalho, Teresa de Sousa, Vicente Jorge Silva, etc., etc. E se existe algum espaço para o diverso, é isso mesmo, um espaço que lhes permita afirmarem-se "democratas", quando apenas estão a tratar da sua vidinha ao serviço do patrão, seja ele qual for. Porque pluralismo de verdade, debate de verdade, seriedade de debate, não caricaturização das ideias opostas e mesmo falseamanto, debate sempre com contraditório, isso é coisa do antigamente, os europeus da Europa Unida do capital jamais estarão interessados, jamais o permitirão! Porque são Democratas, orgânicos é claro! Já agora, Salazar, Hitler, Franco e Mussolini também eram adeptos de uma Nova Europa, a Europa Fascista mas Europa do Capital Sempre. O que até está bem documentado, para que não restem dúvidas. Bastará ler a tese de doutoramento de Manuel Loff, publicada pela editora Campo de Letras em 2008, com o titulo " O nosso século é fascista"!
Um forum com posts muito informativos sobre as opções dos partidos e o panorama geral partidário na Alemanha. Explica os impasses que justificam o sucesso do video em questão.
ResponderEliminarhttps://www.neogaf.com/threads/german-youtuber-goes-viral-with-an-1-hour-rant-bashing-the-german-government-party-cdu.1482439/
Claro está que o Linke é o que melhor representa a consciência dos impasses económicos e politicos em que a Alemanha se tem cada vez mais encerrado pela falta de visão de Merkel e dos seus aliados.
S.T.
Excelente o texto de S T ás 10:39. Parabéns
ResponderEliminar"Vá morrer longe, sim?"
ResponderEliminarÉ impressão minha ou o Sr Jaime Santos está a perder o "à plomb"?
Ou seja está quase, quase, quase a "péter les plombs" LOL
Parece que não lhe deixam passar as "liberdades criativas", ou seja, as mentiradas, as distorções, as inventonas.
Pobre Jaime Santos! Cada vez que vê uma sondagem com o partido do Brexit mais de dez pontos à frente de qualquer outro dá-lhe uma coisinha má. LOL
S.T.
Fantástico.
EliminarQuando alguém fica espantado com a cegueira da esquerda em não ver que um brexit está a ser conduzido pela extrema direita conservadora, vocês insultam, caluniam e apelam á censura de quem tenha essa veleidade de levantar questões fora da linha do partido.
Mas depois você faz copy paste de um texto que afirma que a extrema direita está a crescer.
E logo a seguir bate palmas ao "partido do brexit" o tal de extrema direita conservadora dirigida pelo neolib-nacionalista Farage, com o aconselhamento do Steve Bannon.
É caso para pedir que comecem a ler os textos que vocês próprios colocam.
Isto é o perfeito exemplo da falta de tino da extrema esquerda, só comparável com a frente comum que os comunistas fizeram com os nazis contra a República de Weimar.
Ao anónimo das 19:41
ResponderEliminarComo deve reparar o texto não é meu. Limitei-me a traduzir.
Reparem que quando eu há muitas luas comentei que preferia "os ricos de cá" àqueles que não têm fidelidades nacionais por fazerem parte de uma elite supra-nacional, a ideia é a mesma.
Uma das alavancas da conquista da liberdade monetária é a consciência de "ricos, mas pouco" que se iludem sobre quem e o quê defende realmente os seus interesses. A ignorância é cultivada pelos Jaimes Santos e Josés que por aí andam a ofuscar os interesses de carradas de eleitores. E o maior dos enganos é o peixe podre do europeísmo.
Curiosamente é esse mesmo o plano de ataque do youtuber alemão: Evidênciar as falsidades do discurso dos partidos dominantes e a falta de correspondência com o rumo da sustentabilidade ambiental e de uma distribuição mais equitativa dos rendimentos.
E por isso é tão importante confrontar os partidos comprometidos com o europeísmo com as incongruências, deficiências e impossibilidades do seu pensamento económico (ou falta dele!).
