terça-feira, 1 de janeiro de 2019
Mediterrâneo
«Nenhum de nós sabe quando chega a nossa vez. Mas sabemos cada vez melhor que para muitos a Senhora da Foice passa e colhe muito antes do momento esperado ou devido. Por doença precoce quantas vezes evitável, catástrofe natural ou provocada por erro humano, ou conflito mortal para quem fica e para quem foge. (...) A esperança de vida à nascença e a sua indecente variação mundial é prova evidente do elemento sorte que preside à nossa chegada ao círculo dos vivos. Poucas variáveis predizem melhor as nossas futuras oportunidades do que o sítio onde nascemos.
(...) O texto da Declaração Universal promete, entre outras coisas, refúgio aos perseguidos e um mínimo decente de vida a todas as pessoas, como direitos que pertencem a todos os seres humanos apenas pelo facto de o serem. (...) Mas o que verificamos é que quando os que se vêem obrigados a deixar para trás a sua casa, vida, família, amigos porque as suas convicções ou hábitos e formas de vida são perseguidas, ou porque a sua possibilidade de subsistência e dos seus é reduzida ou nula, alguns dos países mais afortunados do mundo viram-lhes as costas, erguem muros, guardas e políticas para estancar a “invasão”, muitas vezes esquecendo a sua própria origem ou o passado recente que os colocou em situação semelhante. (...) Alguns países bem mais pobres e frágeis mostram bem maior generosidade em acolher quem foge da guerra, da insegurança e da miséria que ela sempre traz consigo.
(...) Quantos morrerão antes do tempo, neste novo ano, atravessando o mar, o deserto, as montanhas, os muros, os arames e os guardas ou as políticas nacionais ou europeias que os separam do futuro que não chegarão a ter? (...) Não é estranho que a Europa da União não consiga encontrar alternativa decente ao vergonhoso acordo com a Turquia sobre como “despachar” os indesejados migrantes em busca de refúgio e de uma vida viável?»
Teresa Pizarro Beleza, 2019: Ave, Europa, morituri te salutant
Pronto, lá tenho eu que vestir a capa do vilão que aponta as falácias de raciocínio e os movimentos subterrâneos que estão por detrás da chamada crise migratória.
ResponderEliminarO adágio popular "de boas intenções está o inferno cheio" aplica-se plenamente a este caso.
Não por acaso, as confusões empilham-se umas em cima das outras para construir um discurso aparentemente humanista mas que esconde objectivos menos caritativos.
Primeiro há que esclarecer que a esmagadora maioria dos migrantes não cabem na classificação de refugiados. São migrantes económicos.
Segundo, não são exactamente pobrezinhos. As diversas portagens que têm que pagar aos traficantes andam à volta de 10.000€ por cabeça, o que significa que os verdadeiramente pobrezinhos são os que ficam nos seus países de origem porque não têm meios para pagar aos traficantes.
Terceiro, da Declaração Universal dos Direitos do Homem não consta em nenhuma parte o direito de um qualquer cidadão de se fixar num país à sua escolha. Eu por exemplo escolheria de bom grado o Canadá, a Austrália ou a Nova Zelândia, mas para azar meu esses países condicionam fortemente a imigração.
Quarto, já noutros comentários expliquei que do ponto de vista político estas migrações forçadas obedecem a uma agenda que explora a má consciência e o humanitarismo louvável mas ingénuo dos povos europeus.
Quinto, também já noutros comentários expliquei que o único país com condições económicas para aproveitar o influxo de migrantes no contexto da União Europeia é a Alemanha.
Posto isto estou à inteira disposição dos leitores para responder a quaisquer dúvidas que queiram pôr de uma forma racional e serena.
Agora preparem-se é para links que esclarecem cabalmente aspectos menos claros do pseudo-humanismo subjacente à fraude política, económica e humanitária que é a crise migratória.
Terei todo o gosto em detalhar as razões que sustentam cada um dos pontos que acima expúz.
S.T.
Nem mais!
EliminarManuela
Gostei do seu comentário. Não leve a mal mas pode colocar aqui os tais links? Gosto sempre de aprender... Bom ano.
EliminarO choradinho da demissão de responsabilidades outras que não a de acudir aos coitadinhos!!!!
ResponderEliminarJá agora despeja-se o mundo nos países onde os cidadãos souberam construir um modo de vida decente; tudo o mais é ingerência, imperialismo, colonialismo e mais toda a tralha que a doutrina dos coitadinhos põe na boca de idiotas que se querem fazer acreditar como gente de bem.
Jose, e a tua vida é construída com base em trabalho produtivo, não é?
ResponderEliminarÉ por saberes muito de "trabalho" que tens muita moral para mandar os "coitadinhos" trabalhar...
