E nem é preciso ver isso num programa televisivo de informação - como foi o caso do programa SOS TVI - em que o pivot apresenta um líder convidado como Mário Machado dizendo algo como: "Dizem que a extrema-direita é xenófoba, racista e violenta. O que tem a responder a essas pessoas?" O convidado rebate a ideia, mas finaliza dizendo - sem que o pivot conteste - que, quando esteve na cadeia, quem lá estava em maioria era a raça negra e que isso se deve talvez porque "essa raça tem um problema com o crime".
Nem é preciso ir tão longe. Face aos "desacatos" - palavra muito repetida pelos jornalistas que estão a cobrir o que se passou nos últimos dias no bairro Jamaica, no centro da cidade de Lisboa, e esta noite em Odivelas - a SIC passou uma peça com excertos de uma entrevista ao presidente da Cáritas em que ele frisava que era preciso afastar este ambiente de criação de uma insegurança que levava a um esforço securitário porque, ao longo da História, se provou que não respondeu aos problemas. A nota de rodapé frisava: "Presidente da Cáritas diz que casos acabam por criar relutância à imigração".
Ao arrepio desses cuidados e aproveitando os "desacatos", a SIC Notícias decidiu escolher para tema de debate da manhã:
"Estamos ou não num momento particular de tensão entre as populações mais desfavorecidas e as forças de segurança? Olhamos também para a investigação SIC, revelada ontem, sobre a falta de meios na PSP e na GNR. Parece-lhe que fica em causa a capacidade de resposta das forças de segurança? Que medidas são necessárias para fazer face às necessidades tanto da PSP como da GNR?"A primeira senhora que falou no fórum acabou por dizer: "Eu não era racista, mas agora sou. (...) Queremos uma polícia com a devida segurança". A pivot rematou no final: "Esta senhora quer se sentir segura e reclama mais meios para a polícia". Um condutor de meios de Loures disse: "O racismo não passa de um mito que estes senhores utilizam para se desculpar, é hábito neles usarem - julgam que são donos e senhores destes bairros e não respeitam ninguém, nem nada nem ninguém e quando as forças da ordem são chamadas por norma a intervir nestes bairros, facilmente acusam as autoridades de xonofobia, racismo, perseguição. Infelizmente, não passam de uns cobardes, escondem-se atrás de umas associações, pagas e ajudadas pelos contribuintes." A pivot: "É a opinião do António... a falar aqui dos problemas de racismo que existem no país". A palavra passa para a Fátima em Genebra, que é porteira. A sua opinião é contra os políticos que "desrespeitam a polícia que combate os bandidos". Outro cidadão disse: "Esses senhores da raça negra é que são racistas. Cometem o crime e depois culpam a polícia de certas situações". A pivot: "Vivemos de facto tempos específicos. Estamos num momento particular da discussão... Mas os números dizem que Portugal é um país seguro. Como se justifica? (...) O racismo é o principal problema da polícia?"
Mas o porta-voz da PSP, convidado e presente em estúdio, não se demarcou suficientemente.
Frisou que na maioria das vezes, a PSP "é confrontada com situações que nada têm a ver com racismo". Palavras que, mesmo sem o desejar e porque não contestou as intervenções do fórum, acabaram por encaixar com o racismo demonstrado pelos cidadãos: "A PSP não é uma instituição racista (..) mas muitas vezes somos conotados com racismo quando intervimos (...) é uma capa, uma desculpa, para desvalorizar aquilo que é uma actuação da polícia".
E a pivot mais nada disse. Pôs ponto final ao programa.
Há uma frase irónica que diz: "Errar é humano, repetir o erro é jornalismo". Mas esta ideia diz pouco sobre os mecanismos comportamentais dos jornalistas que os levam a insistir no erro.
Por que razão, os jornalistas insistem em criar um ambiente de tensão entre "as populações mais desfavorecidas e as forças de segurança"?
Primeiro, poder-se-ia frisar as palavras usadas e o posto de visão em que o jornalista se coloca. O termo "classes mais desfavorecidas" pressupõe que o jornalista se coloca acima delas, e é verdade: Quem está à frente das câmaras, geralmente já não sabe o que é ser desfavorecido. E já nem se está a falar da palavra favorecida que merecia todo um comentário. Segundo, parece correr o pensamento de que, mais tarde ou mais cedo, a extrema-direita será dominante na Europa e que, por isso, o mesmo acontecerá em Portugal. E isso é notícia ou vai ser. E tudo o que possa cheirar a isso entronca no que vai ser notícia e torna-se notícia já hoje. Um movimento como os coletes amarelos foi promovido pelas televisões, com uma certa ajuda da PSP, apesar de ter sido um fracasso. Terceiro, existe o fenómeno de mimetismo: se todos fazem, eu vou fazer o mesmo, porque se não o fizer, o espectador muda para o concorrente. Quarto, sabe-se lá se os jornalistas não pensem mesmo que algo como a extrema-direita - anti-política, autoritária e anti-comunista - seja necessária em Portugal.