S.T.
FN's, VOX's, PNR's ABRAM OS OLHOS: É FÁCIL DEMOLIR OS PARTIDOS DO SISTEMA!
ResponderEliminarPara isso:
---» Número 1:
- quem deve pagar a ajuda aos mais pobres é a TAXA TOBIM... e não... a degradação das condições de trabalho da mão-de-obra servil.
---» Número 2:
- os «grupos rebeldes» não possuem fábricas de armamento... no entanto, máfias do armamento fornecem-lhes armas... para depois terem acesso a recursos naturais (petróleo, etc) ao desbarato, e para depois deslocarem refugiados para locais aonde existem investimentos interessados em mão-de-obra servil de baixo custo.
Ora em vez de incutirem um sentimento de culpa nos países que se recusam a dar cobertura às negociatas da máfia do armamento (nomeadamente, recusam receber refugiados, ou seja, recusam fornecer mão-de-obra a investimentos ávidos de mão-de-obra servil ao desbarato), os partidos do sistema devem, ISSO SIM, é chamar à responsabilidade aqueles países que estão a fornecer armas aos «grupos rebeldes» (ao daesh e a outros), ou seja, os países aonde a máfia do armamento possui as suas fábricas.
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{nota: pululam por aí muitos investidores da mesma laia dos construtores de caravelas: reclamam que os seus investimentos precisam de muita mão-de-obra servil para poderem ser rentabilizados}
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Os partidos do sistema pretendem transformar a vida humano num hino à hipocrisia: urge o separatismo (SEPARATISMO-50-50) desse pessoal.
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-» Por um planeta aonde povos autóctones possam viver e prosperar ao seu ritmo;
-» E por uma sociedade que premeie quem se esforce mais (socialismo, não obrigado)... mas que, todavia, no entanto... seja uma sociedade que respeite os Direitos da mão-de-obra servil;
---» Todos Diferentes, Todos Iguais... isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta --»» INCLUSIVE as de rendimento demográfico mais baixo, INCLUSIVE as economicamente menos rentáveis.
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Nota 1: Os 'globalization-lovers', UE-lovers. smartphone-lovers (i.e., os indiferentes para com as questões políticas), etc, que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa.
-»»» blog http://separatismo--50--50.blogspot.com/.
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Nota 2: Os Separatistas-50-50 não são fundamentalistas: leia-se, para os separatistas-50-50 devem ser considerados nativos todas as pessoas que valorizam mais a sua condição 'nativo', do que a sua condição 'globalization-lover'.
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Nota 3: É preciso dizer NÃO à democracia-nazi! Isto é, ou seja, é preciso dizer não àqueles... que pretendem democraticamente determinar o Direito (ou não) à Sobrevivência de outros!!!
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Nota 4: Urge dizer à elite deste sistema o mesmo que foi dito aos antigos esclavagistas: a não existência de mão-de-obra servil ao desbarato não vai ser o fim da economia... VÃO CONTINUAR A EXISTIR MUITAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO (nomeadamente introduzindo mais tecnologia)!
Já agora um texto de Thomas Fazi na Jacobin para dissipar as frescuras e pretensões democráticas da EU e do EP.
ResponderEliminarhttps://jacobinmag.com/2019/05/european-union-parliament-elections-antidemocratic
"The entire architecture of the European Union thus favors executive and technocratic power over legislative power. This represents a huge step back even from the “bourgeois” understanding of liberal democracy. Indeed, the European treaties themselves state that “the functioning of the Union shall be founded on representative democracy” — an aspiration more than a reality — but they don’t actually claim the EU itself to be a democracy."
"Toda a arquitetura da União Européia favorece o poder executivo e tecnocrático sobre o poder legislativo. Isso representa um enorme retrocesso até mesmo no entendimento "burguês" da democracia liberal. De fato, os próprios tratados europeus afirmam que "o funcionamento da União será fundado na democracia representativa"- uma aspiração mais do que uma realidade - mas eles não afirmam realmente que a própria UE é uma democracia".