És tu, o Passos Coelho e os teus amigos do Observador, uns tipos cheios de moral!
Oh jose parece haver aí uma evoluçao no karma antes soletrado... foram os cidadãos que souberam construir e não os bandeirantes da ganância a qualquer custo, é isso?
ResponderEliminarObrigado S.T. Finalmente um comentário lúcido! Os globalistas do polìticamente correcto não dão tréguas nem desistem de entregar os seus próprios países e a Europa aos seus patrões anónimos... ma non tropo . Talvez devessem suspender a defesa da "diversidade" até os portugueses que vivem na miséria e que oficialmente são um quinto da população,atingirem o nível económico médio da UE! Para esmolar nas ruas (ou pior) já temos demasiados migrantes! A caridade (com os impostos de todos) começa em casa!
ResponderEliminarJoão Correia
O Geringonço deve ser apologista do trabalho produtivo desenvolvido na CML por esse outro trabalhador incansável que dá pelo nome de Robles.
ResponderEliminarA vida do Jose enquanto troll deve estar difícil para agora precisar de adjuntos...
ResponderEliminarExcelente comentário de S.T.! O artigo original desta professora de Direito é confrangedor! Direito universal a migrar!! As nossas faculdades a ensinar estas pategadas! Meu Deus! Falta acrescentar o que eu sempre disse: estas elites estão-se a marimbar para a Democracia, porque no fundo no fundo, nunca foram democratas! Se ao menos fossem Aristocratas do Espírito... Mas nem isso! Apenas indigência intelectual e uma catequese hardcore!!! São os moralistas coitadinhos!
ResponderEliminarNM
Vamos ser francos. Também eu, no início da crise migratória pensei como esta senhora que estes migrantes vinham colmatar as carências demográficas da Europa.
ResponderEliminarNesta altura do campeonato já é mais difícil justificar a ingenuidade desta senhora.
Como já tive oportunidade de explicar também não me passou pela cabeça que o IS usasse a cobertura dos migrantes para infiltrar a Europa com operacionais adormecidos. Mas tenho a alegar em minha defesa que não tenho por detrás um serviço de informações como a Sra Merkel tem o BND.
E a realidade está mais ou menos à vista. E digo mais ou menos porque os estados Da EU e sobretudo a Alemanha procuram dar pouco relevo ou até abafam sucessivos e frequentes casos de terrorismo islâmico na sua vertente low-tech: Uso de armas brancas, machados ou facas, veículos-ariete, etc., meia dúzia de vítimas de cada vez que não fazem grandes cabeçalhos nos jornais mas estão a acontecer numa base quase semanal sobretudo Na Alemanha mas também no UK e em França.
Claro que os serviços do BND que não são estúpidos se aperceberam do que se estava a preparar e preveniram Merkel, mas esta só com muita relutância fechou a torneira, negociando com a Turquia.
Ainda há um caldinho muito mais grave em preparação.
Os turcos são desde há muito useiros e vezeiros na violação do espaço aéreo grego pela sua aviação de caça.
Progressivamente têm vindo a reclamar com cada vez mais insistência que as ilhas do mar Egeu que são território grego desde a independência são "históricamente" turcas.
Agora pensem em todos aqueles refugiados de origem sírio-turca instalados nas ditas ilhas.
Estão a ver o filme quando começarem a nascer e multiplicarem-se "refugiados" islamitas nas ditas ilhas? Acham mesmo que Atenas conseguirá manter o contrôle sobre essa parte do seu território contra os sonhos expansionistas turcos?
E estão a perceber por que é que os serviços secretos turcos apoiaram tão entusiásticamente os migrantes?
Expliquem-me qual é a diferença prática no final entre esta invasão islamita de refugiados e uma conquista armada.
E em pano de fundo temos as jazidas de gás do Mediterrâneo Oriental.
Como diz o outro economista, aquele dos cisnes negros, Kapish?
Por isso me faz pena a candura destas alminhas bem intencionadas mas terrívelmente broncas.
Caramba! Esta gente não aprendeu nada com o caso de Chipre. Imbecis!
Muito mais haveria a dizer. Isto é só levantar a ponta do véu de um assunto muito sórdido pelos objectivos inconfessáveis e pelas vítimas que faz.
S.T.
Por que é que os "coitadinhos" não emigram para a Rússia ou para a Arábia saudita, Qatar,etc.?
ResponderEliminarPor que é que tem de ser exclusivamente para os países da margem norte do Mediterrâneo?
Geringonço tem um acerto único: a escolha do seu nome.
ResponderEliminarAntes ser Geringonço, esquerdalhado, não ser aldrabão e troll Paf que ser um coitadinho do Observador com uma carreira produtiva duvidosa com a mania que tem a autoridade para mandar os outros trabalhar!
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