Tudo isto faz esperar o pior. Resta saber qual vai ser a força política que, aos olhos das televisões, assumirá essa forma.
ResponderEliminar"Desacatos, imigração e direita"
As televisões e a maioria dos seus jornalistas, bem se têm esforçado em recriar o movimento dos coletes amarelos. Até ao momento não o têm conseguido. Mas água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
Tudo muito confuso!
ResponderEliminarTodo o pessoal devia ir à tropa pelo menos por uns meses para saber o significado de autoridade; perante a autoridade não corre, não gesticula, não grita!
É tão simples que a partir daí é seguramente violência policial.
Queixam-se de levarem nos cornos no meio de correrias, gritarias, pedradas e outros mimos?
Liberdades democráticas ou má-educação nunca denunciada?
O culto da vítima é o progressismo parolo que nos submerge.
E quanto ao racismo, se bem/mal educado fosse uma primeira análise, não aconteceria o destaque dado à cor da pele, à condição de desfavorecido ou todo o referencial grupal que é a tónica mais evidente de um progressismo parolo que sempre tem que se dar ares de grande observância psicossocial para se dizer científico quando é tão só parvo.
ResponderEliminarOu seja, quando é para roubar, só se for à grande e para deixar morrer à fome como os clientes civilizados do nosso Jose.
ResponderEliminarResta saber se seria a favor da violência policial num congresso de up partido de direita. Gritaria e facas nas costas não faltam.
Temos um treteiro do Aventar candidato a residente...
ResponderEliminarNão deixa de ser curioso que "jornalistas que promovem a extrema direita" aceitem com naturalidade a classificação de terrorismo para uma invasão de instalações desportivas por umas dúzias de grunhos e venham depois classificar como meros desacatos as agressões â PSP, o fogo posto e a destruição organizada de propriedade pública e privada por uma minoria étnica: ver só o que é polìticamente correcto dá muito jeito para ocultar o facciosismo ! Ou será só incompetência ?
ResponderEliminarSeria interessante conhecer a opinião do prezado camarada sobre o que é permitido pensarem os jornalistas... Talvez o código deontológico em vigor na China ? Ou na Coreia do Norte? Cuba?
ResponderEliminarVenezuela? A Liberdade de expressão é o terror dos porcos triunfantes da Animal Farm globalista! O polìticamente correcto é a nova religião! E tudo com as melhores intenções, claro! Mas a soberania reside no Povo ! Os eleitos não passam de delegados temporários e só eles próprios se consideram elites...
Caro José,
ResponderEliminarAnda a perder o foco. O que se quer sublinhar é o facto de já ser corrente formas de apreciação que apenas têm a ver com a cor da pele, quando o que está em causa são razões bem mais profundas, que - pelos vistos e sabe-se lá porquê - os olhos não vêem ou não querem ver.
Julgar as coisas pela aparência - mais não seja da cor da pele - é meio caminho andado para julgar outros cidadãos por outras aparências. e tudo dependerá do critério de que tem mais poder. Para o José, este raciocínio até é claro quando se fala de Guerra Fria, campos de concentração na URSS, etc. Mas quanto ao racismo parece ser tudo bem mais confuso. Não percebo.
Caríssimos a familiares,amigos, camaradas e companheiros,
ResponderEliminarJunto um texto/protesto do juristas Arnaldo Matos, e publicado no seu Twitter, no dia 22 de Janeiro, a propósito das bárbaras agressões da polícia contra os moradores pobres do Bairro da Jamaica, no Seixal.
Divulguem o mais amplamente possível."(...)
Ninguém põe termo às agressões bárbaras da Polícia?!
No domingo passado, a PSP de Setúbal deslocou para o Bairro da Jamaica, no Seixal, uma brigada de intervenção rápida que agrediu barbaramente a população do bairro e de que resultaram vários feridos graves.
A Associação SOS Racismo apresentou queixa ao Ministério Público, na sequência da intervenção brutal da PSP de Setúbal no Bairro da Jamaica, exigindo o castigo dos polícias intervenientes.
Esta actuação da Polícia de Segurança Pública repete-se por toda a parte, como já havia acontecido no Bairro da Cova da Moura, em Lisboa.
A PSP parece fazer o que quer nos bairros suburbanos, onde vivem os operários sem trabalho, ou com trabalho precário, e os comandos não combatem a acção desenfreada, ilegal e injusta dos seus polícias.