"This reminds us why national elites and oligarchies have been so keen, over the course of the past decades, to transfer power to the EU. Their aim was not simply to insulate economic policies from popular-democratic challenges, but also to reduce the political costs of the neoliberal transition, which clearly involved unpopular policies, by displacing the responsibility onto external institutions and factors. This can be said to embody what Edgar Grande calls the “paradox of weakness,” whereby national elites transfer some power to a supranational policymaker (thereby appearing weaker) in order to allow themselves to better withstand pressure from societal actors by testifying that “this is Europe’s will” (thereby becoming stronger). As Kevin Featherstone put it: “Binding EU commitments enable governments to implement unpopular reforms at home whilst engaging in ‘blameshift’ towards the ‘EU,’ even if they themselves had desired such policies” (emphasis added)."
"Isso lembra-nos por que é que as elites e oligarquias nacionais têm estado tão interessadas, ao longo das últimas décadas, em transferir o poder para a UE. O objetivo não era simplesmente isolar as políticas econômicas dos desafios democráticos populares, mas também reduzir o poder político. os custos da transição neoliberal, que claramente envolviam políticas impopulares, deslocando a responsabilidade para instituições e fatores externos, pode-se dizer que ela personifica o “paradoxo da fraqueza”, segundo o qual as elites nacionais transferem algum poder a um decisor político supranacional (parecendo assim mais fracos) para se permitirem resistir melhor à pressão dos actores sociais, argumentando que “esta é a vontade da Europa” (tornando-se assim mais forte). Como Kevin Featherstone colocou: “Compromissos vinculativos da UE permitem aos governos implementar reformas impopulares em casa enquanto engajar-se em 'blameshift' (transferência de culpas, NdT) em direção à 'UE', mesmo se eles mesmos tivessem desejado tais políticas”."
.../...
(continua)
S.T.
(continuação)
ResponderEliminar"As Djordje Kuzmanovic — who recently broke away from Jean-Luc Mélenchon’s party in France over disagreements regarding the leader’s stance concerning the EU, among other things — argues: “The European elections are an epiphenomenon. Those who wish to give back to our citizens’ control over their destiny should compete for elected positions in the only democratic framework that exists, that of the nation, and stop endorsing the European farce.”"
"Como Djordje Kuzmanovic - que recentemente se separou do partido de Jean-Luc Mélenchon em França por divergências sobre a posição do líder em relação à UE, entre outras coisas - argumenta: "As eleições européias são um epifenômeno. Aqueles que queiram devolver aos nossos cidadãos "o controle sobre o seu destino devem concorrer a cargos eleitos no único quadro democrático que existe, o da nação, e parar de endossar a farsa européia."
S.T.
O ST a fingir que não sabe que quem manda na euopa são os estados de que é composta.
EliminarA comissão europeia é composta por representantes dos estados, assim como o eurogrupo, para já não falar nos acordos de bastidores.
O mal da UE é o neoliberalismo que espelha o neoliberalismo dos estados de que é composta. Pior, o outro grande mal da Europa é o nacionalismo, nomeadamente alemão, que está a dar cabo do funcionamento da união.
Mas continue a combater a direita apludindo o Farage e o Steve Bannon.
Se o ridículo matasse todos sentiriamos a vossa falta.
Fala-se muito aqui da soberania monetária. Quem a defende não deve esquecer aquele promenorzinho, de que a partir daí quem quiser ir ao estrangeiro tem de pedir dólares, no banco talvez. A malta mais jovem não está muito habituada a esses constrangimentos. Hoje têm pouco dinheiro mas gostam de dar umas voltas. Amanhâ se calhar não lhes vai faltar dinheiro no bolso (ou na mochila) mas não há passeio...
ResponderEliminarO formalismo que "Pedro" invoca não resiste a uma análise mais cuidadosa. Basta continuar a citar o conteúdo do artigo do Thomas Fazi.
