[O] alvo da crítica de «eleitoralismo» somos nós. É o cidadão comum, que tem expectativas e que luta por uma vida melhor, e não apenas o governo ou as forças que o sustentam. Mil vezes repetida na comunicação social, a imputação de «eleitoralismo» serve o propósito de baixar expectativas, de as erradicar se possível e, se não for, de preparar o terreno para voltar a apregoar-se que vivemos acima das nossas possibilidades, que quisemos o que não tínhamos direito de querer, e que por isso seremos castigados com mais crises e mais políticas de austeridade. Quando se dá por isso, a austeridade torna-se permanente, torna-se um estado natural: umas vezes sofrida na pele, com cortes reais; outras na mente, com sonhos cortados pelo medo e pela culpa. Torna-se uma autocensura.
Sandra Monteiro, «Eleitoralismo» e democracia sem povo, Le monde diplomatique - edição portuguesa,
“Na edição de Novembro assinalamos o 20.º aniversário do Referendo sobre a Regionalização com uma reflexão de José Reis sobre o caminho percorrido e o que pode ser feito para «recuperar o país inteiro». Em mês de discussão do Orçamento do Estado para 2019, Maria da Paz Campos Lima analisa os atribulados caminhos de um instrumento fundamental: a negociação colectiva. As rupturas que estão a ser introduzidas no sector dos transportes e da mobilidade são o tema do artigo de Sérgio Manso Pinheiro, enquanto Marcelo Moriconi nos traz o mundo mercadorizado da manipulação dos resultados desportivos.
No internacional, destaque para o Brasil após as eleições vencidas por Jair Bolsonaro («Será o Brasil fascista?»), para uma análise do impasse em que se encontra a Venezuela e para as negociações do novo acordo comercial entre os Estados Unidos, o México e o Canadá, identificando problemas mas também avanços. As relações entre a União Europeia e o governo italiano, os mitos sobre as migrações africanas para norte e a face anti-social de Putin são outros dos destaques desta edição.”
O «eleitoralismo» aparece assim como uma realidade induzida, sem factos e números que o justifiquem.
ResponderEliminarIncidentalmente haverá um projecção macroeconómica e um orçamento; acidentalmente uns vão pagar para que outros recebam; mais além avistar-se-á a enevoada imagem de quem haverá de pagar o défice.
Nada disso deve perturbar a fé e a esperança de que em final o Estado resolverá tudo...
O eleitoralismo aparece como uma realidade induzida?
ResponderEliminarSem factos e números que justifiquem o eleitoralismo?
Ah, esta ignorância proverbial da classe patronal
"Incidentalmente haverá um projecção macroeconómica e um orçamento
ResponderEliminarPois, é tudo uma questão de incidência
"acidentalmente uns vão pagar para que outros recebam"
Pois, o Capital a receber, o trabalho a pagar
"mais além avistar-se-á a enevoada imagem de quem haverá de pagar o défice"
Pois, tal qual D. Sebastião, enquanto temos que pagar o défice para o qual contribuiu o défice privado dos amigos terratenentes do sujeito em causa. Os Bancos, os lucros dos banqueiros, as PPP, os Swaps, os juros duma dívida alimentada pelos credores e agiotas...
"Nada disso deve perturbar a fé e a esperança de que em final o Estado resolverá tudo..."
Pois, o Estado Novo a salvar as colónias para os colonialistas, ou apenas o ódio boçal ao estado social?
Mas porquê este discurso repetitivo e enjoativo do D Sebastião da treta?
ResponderEliminarPorque se viu retratado palavra a palavra
Era um dos que gritava ( como Passos e Portas) que "vivemos acima das nossas possibilidades, que quisemos o que não tínhamos direito de querer, e que por isso seremos castigados com mais crises e mais políticas de austeridade"
Gritava isso e muito mais.Berrava e insultava. E espingardeava, ameaçando
Acabou por andar atrás do referido Passos, montado no diabo ( ou vice-versa)
Agora está nisto. A cassete repetida mas neste jeito assumidamente mais manso.
Até quando?
São três os elementos do processo eleitoral: os candidatos (partidos ou cidadãos), o eleitor e a Lei eleitoral. Esta é passível de aperfeiçoamento.
ResponderEliminarEleitoralismo rampante denota deficiência na Lei eleitoral, na medida em que esta permite continuado acesso, e permanência, no poder por grupos (partidos) e/ou indivíduos cujo mobil é o exercício do poder pelo poder.
Transparece um: "chatice as eleições". "Isto sem o eleitorado a chatear era porreiro, pá".
A versão mercantilista do comentador dos costumes,das 21:54 é digna de relevo.Preocupado com aqueles,que mais além,irão ter de pagar o défice, engasgando a prosa e o intento,ao trocar a divída por aquele,acaba por revelar que;"acidentalmente",irão uns ter de pagar para que os outros recebam,o que não deixa de ser verdade,em geral e à luz da teoria económica e da incontornável lei da oferta e da procura.Todavia,e sem qualquer acidente,a realidade é menos simplificada,pois enquanto que,muitos têm de pagar para uns ,tantos,na proporção do que auferem e ainda no remanescente dos que não pagam,nem nunca pagaram,por ocultação de rendimentos e deliberada fuga aos impostos,acabando por receber em duplicado sempre na convicção que ao Estado compete pagar tudo.
ResponderEliminarÀs 10:22 surge a frase pacificadora - na proporção do que auferem - logo temperada pelo pressuposto mobilizador da sanha tributária - ocultação de rendimentos; receber em duplicado - e da proclamação mais estimada - ao estado compete pagar tudo.
ResponderEliminarFica assim reposta a normalidade...
Jose está enganado
ResponderEliminarÀ normalidade do jose é a sua “normalidade”
Perante o denunciado cala-se e investe em direcção à defesa da vsmpitagem
Simultaneamente no seu processo de fuga recordar os tempos em que defendia o estado concentracionario de Salazar
 sombra do qual um patronato dono disto tudo medrava , bem protegido pela pide e pelos caciques.
Era a normalidade do fascismo.
Como ê possível que agora queiram tributar um pouco as rendas de rentistas e de agiotas ?