O governo, tanto o primeiro-ministro António Costa como o ministro da Administração Interna, é directamente responsável pela acção da PSP, e também parece não exigir responsabilidade de ninguém! O ministro deve demitir-se.
O povo português condena veementemente a actuação da PSP de Setúbal no Bairro da Jamaica, no Seixal, e exige o julgamento e punição exemplares dos polícias que intervieram no domingo passado contra populações pacíficas e desarmadas.
A PSP está aliás a brincar com o fogo e a sua acção é de consequências imprevisíveis, se o governo não deitar a mão no assunto.
A população do Bairro da Jamaica veio ainda ontem protestar contra a PSP de Setúbal na Praça do Comércio e na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
Mais cedo ou mais tarde, estas acções policiais gerarão as inevitáveis e devidas respostas da população em todo o País.
Arnaldo Matos, em 22JAN19
Por acaso nem sequer tinha percebido de onde vinha este texto. Acho que está tudo a precisar de beber uma boa garrafa de whisky. Uma intervenção policial por duas mulheres andarem à pancada... Deu origem a palavras de ordem de racismo , manifestações e tudo a que se tem direito. Acho que o bairro nem se pronunciou mais...
ResponderEliminarUma vez que desliguei a TV , não tenho influências de espécie alguma e só teria se quisesse. A tvi é detestável com comentários deselegantes num nível geral.
A Sic acho-a mais certeira e de tirarmos nós as nossas conclusões . A opinião é valida e uma vez que lhes vou aulas já dei em Colares e agora em Lisboa. Existem boas pessoas e más pessoas. As más pessoas podem ir a ligações à Al qaeda, ou andar à navalhada por exemplo no metro do Colombo, por ciúmes ou na Estação de Sintra por droga. Para mim não posso defender tais pessoas sejas brancas ou pretas azuis ou amarelas.
As descrições em cima o fato de ser "preto" é um ponto comum deles para se sentirem as próximas vitimas é um fato que já não há muita paciência. Os sentimentos de que lida com eles é exatamente o descrito.
Por outro lado não vejo nenhum jornalista fazer um exclusivo da situação atual deles e entrar nos bairros deles que vai da Amadora a Mem Martins....
A direita não vai instigar a xenofobia por este meninos que não são o gay que anda na Rua. Mas porque vão ter coragem sequer de se meter come eles ou os enfrentar. Alguns basta falar com eles e a paranoia solta-se com o vais pagar. Dali , não se sabe o que vem uma espécie de mafia de proteção de bandos. Isto é serio dever se ia dar credibilidade a estes testemunhos e ir ao fundo do limbo...
Um sociopata também tem razões profundas para fazer o que faz. Pode não ter a culpa mas não temos que viver com ele. É o estado Português que tem que responder por todos os emigrantes que por aqui chegam e sem condições de vida num outro País? Mesmo que dê uma pequena ajuda e que não chega temos condições para os ajudar e apoiar? Acho que estamos a caminhar para um fosso que vai dividir pessoas e opiniões... sem resultado.
Caro João
ResponderEliminarUm preto mal educado vale tanto como um branco mal educado, a tanto se reduz o meu racismo.
Se é mal educado por conta de razões profundas ou superficiais é-me indiferente para a conclusão:
é mal educado!
A questão que se coloca é porque antes de determinar se há ou não má educação ( interface primeiro na relação social, passe o tecnicismo) se aventem causas profundas que sempre levam a que se ignoram a conclusão óbvia: mal educado!
E com isso, a discussão trata com inevitável ligeireza as causas profundas e define um padrão de ausência de padrão no que é a operatividade do sistema (passe o tecnicismo).
E por hoje é este o meu foco.
Interessante considerar como "racismo" a simples constatação do facto evidente de que certas comunidades são mais propensas à criminalidade do que outras.
ResponderEliminarPelo mesmo padrão teríamos de cair na imbecilidade de afirmar que a Suécia ou o Vaticano têm o mesmo índice de criminalidade que Nova Yorque, porque senão é racismo.
Como é evidente certas comunidades são mais atreitas a certos tipos de criminalidade do que outras.
Os residentes da quinta da marinha serão mais atreitos à fuga aos impostos, mas certos bairros pobres, incluindo de maioria negra ou cigana, são mais inclinados à violência de rua.
Isto são factos. Qualquer pessoa pode passear à vontade na quinta da marinha, mas estarà em risco se o fizer em certos bairros das periferias.
Chamar racismo ao simples reconhecimento dos factos está a ser uma das principais razões da ascensão da extrema direita.
Aa pessoas começam a deixar de acreditar no discurso oficial e da esquerda. E passam a olhar para a extrema direita como a mais próxima da verdade.
A esquerda ainda vai conseguir eleger o Ventura...