ResponderEliminar"The undemocratic nature of the EU becomes evident when we look at its legislative process."
"The entire process is opaque to say the least. As the German investigative journalist Harald Schumann writes: “These negotiations take place entirely behind closed doors. There are no publicly available protocols, and the press has no right to know who actually represents which position. For citizens, Europe’s most powerful legislator is de facto a black box.”"
"This is very dangerous, because it makes the legislative process highly susceptible to the pressure of lobbyists and well-organized vested interests, at all levels, including that of the European Parliament. Rather than a bug in the system, this should be seen as an inherent consequence of the supra-nationalization of politics. As the Italian researchers Lorenzo Del Savio and Matteo Mameli write, the problems of oligarchic capture
are exacerbated at the supranational level. It is for this reason that, in general, the transfer of sovereignty to international loci of political decision-making contributes to the weakening of popular control. International loci are in general physically, psychologically, and linguistically more distant from ordinary people than national ones are. This distance means more room for oligarchic capture.
Todo o artigo de Thomas Fazi merece uma leitura atenta porque foca os "bugs" intencionalmente introduzidos na arquitectura da EU que roubam o poder ao cidadão europeu comum.
Portanto o "Pedro" pode continuar com o seu "angelismo", mas quem tenha olhos na cara pode ver como o sistema está faralhado ao mais alto nível.
S.T.
Um dos nomes referidos no artigo de Thomas Fazi deve ser retido porque abre a porta a toda uma série de investigações jornalisticas muito interessantes. É o nome "Harald Schumann".
ResponderEliminarOlha o bonito manancial de videos no youtube! :)
https://www.youtube.com/channel/UCoZV4mM6ipMyENH78a1O8tA
Só um exemplo:
https://www.youtube.com/watch?v=xu5sTyAXyAo
Portanto "Pedro" pode continuar a fazer-se de parvo. Cá estaremos sempre para lhe cortar as vazas. Munições não faltam. LOL
S.T.
Quanto ao anónimo de 24 de maio de 2019 às 16:48 apenas tenho a dizer que deve viver na "idade da pedra bancária" em que não haviam multibancos, cartões de crédito e débito e uma opção mágica chamada "cash advance".
ResponderEliminarNa realidade, quase todas as supostas vantagens de uma moeda única já foram anuladas pelos progressos da informatização, redes e integração bancária. Qualquer miserável computador ou smartphone pode tratar de conversões, transferências e câmbios numa fracção de piscar de olhos.
S.T.
Ainda gostaria de "rajouter une couche" como dizem os franciús, ou seja "dar mais uma demão" na pintura.
ResponderEliminarA questão, para quem ainda não tenha percebido, transcende largamente a gueguerra esquerda-direita e até os interesses nacionais. É antes de mais um imperativo para a prosperidade e justiça social dos povos de todo um continente e com implicações globais.
Para isso, como se ouvia num jogo de computador muito antigo, "Plebs! We need more plebs!".
Ou traduzindo para o caso vertente: Precisa-se "mão de obra" que compreenda economia, banca e finança e seja capaz de desmontar e refutar a desinformação que constantemente bombardeia o público europeu com origem nos "poderes de facto" da EU. Não é uma questão partidária ou sequer nacional; é uma questão cívica, democrática e de justiça social que afecta todo um continente.
Querem mais claro do que isto?
S.T.
Ó ST.
EliminarO tal de Fazi diz que os assuntos europeus são tratados á porta fechada.
Mas são tratados á porta fechada por quem ?
Por invasores extraterrestres ?
Os assuntos europeus são tratados á porta fechada PELOS POLITICOS EUROPEUS EM QUEM OS SEUS POVOS VOTARAM.
São tratados á porta fechada pelos representantes dos estados nacionais.
Eles quando estão nos seus próprios países a tratar de assuntos de ambitos estritamente nacionais também fecham as portas.
E não seria por a ue desaparecer que deixariam de as fechar.
