domingo, 27 de janeiro de 2019

Ler economia política


A verdade é que, notava Galbraith [nos anos cinquenta], neste quadro de patente «imperfeição» do mercado, a economia norte-americana não apenas se movia sem atrito manifesto, como dava sinais de grande pujança. Para isso, muito teria contribuído, segundo ele, a institucionalização de um processo de balanceamento e compensação do poder de monopólio e dos efeitos perversos da concentração empresarial protagonizado por um vasto conjunto de novos agentes económicos: sindicatos (capazes de impor ao patronato e aos dirigentes empresariais melhorias dos níveis de remuneração e das condições de trabalho dos assalariados); cooperativas de produtores agrícolas (determinadas a contrariar a tendência de deterioração relativa dos preços das matérias-primas e dos bens alimentares); associações de consumidores, armazenistas e retalhistas (focadas na criação de relações mais igualitárias nos circuitos de distribuição), etc.

José Madureira Pinto coloca uma questão interessante no sítio do Le Monde diplomatique - edição portuguesa: Vale a pena (re)ler John Kenneth Galbraith? A resposta é inequivocamente afirmativa. Vale mesmo a pena ler a análise que a justifica.

1 comentário:

  1. È evidente que os equilíbrios se geram pela acção dos participantes no sistema.

    Participantes, não inimigos do sistema.
    A acção inimiga é mais provável de gerar uma reacção do que a de um participante exigente quanto à sua quota de retorno.

    Mas por cá o papel de inimigo é de regra, ideologia oblige!

    Sempre prontos a pagar caro para manter a panache.

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