Tendo tido a oportunidade de visitar várias vezes a bolha de Bruxelas, devo dizer que tenho uma enorme admiração pela firmeza intelectual e política revelada ao longo do tempo por vários deputados ao Parlamento Europeu que não desistem, mesmo em circunstâncias feitas para gerar adaptação de
preferências.
Afinal de contas, e como disse o
saudoso Robert Cox, um dos fundadores da economia política internacional, a propósito da ilusão de que as coisas podem ser radicalmente mudadas a partir de
organizações internacionais: aí “a hegemonia é como uma almofada: absorve os choques e, mais tarde ou mais cedo, o aspirante a pugilista concluirá que é confortável descansar nela”.
Que gira a fotografia da almofada com o arame farpado, logo num lugar onde não há fronteiras dessas (pelos menos internas, já com os populistas húngaros, aqueles que o PCP não quis condenar em Bruxelas, as coisas fiam mais fino).
ResponderEliminarE que tal antes uma almofadinha com uma fotografia do muro de Berlim e com a citação do líder comunista da RDA:
https://www.berlin-mauer.de/videos/walter-ulbricht-zum-mauerbau-530/
"Niemand hat die Absicht, eine Mauer zu errichten" (ninguém tem a intenção de construir um muro)... Uma delícia...
E já agora, que tal umas cortininhas de ferro a acompanhar?
Quanto mais o João Rodrigues fala, mais se enterra... São os lapsos freudnianos de quem quer tirar o argueiro do olho do vizinho e não é capaz de ver a trave quem tem em frente dos olhos...
Vá morrer longe, sim?
Os "jaimes santos" são democratas de pacotilha! E têm por hábito deturpar posições, afirmar o que os outros não dizem ou fazem porque descontextualizando e/ou truncando o que é dito ou afirmado.
ResponderEliminarClaramente é um feliz adepto da União Europeia e tem todo o direito a sê-lo. Mas talvez fosse melhor ser mais rigoroso e, já agora, intelectualmente mais honesto. É que a não ser assim, a sua argumentação fica ao nível de lixo, não eleva o debate, não obriga adversários a ter o mesmo rigor e profundidade e falha no essencial, pois é facilmente desmontado e desmascarado. Ou como aqueles que são contra o pacto entre a Alemanha e a União Soviética e calam muito bem caladinho todo o manancial de reuniões, conversações, propostas, enviados, que a extinta União Soviética protagonizou desesperadamente para criar uma aliança com a França e o Reino Unido antes do início da 2ª. Grande Guerra, mesmo após a traição de Munique e a cedẽncia franco-britânica face a Hitler no que à Checoslováquia disse respeito!
Em primeiro lugar a estudar seriamente o que se passou após o final da 2ª. Grande Guerra e não a deixar-se ficar pelas Selecções Reader's Digest. A estudar versões contraditórias, a comparar documentos e a não seguir cartilhas, sejam quais forem!
Em segundo lugar a ser sério e a expor qual ou quais as razões para os votos de uns e de outros. Ou porque é que não refere as inúmeras votações em que deputados portugueses do PS, do PSD, do CDS e do "Marinho Pinto" ao PE votaram ao lado de deputados do FIDESZ?
Em terceiro lugar, é ou não verdade que as "regras europeias de gestão orçamental e outras fazem parte de um ordenamento NEOLIBERAL, tradução concreta do chamado Consenso de Washington para os servos europeus, criando espartilhos inultrapassáveis com sanções, cortes, etc, etc, ao mesmo tempo que nada de Estado Social é de facto mantido e nunca aumentado, vade rectro satanás, que a "economia" não deixa, os "mercados" etc., etc, enfim, tudo frases ditas para não afirmarem a verdade que é uma só, "lucros e dividendos têm que aumentar a todo o custo e o Povo que coma sobras!", que o "lombo" é só para os Senhores do capital e os seus "jaimes santos". É que quem não queira parecer lobo, melhor será que lhe não vista a pele! Mesmo que seja só no carnaval!
Os "jaimes santos" têm todo o direito a pensarem o que mui bem quiserem, seria bom, mesmo muito bom que junto dos seus correlegionários garantissem que quem não pensa como eles Tẽm igualmente o mesmo direito! Não no abstracto, mas sim na realidade do quaotidiano, seja na comunicação social escrita, falada ou televisionada!
E não te enviam para a reciclagem?
ResponderEliminarO senhor Jaime Santos é um ilusionista; em vez de discutir a substancia das coisas como, por exemplo, "as circunstâncias feitas para gerar adaptação de preferências" ou "a ilusão de que as coisas podem ser radicalmente mudadas a partir de organizações internacionais", opta pelo insulto gratuito. Lamentável tanta falta de nível.
ResponderEliminarJaime Santos, a desonestidade intelectual fica-lhe mal. Lamento, igualmente, que se esteja a tornar, cada vez mais, um zelota do eurocretinismo. Ninguém mais do que o PCP condenou Viktor Orbán, de orientação fascizante (e não «populista», esse termo equívoco que dá para tudo e que certos patetas usam branqueando o caráter social da extrema direita), incluindo na solidariedade com as forças que contra ele lutam, lá, no seu próprio país.
ResponderEliminarAquilo a que o PCP se opôs foi reconhecer, conceder e facilitar à União Europeia, cujas políticas alimentam a ascensão destas forças fascizantes, o direito a «abrir caminho ao incremento das suas ameaças, chantagens, imposições e sanções contra os Estados e os seus povos» (como se afirmava, com toda a clareza, no respetivo comunicado partidário: http://www.pcp.pt/resolucao-sobre-situacao-na-hungria)
Entre outras razões, para que depois, quando os "populismos" forem os simétricos, governos progressistas que se esforçam por aplicar medidas em benefício dos seus povos, não venham as almas condoídas, que só nessas ocasiões descobrem as responsabilidades e a hipocrisia da União Europeia, lamentar-se dos precedentes e das caixas de pandora que abriram.
A incoerência é a de estatistas convictos repudiarem o que inevitavelmente acompanha organizações estatizantes!
ResponderEliminarO meu desabafo aí em cima aparece a seguir ao comentário do José Peixoto, quando o destinatário era o Jaime Santos. A diferença entre a hora do comentário e a sua aprovação são a explicação para o sucedido. Julgo
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