São as mesmas pessoas.
É tão difícil a esquerda anti-europeista perceber isto ?
E o que debitam as caixas multibanco, os computadores, etc? por acaso Dólares? Será "futuro Escudo"? O "ST" sabe perfeitamente que faz mais com uma nota de 20 Dólares, no estrangeiro, do que com uma mochila de Escudos
ResponderEliminarTodo o treteiro finge ignorar o papel das políticas monetárias na distorção de um qualquer mercado que se queira concorrencial.
ResponderEliminarNa moeda única existe uma certeza: cada um vai competir com a sua produtividade e a qualidade dos seus produtos. Um horror para todo o treteiro!
Deixa cá ver se eu percebo o anónimo das 25 de maio de 2019 às 18:19
ResponderEliminarIsto parece ser mais uma reencenação da ignorância sobre o funcionamento dos mercados cambiais.
Não é preciso ser muito esperto para perceber que as caixas multibanco dispensam a divisa que tem curso legal no pais em que se encontram instaladas. O débito na sua conta é feito na divisa em que o depósito está denominado. Os computadores encarregam-se de fazer o câmbio de forma transparente. Parece-me o óbvio ululante.
Portanto não precisa de mochila para carregar os escudos. O "fazer" muito ou pouco com eventuais futuros escudos depende como é óbvio do câmbio. O câmbio por sua vez depende do mercado de divisas. Qual é a dúvida?
O que está implícito no seu comentário é aquilo que já foi aqui mil vezes discutido e que é a irremediável contradição entre uma moeda forte que é boa para fazer férias nas Bahamas mas péssima para as exportações ou uma moeda "fraca" que dá competitividade às nossa indústrias mas limita o poder de compra dos nossos turistas no estrangeiro.
Aqui se aplica o dito popular que é: "Não se pode querer sol na eira e chuva no nabal!"
Com uma moeda forte destrói-se o tecido produtivo nacional e hipoteca-se o futuro. E gera-se endividamento!
Com uma moeda fraca trabalha-se, constrói-se capacidade produtiva, cria-se emprego e riqueza. E aforra-se!
Qual será melhor para o país? Laurear a pevide nas Caraíbas ou construir o futuro?
Basta referir o exemplo da Islândia:
https://i1.wp.com/bilbo.economicoutlook.net/blog/wp-content/uploads/2017/04/Iceland_ER_2000_April_2017.jpg?w=531
Qual é a lição a reter? A uma desvalorização seguiu-se uma recuperação do emprego e da actividade económica que depois se traduziu numa recuperação da cotação da ISK (krona).
Se quiser ler o artigo também não lhe fará mal.
http://bilbo.economicoutlook.net/blog/?p=35691
S.T.
Olha o "Pedro" a fazer-se de parvo. LOL
ResponderEliminarEm qualquer país democrático a actividade legislativa é transparente. O público e a comunicação social sabem quem propõem a legislação, o seu conteúdo, as posições dos partidos sobre o assunto, quem vota o quê, etc.
A Comissão não funciona dessa forma transparente. Não é por acaso que uma das maiores senão mesmo a maior indústria de Bruxelas é o lobbying, que dá emprego a dezenas de milhares de "influenciadores". Tudo legal. Mas, como alguém disse, nem tudo o que é legal é honesto.
S.T.
Ó ST, a actividade legislativa nos países democráticos é "transparente" ?
EliminarEstá a falar das leis feitas á medida por advogados para defender os interesses das classes ricas ?
Pfff
Nos seus livros pode ser, na realidade os parlamentos são antros de corrupção.
Entretanto o video do Rezo já vai nas 11,7 milhões de visualizações no youtube. :)
ResponderEliminarArtigo no NYT:
https://www.nytimes.com/2019/05/25/world/europe/rezo-cdu-youtube-germany.html
Video aqui:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=2&v=4Y1lZQsyuSQ
S.T.
Não há nenhum legendado ? Isso em alemão...
Eliminar